Já tentei ser jogador de futebol, físico nuclear, cientista da computação e famoso. Terminei formado em publicidade e escrevendo em um blog sobre a minha vida. Isso, meus amigos, é o que eu chamo de sucesso.

Uma noite alucinante!

Vocês se lembram da garota que copia os depoimentos e scraps que envio para a minha namorada para mandar para o namorado dela? (Clique aqui e aqui se não conhece a história)

O que eu citei apenas superficialmente é que eu estava ficando com ela basicamente um pouco antes de conhecer a minha namorada e, quando conheci a primeira dama, simplesmente parei de falar com a garota. Mas não é sobre isso que vou falar. É sobre a aventura medonha que foi encontrar com essa garota pela primeira vez.

Tudo começou quando ela respondeu que “me pegava” em um daqueles tópicos de comunidades do Orkut.  (Leia a frase anterior de novo. Sacou o nível da parada? Continuemos). Bonitinho, sensual e bem sucedido, sou um prato feito pra qualquer garota, mas já sou comprometido, felizmente.

Malandro adepto da escola Oliver de sedução que sou, logo me engravei com a garota,respondendo que também a pegava e já partindo pra troca de MSN’s e toda essa burocracia digital pós-Orkut.

Conversa vai, conversa vem, masco ela pra cá, masco ela pra lá e a garota me chama pra festa junina da escola dela, que por coincidência era outra unidade do colégio que eu havia me formado.

Em meio ao convite, a copiadora de scraps resolve bater uma aposta comigo. Ela apostou que eu não iria a festa. Obviamente, a brecha foi aberta e já lancei a clássica “o que eu ganho se eu for?” A resposta era uma só. heh6cg

Aposta selada, casada no chão,  parti para a aventura.

Pra começar, estamos falando do bairro Minas Caixa, que fica após o bairro Venda Nova, que para quem não conhece é, digamos, um distrito dentro de Belo Horizonte. Além daquele pedaço, todo o restante é considerado “barra pesada” pelos demais moradores de bom senso da capital mineira.

New Sale em vermelho.

New Sale em vermelho.

Uma pequena pausa narrativa:

Homem nessas horas é uma merda, pois acaba pensando com as bolas ao invés do cérebro e acaba se metendo em “altas confusões”. Ignorando completamente o meu sentido aranha que insistia em me dizer “é furada, amigo”, resolvi comparecer ao local.

Voltamos.

Não fazia a menor idéia de onde era a escola da garota e tive que apelar pra uma das coisas que mais odeio: pedir para o trocador do ônibus me avisar quando deveria descer.

Geralmente o trocador ignora a sua presença e só te avisa que o ponto passou uns 5km depois do local desejado. Mas, por sorte, esse trocador era legal e me mostrou o lugar certo.

Infelizmente aquele era o lugar certo.

Apesar de o colégio ser militar, era um lugar, no mínimo, nefasto. Estava rodeado pela famosa raça dos “abas retas”, que são nada menos do que aqueles garotos da periferia que utilizam os seus bonés com as abas devidamente retas e, por si só, já infligem um alto grau de medo em rapazes da área nobre como eu.

Vida Loka é nois. LOL!!!111 rsrrsrrssr

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Passado o cagaço, vamos em frente. O show de horrores tinha que continuar.

O colégio não poderia ser diferente. A turma que estava na rua, migrou em peso para o ambiente da festa e minhas esperanças de sair vivo daquele local diminuíam a cada minuto.

Veja bem, eu sou o tipo de cara tem estampado na cara “burguesinho de merda”. Não é pelas roupas ou por algo que eu esbanje, mas é o modo como eu me comporto. Não me visto com quase nada de marca. O problema é que na época eu estava numa fase meio, astro do rock juvenil. E astro do rock juvenil não combina com o bonde do baile funk.

Sabe aquela cena do baile funk em tropa de elite, antes dos aspiras sentarem o dedo em todo mundo? Então, o local estava basicamente daquele jeito. E era uma festa junina, hein?

Uma rodada de suco pra galera! A moçada bonita de Venda Nova.

Uma rodada de suco pra galera! A moçada bonita de Venda Nova.

Resumindo a estadia na festa, sobrevivi e chegou a hora de ir embora.

Eu não tinha mais do que R$ 10 no bolso, afinal, isso dava e sobrava pra pagar a minha passagem de ônibus. O que ninguém me avisou era que o ônibus que ia direto de lá e passava pelo meu bairro, parava de circular após as 22h. Isso já era quase 23h.

Estava o Rafael em um local deserto, cheio de perigos e completamente sozinho esperando o primeiro ônibus random que passasse por ali. Todos convergiam para o mesmo lugar e eu poderia pegar outro de lá pra minha casa.

Acontece que os ônibus simplesmente não passavam por ali. Acho que era toque de recolher ou algo do tipo. A quantidade de ônibus era inversamente proporcional à quantidade de caras suspeitos que passavam me encarando e me olhando de cima a baixo.

Uma certa compressão anal começou a se fazer presente.

Após mais de meia hora esperando um ônibus e nada. O primeiro Taxi que passou – era um táxi mesmo, cara! – chamei. Para a minha sorte, o motorista era legal e não pensou que eu iria assaltá-lo. Provavelmente porque eu era único cara vestido “como gente” naquele lugar.

Entrei no táxi e desembolei o seguinte diálogo:

– Cara, eu tenho R$ 10. Até onde você pode me levar com isso?

– Você precisa ir pra onde, chefe?

– Eu tenho que ir para o bairro X.

– Vishe colega, por dez barão nem rola.

– E na estação Venda Nova, dá pra me deixar?

– Aí sim. Bora.

Abençoado seja aquele motorista cujo nome, infelizmente, não me lembro. Salvou uma pobre alma aquele dia.

Infelizmente não era o Antônio Alves, Taxista.

Infelizmente não era o Antônio Alves, Taxista.

Chegando à estação ainda tive que esperar mais alguns minutos até o próximo ônibus sair. Eu já não agüentava mais ficar naquele bairro. Sinto calafrios só de pensar nos momentos em que passei ali.

Me chame de fresco. Prefiro dizer que é auto-preservação.

Naquele dia jurei que não voltaria mais lá e os próximos encontros que tive com a garota sempre foram em lugares públicos, como shoppings e etc. Afinal, ali pelo menos tinha segurança.

Depois ainda nego vem me perguntar por que parei de falar com ela quando conheci a minha namorada. Francamente.

Segurança em primeiro lugar. Sempre.

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Casos de família

Problem Child!

Problem Child!

Você sabe que uma família é completamente disfuncional quando o filho de 15 anos é a pessoa mais escandalosa e pirracenta da casa. É esse tipo de situação com a qual tenho de conviver a alguns anos, desde que o moleque do apartamento de frente para o meu aprendeu a falar.

Os pais do garoto parecem duas múmias que não fazem nada para contrariar o pequeno Führer. Palavras de amor como “bando de filhos da puta” ou “vão tomar no olho do seus cus” são as mais pronunciadas pelo garoto aos seus pais. Um amor de família, diriam os mais tradicionais.

Certa vez, em mais um de seus acessos de loucura, o jovem começou a gritar sem parar “tudo nessa porra é a minha culpa”. Instintivamente, a minha reação foi pegar a .40 do meu pai acabar com o sofrimento dessa pobre alma com duas azeitonas bem colocadas recheando o crânio do jovem, mas, no momento e para o azar do enfant terrible, meu pai não estava em casa.

Sou de um tempo onde esse tipo de comportamento era remediado na base de tapas, surras de cinta e, em alguns casos, chineladas ou até mesmo a utilização de elementos mais rústicos, como a famosa vara verde. Hoje em dia com esse tal de Direitos Humanos não se pode mais educar esse tipo de meliante.

Aí, o que acontece? O moleque cresce e se torna um adulto completamente instável e frustrado. Ou se torna gay, ou vai passar a vida toda dependendo de analista e livros de auto-ajuda. E, muito provavelmente, se tornará um blogueiro. Um pró-blogger, de preferência.

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SporTV – Sensível como nenhum outro canal!

Repórter do SporTV

Repórter do SporTV

Acredito que falar mal do brasileiro é o maior sinal de complexo de vira-latas que existe. Muitas pessoas se esquecem que, querendo ou não, são brasileiras e ponto final. Mas em algumas situações, falar mal dos nossos “conterrâneos” se torna necessário.

Durante a final da prova dos 1500 metros feminino, ao encontrar uma pequena brecha para ultrapassar a líder Gelete Burka, a espanhola Natália Rodriguez, percebendo que seria jogada para o lado de fora do circuito deu um pequeno “chega pra lá” na adversária.

Veja o vídeo abaixo.

httpv://www.youtube.com/watch?v=zVKM1h6MF-g

Logo após o término da prova, a espanhola foi declarada vencedora, mas, obviamente, era questão de tempo até os juízes avaliarem o vídeo e desclassificassem a mesma.

Durante esse tempo, era visível o incômodo de Natália ao comemorar a vitória, pois era uma situação delicada. A atleta estava dando entrevistas para algumas redes de televisão internacionais quando foi anunciada no telão a sua desclassificação. A moça não viu a informação e provavelmente nenhum dos repórteres que estavam a entrevistando.

Nesse momento, demonstrando toda a capacidade do brasileiro em ser filho da puta, a equipe do SporTV, percebendo que a corredora ainda não sabia da desclassificação enquanto distribuía sorrisos aos outros repórteres, foi lá e mandou o aviso:

Filha, você foi desclassificada”. Ou algo nessa linha, pois não deu para escutar o que o repórter falou. Ele provavelmente deve ter perguntado como ela se sentia após a desclassificação pois consegui identificar o primeiro comentário da atleta:

“Sem medalha”?

Pois é.

Enquanto o repórter na pista dava a má notícia, a equipe de estúdio comemorava como se o Brasil tivesse acabado de conquistar uma medalha. Vangloriavam-se pelo fato de ser um brasileiro a informar que a corredora fora desclassificada.

Sinceramente, quer dar o furo, ok, mas não fique comemorando como se isso fosse um prêmio Pulitzer. Deixe esse tipo de notícia para o técnico ou algum familiar da pessoa.

Natália Rodriguez saiu visivelmente abalada da área de imprensa. Enquanto isso a equipe do SporTV provavelmente estourava uma champagne.

Pouco tempo depois, entrevistando a saltadora brasileira Maurren Maggi, que havia desistido da prova devido a dores no joelho e completamente decepcionada, o repórter do SporTV nos premia com mais um poço de sensibilidade:

“Não fica assim não, Maurren. A sua filha deve estar te esperando em casa com uma medalhinha”.

Tem que ser muito filho da puta mesmo.

Quero registrar aqui os meus parabéns para a equipe do SporTV que cobriu o mundial. Vocês são um bando de filhos da puta.

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Um drink no inferno – Rafael e o show do Fresno

A molecada emocore apavora!

A molecada emocore apavora!

Não sou o tipo de cara que fica no tuíter “trollando” fãs de Fresno e emocore em geral e me sentindo realizado por isso, mas ao mesmo tempo, minha resistência aos “fãs” da banda é um pouco abaixo do normal. Acho que é por isso que nem tenho ido mais a alguns shows de rock. Porém, na sexta-feira, graças a um par de ingressos “na faixa”, tive que deixar o preconceito de lado e partir pro show da banda Fresno.

Como não poderia deixar de ser, o ambiente estava recheado de pré-adolescentes histéricas com as suas blusinhas de banda, calças skinny e Converse/Nike/Vans, com os cabelos devidamente pranchados na franja e aquele ar blasé de quem está fumando somente para mostrar que é cool, mesmo que tenha que passar o dia todo no balão de oxigênio após o show. Bronquite, sabe como é.

Sabe quando você tem um pesadelo onde você precisa correr o mais rápido possível e simplesmente não consegue sair do lugar? Era mais ou menos essa a sensação que eu tive no show do Fresno.

Após as bandas de abertura, era a hora do “melhor grupo musical” do Brasil subir ao palco. Mais de 40 minutos com os roadies arrumando equipamentos e luzes até que os músicos de verdade subiram.

Como todo bom espetáculo, as luzes foram apagadas e o gelo seco tomou conta do lugar. Me senti numa vibe meio Girls Just Wanna Have Fun, só me faltou a Cindy Lauper aparecer ali pulando e gritando. Mas não foi bem assim.

A gritaria foi insuportável. Gritinhos de “Fres-nô” tomavam conta do lugar. Para muitas garotas, aquele foi o primeiro orgasmo, mesmo que não façam a menor idéia do que isso seja, afinal, metade do público era de garotinhas de 15 anos, mesmo sendo censura 16.

Com o visual e a atitude descolada que só os grandes nomes do rock conseguem demonstrar, a banda já chegou quebrando tudo. O Tavares, baixista, mostrando toda a sua consciência política, entrou com uma camiseta escrito “Tchau Sarney” e alguma outra palavra de ordem que não me lembro.

Poxa, maneirão! Para o pessoal que ta ali no show e não faz a menor idéia de quem é Sarney, provavelmente acharam que se tratava de um amigo do cara que foi embora.

Curiosamente, no Prêmio MultiShow não vi tamanha consciência política. Mas tenho um certo déficit de atenção. Isso deve ter me escapado.

Mas voltando ao público, que é o personagem principal desse post, essa juventude aí regada a Nx Zero e revista Capricho ainda insiste em prestigiar mais a beleza física dos artistas do que a própria música.

Gritinhos de lindo, perfeito e gostoso ecoavam por todo o recinto, o que me dava uma certa ânsia de vômito.

Bem do meu lado tinha um cara, aparentemente hétero, mas que durante o show se transformou. Ficava gritando o nome dos integrantes da banda e não perdia uma oportunidade de passar a mão nos caras quando eles chegavam próximos do público.

Sem contar a garotinha da frente que não sabe a diferença entre um contra-baixo e uma guitarra. Lamentável.

Saí do show antes do final, o que melhorou o meu humor naquele dia em 110% e me fez ter ainda mais certeza de que esse universo não é mais pra mim.

Estou oficialmente aposentado do universo “rock and roll colegial”.

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Dois filmes que valem a pena assistir

Alguns filmes são tão simples e com histórias tão cativantes que é impossível não se tornar fã logo após os créditos subirem.

Recentemente me tornei fã de dois filmes que recomendo a todos. O primeiro deles, que já deveria ter falado dele há mais tempo, foi uma dica que vi no blog Grande Abóbora. Chama-se Uma Noite de Amor e Música (Nick and Norah’s Infinite Playlist).

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Norah e NIck, respectivamente

O filme é baseado em um livro de mesmo nome (que você pode comprar clicando aqui) e conta a história de Nick (Michael Cera) e Norah (Kat Dannings), dois adolescentes que se encontram em um show de rock. Norah pede para Nick ser seu “namorado” por 5 minutos, o que leva a uma noite em plena Nova Iorque mostrando com um toque simples e direto uma história de amor em meio ao universo da música Indie.

O filme é simples, simpático e extremamente cativante. Você se identifica perfeitamente com os protagonistas ou com os amigos deles, além da história que poderia acontecer com qualquer um de nós.

O outro filme que entrou no meu “ranking de melhores filmes” não tem a menor previsão de estréia no Brasil (segundo o Omelete seria agora em agosto, mas pelo visto…) e sim, foi na base do Torrent, e chama-se Adventureland.

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Sim, tem a moça do Crepúsculo no filme!

Sabe quando você planeja muito uma coisa e de uma hora pra outra vê tudo dando errado e você seguindo o pior caminho possível? Então.

James Brennan (Jesse Eisenberg) tinha tudo planejado: faria uma viagem pela Europa para comemorar a sua formatura na faculdade, porém, seu pai teve um corte no salário e não pode pagar a viagem. Mais problemas ainda quando ele descobre que talvez não consiga fazer a sua pós em Nova Iorque. A solução? Voltar para sua terra-natal e trabalhar no pior lugar possível: O parque de diversões Adventureland.

Em meio a esse emprego, Brennan conhece os mais variados tipos de pessoas e situações: o cara nerd, o amigo retardado, o cara maneiro, os chefes carismáticos e a garota perfeita.

Gostei de Adventureland de cara por um único motivo: foi dirigido por Greg Mottola, o cara que nos presenteou com a obra-prima das comédias adolescentes modernas (na minha opinião) – Superbad.

É aquela mesma estética de filme anos 80, inclusive Adventureland se passa em 1987, mais ou menos a época em que Superbad foi escrito, se levarmos em conta que se trata da adolescência de Seth Rogen.

Curiosamente, nos dois filmes o personagem principal começa o filme tomando um fora e, a partir daí, a vida deles muda de alguma forma, e sempre com uma garota no meio. Garotas, sempre elas!

Outra dica é a trilha sonora dos dois filmes. Excepcional. No caso de Adventureland é uma ótima coletânea de músicas dos anos 80 e em Uma Noite de Amor e Música temos bandas que não são representantes do “indie rock mainstream” (por mais bizarro que isso possa parecer).

Enfim.

São dois filmes que recomendo fortemente. Se você gosta de comédias adolescentes que não apelam para sátiras de outros filmes ou nudez desnecessária, Adventureland vai te fazer rir sem soar forçado.

Agora se você curte rock, histórias de amor modernas e o Michael Cera, Uma Noite de Amor e Música é ideal. Principalmente se for assistir acompanhado. 😉

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