Retrospectiva 2018

2018 foi o ano da mudança.

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Por Diário

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2018 havia chegado há poucos segundos quando tracei as famosas metas de ano novo. Na televisão, imagens do Show da Virada e dos fogos em Copacabana. Nesse momento a gente não se pergunta se atingiremos os objetivos. É muito cedo para cogitar como estaremos em dezembro. Mas, se naquele instante eu fizesse um exercício de imaginação tentando adivinhar como seria o meu ano novo, eu estaria muito longe da resposta correta.

É por isso que a palavra que define o meu ano de 2018 é mudança.

Eu tinha três metas para 2018: emagrecer (quem me acompanha por aqui desde o início sabe que essa já se tornou até piada interna), fazer uma viagem internacional e manter a minha vida o mais estável possível em todos os sentidos.

Não eram metas impossíveis e nem dependiam de fatores externos. Só havia uma coisa que poderia me impedir de realizar todas as três: a auto sabotagem. E para lutar contra isso, foi preciso uma boa dose de “realidade”.

Uma viagem internacional

Leia o meu post sobre o Chile. Lá eu conto sobre a viagem em si e como essa ideia surgiu.

Foi uma meta em conjunto com a minha namorada. Talvez a que tivesse menos chances de dar errado pois sempre houve outra pessoa para me incentivar a chegar lá.

Leia como foi a viagem que o post tá caprichado.

Emagrecer

Assim como o Show da Virada, a promessa de emagrecer já é uma tradição de réveillon na minha vida.

Surpreendentemente, o já tradicional desafio de emagrecimento do Rafa Barbosa foi alcançado. Não sem antes uma boa dose de preguiça e falta de força de vontade.

“Estou bem comigo mesmo. Não preciso emagrecer para me encaixar em um padrão”.

Esse era o meu pensamento nos últimos anos. E eu não estava errado. Longe disso. Acredito que não precisamos mudar radicalmente para se encaixar em um determinado padrão se estamos satisfeitos com a nossa forma física. A não ser que isso comece a afetar a sua saúde.

Nunca trabalhei tanto como no começo de 2018.

Além das 8h do meu emprego formal, ainda fazia uma jornada dupla de mais 6h para dar conta de todos os freelas que surgiram nessa época. Eu tinha um objetivo: fazer uma viagem internacional. Qualquer dinheiro extra seria muito bem vindo. Porém, com essa carga extra de trabalho, veio também a ansiedade e tudo era descontado em comida.

Em dois meses ganhei 5kg que foram o suficiente para deixar as minhas roupas que já eram GG um pouco mais apertadas.

Eu já estava acima dos 100kg e como consequência vieram as dores nos joelhos e nos tornozelos, o inchaço dos pés e o desconforto em não se sentir bem em nenhuma roupa.

Não foram poucas as vezes que comentei a decepção de não encontrar sua numeração nas principais lojas de departamento. E sempre que isso acontecia, a melhor forma de lidar com essa situação era sempre comendo um pouco mais para me sentir menos triste.

O momento de mudança aconteceu quando vi uma foto que destruiu o pouco que ainda restava da minha autoestima.

Essa foto:

É claro que essa foto não foi o bastante para me tirar da zona de conforto. Foi preciso fazer o meu check-up anual e descobrir que eu estava pré-diabético e extremamente predisposto a ter problemas de pressão e do coração se continuasse levando esse estilo de vida.

Nada melhor que ouvir da sua médica que, aos 31 anos, você tem mais chances de cair morto no chão do que seu pai de 60 e poucos. Se isso não é um incentivo para mudança, eu não sei que mais pode ser.

Misturando a completa falta de autoestima e a saúde extremamente comprometida, resolvi buscar ajuda profissional.

Através da indicação de um amigo, conheci um programa chamado Fat to Fit.

O programa consiste em 40 dias de dieta com acompanhamento de dois personal trainers, um nutricionista e uma psicóloga. São propostos exercícios diariamente através de um aplicativo que deve ser preenchido e, a dieta elaborada, deve ser comprovada através de fotos enviadas para a equipe. Além disso, havia encontros semanais do grupo para medir os resultados e ajustar os detalhes.

Foi nesse programa que descobri duas coisas:

1- o meu maior problema em relação à comida é psicológico. Desconto qualquer alteração de humor na comida. 2 – a dieta low carb.

Não posso dizer que superei a questão de descontar as alterações de humor na comida, mas aprendi a lidar com isso através de alguns exercícios e melhorou bastante a minha situação.

Sobre a dieta low carb, nos 40 dias do desafio, eu segui religiosamente o limite máximo de 30g de carboidratos estabelecido pelo nutricionista e os treinadores.

Perdi quase 20kg em apenas dois meses. Voltei a me sentir bem fisicamente a ponto de conseguir correr 1h por dia, sem sentir dores e ainda jogar futebol uma vez por semana.

Retornando à minha médica alguns meses depois, meus índices já estavam todos dentro da normalidade. Ou seja, sem chance de me tornar diabético ou cair duro no chão depois de comer um pão de queijo ou dar um beijo na minha namorada.

Inclusive, durante essa jornada, acabei colocando em prática o projeto @fat2pratt, cujo objetivo era atingir o nível Chris Pratt de carisma e forma física.

Hoje, apesar de estar longe da forma física do Chris Pratt, estou com um peso saudável e uma forma física satisfatória. Mantenho a dieta de segunda a sexta e me permito extravasar aos sábados e domingos. E tento fazer exercícios físicos pelo menos 3 vezes por semana.

Uma vida estável

Uma vida estável pode ter significados diferentes para cada pessoa. No meu caso, defini estabilidade como me manter empregado, não me endividar, manter o meu relacionamento o mais saudável possível e chegar ao final de 2018 em uma situação extremamente confortável, que me permitisse fazer planos maiores para o ano seguinte.

É nesse aspecto que a palavra mudança começa a aparecer no meu ano.

Para começar, eu consegui emagrecer de verdade, contrariando as expectativas dos anos anteriores. E além da mudança física, veio a mudança dos hábitos. Do meu estilo de vida. Da preocupação em não ter a saúde comprometida.

Eu precisava estar bem fisicamente para concluir meus outros objetivos.

Em segundo lugar, nesse ano li livros e assisti séries que mudaram a minha percepção sobre algumas coisas. Pode parecer até meio banal falando assim, mas entro em mais detalhes no meu post de Top 3 livros, séries e filmes que assisti em 2018.

Resumidamente: um livro me fez voltar a escrever por prazer e não por obrigação e duas séries me deram uma perspectiva diferente sobre a vida.

Homens Difíceis era a obra que faltava para que eu finalmente me motivasse a voltar a escrever e tentar realizar um sonho: ser roteirista. Estou muito longe disso ainda. Muito longe mesmo. Mas a obra me impactou de tal forma que voltei a produzir e comecei a investir em cursos de escrita criativa e roteirização.

Nos últimos anos venho escrevendo muito mais como parte da minha profissão do que pelo prazer de escrever coisas pessoais. Meu blog ficou quase dois anos sem posts e meu perfil no Medium ficou mais de um ano parado.

Apesar de não publicar tudo o que escrevo, produzo textos diariamente. Finalmente comecei a desenvolver o famigerado livro que todo escritor frustrado começa e nunca termina e já tenho pelo menos uma história em forma de roteiro que realmente pretendo levar adiante em algum momento dos próximos anos.

Saí da minha zona de conforto graças a um livro que conta os bastidores das maiores séries dos anos 2000.

Friday Night Lights e Six Feet Under são duas séries que mudaram a minha percepção sobre a vida.

Enquanto uma tem como pano de fundo o futebol americano e a outra o dia a dia de uma funerária, ambas falam sobre como a vida é algo imprevisível.

Você pode ter toda uma vida planejada. Você é a estrela do time de futebol americano, várias faculdades oferecendo bolsas de estudos para tê-lo como membro da equipe. Você facilmente será um jogador da NFL em no máximo 5 ou 6 anos. E durante uma partida, em um lance simples, tudo o que havia planejado vai por água abaixo, pois agora você está paraplégico.

Sua vida pode ser plena. Um bom emprego, uma boa família, bons amigos, saúde perfeita. Mas voltando do trabalho, sozinho no carro, um cachorro pode cruzar o seu caminho, você desvia para não atropelá-lo e bate de frente com um poste. A vida plena termina ali, em meio a concreto e aço amassado. Tudo porque um cachorro cruzou o seu caminho e você jamais o atropelaria.

Friday Night Lights fala, principalmente, sobre como a vida pode tomar vários rumos. Nem sempre será aquele que imaginamos ou planejamos. Nem sempre a sua qualidade como jogador será suficiente para torná-lo profissional. No meio do caminho pode estar uma contusão, um acidente, um crime, um filho indesejado. Ou você simplesmente não era bom o bastante.

Foi uma série necessária para me fazer entender e refletir sobre aquela coisa de “como eu me imaginava com 30 anos e como eu realmente estou”. Não cheguei nem perto de estar onde imaginava, mas onde estou não poderia ser melhor.

Six Feet Under mostra como a vida é breve e a morte é a única certeza que temos. A morte serve para unir pessoas. Separar pessoas. Trazer à tona ressentimentos guardados por anos. Mas, mais do que isso, mostra como precisamos viver o momento de forma plena, seja ao lado de quem amamos ou para resolver as diferenças com quem não nos damos bem, pois como diria aquele famoso ditado: “para morrer, basta apenas estar vivo”.

Essas duas séries serviram para mudar a forma como eu enxergo a minha vida e as pessoas ao meu redor. Por isso eu resolvi investir nos meus cursos de roteiro, investir na minha saúde, evitar ao máximo brigar com aqueles que eu amo e, de certa forma, evitar conflitos com quem não me dou bem.

Por fim, a maior mudança na minha vida aconteceu no final do ano. Mudar de emprego.

O que acaba sendo um paradoxo, já que uma das minhas metas era manter a estabilidade em todos os aspectos da minha vida.

2018 foi o meu melhor ano profissionalmente na empresa em que eu trabalhava. Melhorei meus resultados absurdamente, impactei positivamente no resultado da empresa em si e fui reconhecido por isso sendo promovido.

Poucos dias depois dessa promoção, fui chamado para conversar com uma outra empresa completamente diferente da qual eu trabalhava até então. Em todos os sentidos.

Em termos financeiros, não havia grande diferença. Mas havia a questão do desafio, da mudança de ar e, principalmente, de trabalhar com pessoas que são referência na minha área.

Não foi uma decisão fácil sair de um lugar em que estava há quase cinco anos, começando a ser reconhecido pelo meu trabalho, com resultados sólidos e bancar uma aposta em uma empresa que tem menos tempo de vida do que eu tinha de contratado no antigo emprego.

Foi, talvez, o maior dilema profissional pelo qual já passei na minha vida. E também foi a primeira vez em que fiquei com receio de recusar e depois me arrepender. Na dúvida, dei o famoso salto de fé.

Ainda é cedo para dizer se o salto terminou em uma rede de proteção ou se me espatifei no chão, mas eu precisava pular para ver.

De maneira geral, 2018 foi um dos melhores anos da minha vida.

Ainda não sei o que pensar sobre 2019. Não tenho boas perspectivas sobre o que pode acontecer no próximo ano em termos gerais. Não sei até que ponto as decisões que metade do país tomou em 2018 podem afetar a minha vida no ano que vem.

O que posso fazer é torcer pelo melhor esperando o pior. Sem muitas expectativas. E manter a qualidade do meu trabalho e me dedicar ainda mais aos meus estudos.

E o seu 2018, como foi? Conta aí pra mim.

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1 Responses to " Retrospectiva 2018 "

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    1. […] é que o blog tenha se tornado um site especializado em resenhas, mas como eu disse na minha retrospectiva, esse ano quero levar a sério os meus estudos sobre escrita criativa e […]

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