Top 3 livros, séries e filmes de 2018

Os melhores livros, séries e filmes que acompanhei em 2018.

Por Assistindo, Diário, Lendo

Compartilhe com os migos!

Junto com o reboot do blog, veio uma nova categorização das minhas postagens. Algo mais minimalista, focado nas principais atividades de um adulto que ainda insiste em manter um blog. Ou seja, além do diário, a ideia é falar sobre o que estou assistindo, o que estou lendo e o que estou ouvindo.

Apesar de ter assistido muitos filmes e séries, lido muitos livros e escutado muitos discos, nem sempre foi possível falar sobre cada um deles aqui. Mas para tentar fazer um pacotão de final de ano, resolvi elaborar o meu Top 3 livros, séries e filmes de 2018. Os discos vão ficar de fora dessa vez pois eu realmente não parei para pensar sobre o assunto.

O critério dessa lista é um só: as obras que impactaram a minha vida em 2018. Não entra nenhuma questão técnica nem nada do tipo, até porque se a ideia foi resgatar o blog como ele era antigamente, quero deixar de fora a presunção que eu tinha de ser um tipo de crítico de cinema ou literário.

Eu não tenho a menor credibilidade para isso.

Sem mais enrolação, confira o meu Top 3 dividido por categorias.

Top 3 livros de 2018

Eu não tenho registros anteriores que possam comprovar de fato essa afirmação, mas acredito que 2018 tenha sido o ano em que li mais livros na minha vida. Algo do qual me orgulho imensamente, já que começava a me sentir meio relapso em relação às minhas leituras.

Talvez o grande responsável por isso tenha sido o meu Kindle Paperwhite, uma das melhores aquisições desse ano. Mas as leituras não ficaram apenas no âmbito digital. Também li muitos livros físicos. Porém, depois que o gadget entrou em minha vida, pude voltar a ler no horário em que mais rendo: antes de dormir, com todas as luzes apagadas.

3 – Mindhunter

Depois de assistir a série da Netflix, a única coisa que pensei foi: eu preciso ler esse livro o quanto antes. Assim que apareceu uma promoção, comprei o bendito.

O livro foi escrito por John Douglas, ex-agente do FBI, que entrevistou os maiores serial killers e assassinos americanos para tentar entender a mente destes criminosos e, a partir disso, desenvolver métodos de investigação, identificar e definir perfis psicológicos e produzir um dos maiores estudos da história da criminologia.

Foram poucas as vezes em que eu me senti tão imerso em uma história onde tudo ali aconteceu de verdade. O mais curioso é que, à medida em que vamos acompanhando o desenvolvimento da pesquisa e a aplicação prática dos resultados na solução de vários crimes, começamos a perceber como tudo o que aqueles caras fizeram nos anos 70 funciona na prática.

Eu sou um apaixonado por histórias – reais ou não – de investigação criminal. E todos os perfis que os agentes traçavam condizem com quase 100% dos casos que envolvem algum tipo de assassinato. São pequenas observações que podem ser aplicadas em várias situações do dia a dia. Basta apenas prestar atenção ao comportamento das pessoas ao seu redor. O que não quer dizer que são assassinos, apenas que o nosso corpo muitas vezes nos trai por não estar na mesma sintonia que a nossa mente, como por exemplo, ao contar uma mentira.

Terminei o livro jogando dinheiro na tela da Netflix e fazendo depósitos diários na conta do David Fincher para eles lançarem logo a segunda temporada, que vai apresentar um dos casos narrados no livro.

2 – Como as democracias morrem

O golpe de estado clássico, com o uso de armas pelas forças armadas ou guerrilhas, tão comuns na América Latina entre os anos 50 e 70, já não existe mais. Hoje, os governos autoritários são alçados ao poder de forma democrática, através de eleições legais e participação popular.

Chega a ser irônico concluirmos que as democracias morrem justamente por meio de mecanismos democráticos. Mas é exatamente isso que mostra o livro escrito por Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, professores da universidade americana de Harvard.

Pegando como exemplo máximo a ascensão de Donald Trump ao poder, passando pelos governos autoritários que surgiram nos últimos anos em países como Turquia, Hungria, Rússia e Venezuela, o estudo mostra que basicamente existe uma regrinha e pré-requisitos que, se observados, podem nos mostrar como um país retrocede em sua democracia e adota um regime autoritário.

O livro me impactou pois é possível observar todos os passos acontecendo no Brasil desde 2013, que culminaram com a eleição de Bolsonaro. Além disso, o candidato vem seguindo à risca a receita do bolo antes mesmo de tomar posse, o que deixa o nosso futuro muito incerto.

É uma leitura importante para quem quer compreender melhor a guinada ao autoritarismo que se abateu sobre alguns países.

1 – Homens DifíceisOs bastidores do processo criativo de Breaking Bad, Família Soprano, Mad Men e outras séries revolucionárias.

De longe o livro que mais marcou a minha vida em 2018. A ponto de me fazer voltar a escrever com frequência e retomar os estudos sobre uma profissão que sempre amei mas nunca tive a força de vontade para levar adiante: a de roteirista.

Escrito por Brett Martin, o livro nos leva a um mergulho profundo pelos bastidores das séries que tornaram os anos 2000 a década de ouro da produção televisiva. Do processo criativo dos criadores até às intrigas das salas de roteiristas, acompanhamos todos os passos entre a ideia, elaboração do piloto, oferta para emissoras até a exibição.

O livro foca bastante em duas questões: o arquétipo dos homens difíceis, os personagens masculinos que marcaram essa década com seus problemas de homens brancos, héteros, trabalhadores que precisavam de uma válvula de escape e como esses personagens refletem, de alguma forma, a personalidade de seus criadores.

É uma leitura obrigatória se você gosta de escrever, de séries e, principalmente, se quer ser roteirista.

Eu cheguei ao ponto de sentir uma dor física ao me aproximar do final, pois é uma obra tão viciante que eu não queria terminar a leitura.

Se não fosse por esse livro, talvez nem estaria escrevendo esse texto hoje.


Top 3 séries de 2018

O ano de 2018 serviu para muitas coisas em minha vida, inclusive para pagar a minha dívida histórica com algumas séries dos anos 2000 que, talvez, fossem muito adultas para a minha cabeça adolescente que só queria saber de Smallville e The O.C.

Eu assisti muitas séries esse ano. A Netflix com o seu ritmo frenético lançando novidades todas as semanas faz com que seja cada vez mais difícil escolher uma série apenas e se dedicar a ela sem correr o risco de levar spoilers dos outros lançamentos. Escolha consciente ou não, as séries dessa lista não fazem parte do catálogo do serviço de streaming.

Se você ainda não assistiu a alguma destas séries, prepare a pipoca, aproveite as férias de final de ano e assista, fazendo um favor a si mesmo.

3 – The Handmaid’s Tale

Apesar da série ter sido lançada em 2017, só fui assistir esse ano. Não foi por falta de interesse, mas pela preguiça de ter que apelar para métodos arcaicos como fazer download via torrent. O streaming me deixou mal acostumado.

The Handmaid’s Tale é um soco no estômago, um chute no nariz e uma cusparada na cara. É uma série pesada, difícil de assistir. Não por ter uma trama complicada, mas por se passar em um universo considerado distópico onde as mulheres perdem todos os direitos, passando a serem consideradas apenas objetos, com a única função de “parir” os filhos dos homens no poder.

Dizem que é ficção distópica, porém com todas as chances possíveis de se tornar realidade. Não é exagero. Lembre-se que em países como a Arábia Saudita, mulheres adquiriram o direito de dirigir recentemente.

Uma das recompensas da série é poder entender como foi que os Estados Unidos chegou a esse ponto, e para não estragar a experiência de quem não assistiu ainda, tentarei explicar a trama sem entrar em muitos detalhes.

Na série acompanhamos a história de June, uma mulher que vê a sua vida mudar completamente depois de perder todos os seus direitos e a sua liberdade, sendo obrigada a se tornar uma Aia.

A única função de uma Aia é servir ao seu Comandante e sua esposa (que só não é escravizada, mas continua sem nenhum direito), sendo estuprada a fim de engravidar e gerar um filho para essa família.

Isso é tudo o que você precisa saber para começar a assistir a série imediatamente e passar raiva junto comigo.

The Handmaid’s Tale me impactou justamente por se tratar de uma história de ficção com muitos paralelos em relação a comentários que vemos governantes fazendo diariamente. O desprezo e a misoginia de alguns justificaria tranquilamente a adoção de atitudes que a série exibe.

São tempos sombrios quando uma séries assim parece ter um pé na realidade.

2 – Six Feet Under (A Sete Palmos)

Imagine uma caminhonete com dezenas de bonecas infláveis cheias e amarradas em sua carroceria. O motorista e o passageiro estão distraídos conversando sobre mulheres quando freiam bruscamente para não atropelar um skatista. Como resultado, as cordas que seguravam as bonecas se soltam e elas começam a voar pelos céus de Los Angeles. É uma cena engraçada.

Corta.

Uma senhora saindo com seu carro de um supermercado. No rádio, uma conversa sobre a entrega entre marido e esposa em seu leito, como um dever divino. A senhora concorda com um Amém. Percebe-se que é uma mulher muito religiosa. Algo chama a sua atenção. Ela olha para o céu, ofuscada pelo sol. Para nós, são bonecas infláveis. Para ela, são anjos com uma missão. Chegou o momento do arrebatamento. Ela agradece aos céus, sai de seu carro e corre em direção às figuras divinas. Nem percebe quando é atropelada.

Tela branca.

Dorothy Sheedy 1954 – 2003

É com esse tipo de humor negro que Six Feet Under trata, nesse episódio, sobre a dor e as diferentes maneiras de se lidar com o luto. É um episódio que começa com uma situação tão bizarra quanto engraçada e, pelos próximos 50 minutos nos leva para uma viagem sem volta sobre como esperamos que os outros lidem com uma perda da mesma maneira com que lidamos.

A série mostra o dia a dia da família Fisher, que oferece serviços funerários. A morte é o ponto de partida de todos os episódios e através da relação dos personagens com os mortos, discute assuntos como ressentimentos familiares, aceitar quem você é e homofobia, abrir mão de sonhos e planos para cuidar dos negócios da família, vícios, violência, depressão e a morte em si.

São poucas as séries que conseguem nos fazer refletir sobre assuntos tão comuns através de situações bizarras. Six Feet Under faz isso em todos os episódios. E assistir a essa série me fez repensar sobre como eu lido com a questão da morte. Melhor dizendo, sobre como estou vivendo, já que tudo pode acabar a qualquer momento.

Falei sobre esse assunto em artigo no meu perfil do Medium que você pode conferir clicando aqui.

É curioso notar como em 2001 a HBO já abordava temas tão “polêmicos” de uma forma sensível e visceral como nessa série. Ainda hoje percebemos um certo pudor das produções americanas em tocar em determinados assuntos, mas Alan Ball, o criador da série, não tem medo de colocar o dedo na ferida, afundar e torcer.

Se você não assistiu até hoje, é sua obrigação começar 2019 com essa série. É uma produção fundamental para qualquer um que se diz amante de séries.

1 – Friday Night Lights

De tudo o que eu assisti em 2018, Friday Night Lights (2006) foi o que mais me impactou diretamente.

Antes de falar sobre a série, preciso fazer um breve resumo do contexto em que ela foi lançada.

O início dos anos 2000 foi marcado pelo sucesso de séries adolescentes como The O.C e One Tree Hill, ambas lançadas em 2003.

Enquanto O.C mostrava os dramas de jovens brancos, ricos e sem preocupações em uma cidade paradisíaca da Califórnia, One Tree Hill apostava no drama novelão, com meio-irmãos adversários que se apaixonam pela mesma garota e precisam dividir a atenção do pai.

Em 2003 era fácil me identificar com personagens dessas séries, mesmo tendo uma vida completamente diferente daquelas pessoas. O adolescente dos anos 00 precisava de muito pouco para se entreter.

Eu assisti The O.C novamente em 2018 e a experiência que eu tive foi completamente diferente. Se você não é um jovem americano privilegiado, nem os dramas da série conseguem passar alguma identificação. Assuntos sérios são abordados da forma mais superficial possível, alguns personagens são extremamente mal construídos e aqueles que eu mais gostava na época, hoje eu considero alguns dos piores seres humanos da ficção.

Estou evitando assistir One Tree Hill para não sofrer o mesmo.

É muito triste rever depois de adulto uma série que você amava quando era adolescente e ter essa visão mais “madura”.

Friday Night Lighsts chegou na segunda metade dos 00’s, em 2006.

À primeira vista, pode parecer só mais uma série adolescente que se passa no universo do futebol americano colegial. Mas o futebol é apenas o pano de fundo para uma história sobre frustrações, racismo, persistência, perseverança e, acima de tudo, amadurecimento.

A série gira em torno da família do treinador Taylor e os alunos da Dillon High, jogadores do Dillon Panthers, da cidade fictícia de Dillon, no Texas. Entre jogos, campeonatos e treinos, a vida de cada um desses personagens é colocada à prova para nos mostrar que nem sempre os nossos planos se concretizam.

Apesar de ouvir falar da série na época, nunca cheguei a assistir ou me interessar. Inconscientemente, foi uma das melhores decisões que eu poderia ter tomado.

Se tivesse acompanhado na época em que foi lançada, eu ainda seria um cara que acabou de sair da adolescência, com meus 20 anos, sem muita vivência e com a certeza absoluta de saber como seria a minha vida depois dos 30.

Se tivesse assistido essa série em 2006, talvez não me identificaria tanto com a questão de frustração. De não ver os meus planos se concretizando da forma como sempre pensei que aconteceria. De ter que mudar os rumos da minha vida por achar que era bom em alguma coisa, quando na verdade, estava longe disso.

Friday Night Lights tem o poder de apresentar personagens completamente humanos. Com defeitos e falhas de caráter. Com uma bondade quase infantil em alguns casos e uma persistência absurda em outros. Personagens que tiveram sua vida planejada desde os primeiros passos e, de uma hora para outra, se vêem em uma situação com a qual não contavam nesse plano perfeito.

A vida é assim. Feita de planos e frustrações. De superações. Se reencontrar e se entender como pessoa.

Em um ano cheio de mudanças e transformações na minha vida, Friday Night Lights caiu como uma bola lançada aos 4 segundos do último quarto de tempo, direto em minhas mãos na linha de touchdown.


Top 3 filmes de 2018

Ao contrário de livros e séries, não houve nenhum filme que tenha impactado tanto a minha vida. Nesse quesito, Os Goonies e Clube dos Cinco ainda continuam imbatíveis. Por isso, não falarei tanto sobre eles. Vou deixar para que vocês assistam e formem a própria opinião.

3 – Pantera Negra

Para ficar no termo clichê, um divisor de águas no gênero de super-herois. Finalmente um heroi negro, em posição de poder e sucesso, e um vilão com uma motivação que nos faz questionar se ele realmente é do mal, ao contrário do maniqueísmo que estamos acostumados a ver nesse tipo de filme.

2 – Três Anúncios para um Crime

Apesar de ter sido lançado lá fora no passado, Três Anúncios para um Crime só estreou por aqui em fevereiro de 2018.

Foi a primeira vez que eu saí do cinema completamente arrebatado pela a atuação de uma atriz. Um Oscar nunca foi tão merecido e acertado como o da Frances McDormand. No geral, o elenco inteiro desse filme fez um trabalho inacreditável.

1 – Infiltrado na Klan

Um policial negro conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan. O tipo de história tão surreal que é quase impossível acreditar que aconteceu de verdade. Um filme extremamente necessário – infelizmente – em 2018.

Como é dito por um dos personagens, sem contexto para não dar spoiler, as coisas foram se naturalizando de tal forma que finalmente conseguiram colocar “um deles” na presidência. Por aqui não foi diferente.

E pra você? Quais foram os melhores livros, séries e filmes que você acompanhou em 2018? Conta pra mim.

Compartilhe com os migos!

1 Responses to " Top 3 livros, séries e filmes de 2018 "

    Conta ai pra mim o que você achou!

    Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

    1. […] b) Casas que poderiam estar em New Port Beach – The O.C. […]

    × Fechar