O Macartismo e a blogosfera. Um caso de inveja.

Por Arquivo

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Eu como pro-bloggers no café da manhã. rsrs

Eu como pro-bloggers no café da manhã. rsrs

Se você já cursou o ensino médio, provavelmente já ouviu um termo chamado “Macartismo“. O Macartismo foi um período na história americana onde um senador – Joseph McCarthy – comandou uma verdadeira caça as bruxas contra os comunistas entre os anos 40 e 50.

Durante esse período, várias pessoas acusadas de serem comunistas foram demitidas de seus empregos, investigadas e em alguns casos até presas. Um dos setores mais vigiados foi do entretenimento, onde atores, diretores e roteiristas eram a favor da diplomacia e apoio a paz.  (Mais aqui)

Cê viu o twitt pago do Tas?

Cê viu o twitt pago do Tas?

Veja bem: pessoas que eram a favor de uma outra ideologia foram perseguidas de modo a preservar o bom e velho American Way of Life. Em muitos casos, as pessoas não eram nem a favor da ideologia comunista, eram apenas pacifistas. Mas isso não era justificativa.

Posso estar viajando, mas farei um paralelo com o que vejo atualmente na blogosfera e divagarei um pouco sobre o assunto. A chance de eu falar uma merda nesse post é grande, portanto esteja à vontade para me corrigir ou contribuir caso sinta a necessidade.

Nessa foto do Flickr temos dois pro-bloggers saindo de um NOB.

Nessa foto do Flickr temos dois pro-bloggers saindo de um NOB.

Há uma clara divisão atualmente entre quem ganha dinheiro com blogs e quem não ganha. Com base nessa afirmativa, também confirmo que existem aqueles que são favoráveis a essa prática, aqueles que são contra e aqueles que são apenas críticos da forma como isso acontece atualmente.

Isso é normal em toda e qualquer cultura e não quer dizer que, pelo fato de eu criticar a forma como a publicidade em blogs é realizada, eu seja um comunistinha estudante que pensa em um mundo cheio de igualdade e felicidade para todos. Longe disso.

Eu sou publicitário, blogueiro, twitteiro e demais adjetivos que envolvam redes sociais. Eu adoro as mídias sociais e a forma como elas são utilizadas. Porém, com a liberdade que essas mesmas mídias me permitem, faço críticas ao que eu acho errado ou certo. Essa é a maravilha de poder ter voz no mundo virtual.

Acontece que existe certa comodidade e uma corrente filosófica entre blogueiros que diz: “Eu ganho dinheiro, por isso sou invejado pela ralé”. Esse é o típico pensamento do príncipe do gueto. O cara que “supostamente” saiu da miséria e hoje é alguém muito importante… para meia dúzia de pessoas.

Cada pessoa escolhe a melhor maneira de ganhar dinheiro na vida. Alguns ganham blogando, outras chupando, algumas até ganham dinheiro trabalhando. Eu sou do tipo que trabalha e em alguns casos ganho uma grana com o blog. Nada muito alto, apenas a comissão de algumas vendas. O suficiente para sair com a namorada durante um mês.

Eu não tenho inveja de quem ganha dinheiro com blog, apesar de 99% das pessoas que conseguiram essa proeza acreditarem o contrário. Digo mais: acredito que a grande maioria das pessoas que criticam a forma como a publicidade é feita em blogs, também não tem inveja, já que cada um ganha dinheiro da sua maneira.

Pelo lado de quem ganha dinheiro, há uma impressão de que são vítimas de uma nova forma de Macartismo. Só que ao invés de perseguir comunistas, persegue-se… pro-bloggers!

Não há uma perseguição. Não tem ninguém instalando um grampo telefônico na sua casa e muito menos interceptando os seus e-mails. Esse sentimento de vítima vai completamente contra aquele discursinho que algumas pessoas sempre fazem de “saber lidar com críticas”. Quando você acusa o mundo de ter inveja de você por criticá-lo, me faço a pergunta: Cadê aquela pessoa que sabe lidar com críticas?

Como tudo no mundo existe aqueles que são contra ou a favor. Na internet não poderia ser diferente, já que o ambiente virtual é um reflexo da nossa vida off-line. Eu não sou obrigado a gostar de uma coisa e tenho a total liberdade de criticá-la da forma que eu achar mais conveniente. E não faço uma crítica por fazer, tento sempre acrescentar uma base sólida e maneiras de como o objeto criticado pode ser melhorado.

Mas não adianta. A parcela que se sente invejada sempre utiliza o mesmo argumento: “É feio ganhar dinheiro com blogs, é feio falar o que eu penso, é feio ganhar dinheiro com o twitter”. Não, não é feio. Mas não faça disso uma verdade absoluta como se fosse o único caminho, meio e verdade.

Da mesma forma que você tem a sua “liberdade de expressão” (entre aspas mesmo) de veicular qualquer tipo de anúncio em seu blog, eu tenho a minha de criticar a forma como isso é realizado. Essa é a base de um debate. Argumentos de ambos os lados, cada um mostrando o seu ponto de vista.

Concluindo, não existe um Macartismo atualmente. Não tem ninguém perseguindo pro-bloggers, não tem ninguém perseguindo quem Twitta sobre uma marca sendo pago para isso. Existe quem é contra e quem é a favor, quem concorda e quem não concorda. Ninguém é obrigado a aceitar a sua idéia, da mesma forma como você não é obrigado a aceitar a de ninguém. Mas existe o bom senso que leva ao consenso.

Também não existe uma comunidade organizada de invejosos. Mas parece que convencer as pessoas disso é difícil. A inveja é um sentimento que engrandece o objeto invejado. Afinal, qual a melhor forma de se sentir superior a uma pessoa do que afirmar que ela tem inveja de você? Isso parece papo de pastor de igreja presbiteriana.

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16 Responses to " O Macartismo e a blogosfera. Um caso de inveja. "

  1. Dorly Neto disse:

    Se ele é foda assim sem ser jornalista, quando eu crescer quero ser igual a ele.

  2. rafabarbosa disse:

    Existem vários casos de pessoas que exerceram a função de jornalista apesar de não terem cursado uma faculdade de jornalismo. Na Publicidade isso é comum, mas não sei dizer como se dá essa situação no jornalismo. To gostando dessa discussão aqui. Pode render um post…

  3. Diego Camara disse:

    Ok, ele afirma ser jornalista. Se eu te disse que sou médico você também vai acreditar?

    E se eu disser que já trabalhei em um hospital, isso faz eu parecer mais médico?

    Você não compreendeu o ponto onde quero chegar?
    Em que jornal ele trabalhou para se designar como jornalista? Ele é comunicador de Rádio e TV, um roteirista, não um jornalista.

    Ele utiliza o título de jornalista como uma fachada, como muitos comunicadores por aí. Isso traz relevância e chama a atenção, pois jornalistas tem (ou deveriam ter) mais crédito e relevância.

    Ele dizer que é não o torna, nunca foi e acredito que nunca será jornalista. Jornalistas trabalham em jornais, revistas, portais, redigem ou editam notícias.

    Desde quando jornalistas fazem programas de humor e trabalham no Castelo Rá-Tim-Bum? Isso é uma atividade jornalística?

    Ele enquanto jornalista é uma tremenda piada.

    Porém, você está certo, se ele quer se considerar um jornalista (algo que não é) deveria agir conforme os preceitos básicos da profissão, estes que ele provavelmente deve desconhecer, afinal nunca sentou em um banco de faculdade de comunicação para se especializar em jornalismo ou sequer fez parte de uma redação, a não ser como colunista, que não é uma atividade realmente de um jornalista.

  4. Adilson Fuzo disse:

    Olá Diego!
    Dê uma olhadinha no site dele:
    http://marcelotas.uol.com.br/bio-curriculum.php

    “CV do Marcelo Tas (vs. resumida)

    Marcelo Tas

    É jornalista e comunicador de TV.

    Entre suas obras destacam-se o repórter ficcional Ernesto Varela e as séries infantis “Rá-Tim-Bum” (TV Cultura). Tas também participou da criação do “Programa Legal” e “Telecurso” (TV Globo) e do “Beco das Palavras”, um game interativo no Museu da Lingua Portuguesa, em São Paulo.

    Atualmente, Tas é o âncora do programa CQC, na TV Bandeirantes e autor do “Blog do Tas”, no UOL, um dos blogs mais premiados do país.

    Tas já foi agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, entre eles a bolsa da Fullbright Comission, quando foi artista residente na NYU- New York University, nos Estados Unidos.”

    A questão do diploma em jornalismo é bem mais profunda e vale uma discussão a parte.

    No caso do Tas, se ele se autodefine como jornalista, ele tem o dever de abraçar os preceitos da profissão na sua integridade, e não só quando lhe convém.

    Sendo assim, da mesma forma que um psicólogo ou um advogado não pode falar abertamente dos casos que cuida no Twitter – por uma questão de sigilo profissional – uma pessoa que se apresenta como jornalista não pode fingir que está sugerindo um ótimo serviço de internet, quando na verdade está levando uma grana para fazer propaganda do produto.

    É uma questão ética.

    E mais um detalhe: cuidado com as informações da Wikipedia.

    Abraços

  5. Diego Camara disse:

    Só deixar claro uma coisa, Marcelo Tas não é, nunca foi e provavelmente nunca será jornalista.

    Para isso, levanto algumas questões:
    – Marcelo Tas já trabalhou em radiojornalismo? NÃO!
    – Marcelo Tas já trabalhou com jornalismo em TV? NÃO!
    – Marcelo Tas já trabalhou em algum jornal ou revista sem ser como colunista (colunistas não precisam ser jornalistas)? NÃO!
    – Marcelo Tas tem diploma ou curso de Jornalismo? NÃO!
    – Já trabalhou em agências de notícias ou portais publicando notícias? NÃO!

    Desde quando Marcelo Tas é jornalista que eu não sei?
    Não importa se o cara diz que é jornalista, dizer é fácil. Posso falar agora que sou advogado, você só vai acreditar se eu mostrar a carteirinha da OAB. Perguntem ao Tas se ele tem MTB de Jornalista.

    Na Wikipédia Lusófona (palavra horrível) tem o artigo sobre a história dele, nele está escrito:

    “É graduado em engenharia civil pela Escola Politécnica da USP, em 1982. Iniciou o curso de graduação em rádio e TV pela Escola de Comunicação e Artes da USP em 1980, mas não o concluiu. Tem curso de Aperfeiçoamento Profissional em Cinema e Televisão e em Multimédia e Novas Tecnologias pelo Fullbright Scholarship Program na Tish School of Arts da Universidade de Nova Iorque, realizados entre 1987 e 1988.” (grifos meus)

  6. Adilson Fuzo disse:

    Não vou entrar no mérito da questão, mas eu tenho N motivos para afirmar que um jornalista não deve receber dinheiro de uma empresa para divulgar seus produtos.

    É lógico que ninguém é obrigado a concordar comigo. Mas as pessoas simplesmente se recusam a manter uma discussão racional. Para eles é mais fácil desqualificar tudo o que é dito com frases do tipo: “isso é inveja”, “isso é mimimi”, “você está querendo aparecer às custas das pessoas famosas”… Argumento que é bom, quase nunca aparece.

    E faça-se justiça, a tropa-de-choque do Tas não é só de pró-bloguers. Tem muita gente que simplesmente admira o Tas e, emotivamente, o defende sob qualquer circunstância. E quem não faria? Ele é inteligente, engraçado, talentoso, carismático..

    É preciso entender que a questão não é pessoal. Estamos falando de um jornalista, que neste caso é o Tas, mas poderia ser qualquer outro jornalista. Um profissional que fez um juramento ao sair da faculdade se comprometendo em “não omitir, não mentir e não distorcer informações, não manipular dados e, acima de tudo, não subordinar em favor de interesses pessoais o direito do cidadão à informação”.

  7. Bruno Vox disse:

    @Rafael,

    Sobre o trecho que eu postei eu coloquei o link para as pessoas poderem tirar suas dúvidas.

    E com certeza, a frase “Cada pessoa escolhe a melhor maneira de ganhar dinheiro na vida. Alguns ganham blogando, outras chupando, algumas até ganham dinheiro trabalhando” ficou no mínimo estranha, não quero o interpretar de forma errada, mas foi o que eu interpretei.

    Algumas pessoas podem ter interpretado da mesma forma que eu.

    Abraço,

  8. Diego Camara disse:

    Eu juro que iria postar aqui e dar minha opinião, mas não vou mais.

    Você disse tudo sobre este assunto…

    Perdi cerca de meia dúzia de seguidores no Twitter por fazer brincadeirinhas com o tweet pago, até de uns “medalhões” da blogosfera.

    Particularmente não estou nem aí, mas parece meio contraditório e um sintoma da “invejinha” ao não aceitar ideias contrárias…

    Bem, é a vida e ela segue, e você como sempre mandou super bem no post. Continue assim!

  9. Respira fundo e escreva de novo, brother. A idéia parece ser boa, mas precisamos de vírgulas!

  10. Monthiel disse:

    Rafael, entre tudo, gostei dessa frase: “(…) Mas existe o bom senso que leva ao consenso…”

    É justamente isso que falta pra esses fodões, deus gregos, narcisistas da blogosfera. Tudo e qualquer coisa que você criticar neles, É INVEJA. Se criticar, é inveja, se opinar, é inveja, se elogiar, é inveja reversa. É tudo inveja.

    Pelamor meus caros. Vocês deram a sorte de pegar a blogosfera no início. Não nego, produziram sim bom conteúdo e ganharam muitos seguidores com isso. Mas os tempos são outros. Estamos na éra onde todos tem espaço. Todos mesmo. Se não gosto de seu trabalho, tenho tanto o direito de criticar quanto você tem de respirar. Simples assim.

    Chega de pensar que os nano-blogs criticam porque tem inveja. Não existe isso. A crítica deveria ser aceitar por todos, e principalmente por vocês (deuses gregos da blogosfera), afinal, a sua base de sustentação são seus seguidores. Se não ficarem esperto e verem que eles estão começando a blogar também e adquirir opinião própria, seus reinados irão desmoronar, e muito em breve.

    Abs,
    @monthiel

  11. Renato disse:

    Ganhar $ e conseqüência de um bom conteúdo se o cara tem algo de legal para mostrar logo ganhara $, então quem tem inveja na verdade tem e um péssimo conteúdo e não sabe como ganhar algum com o lixo que produz nem paraquedista sabe chamar ai direcionam suas energias para falar mal de quem sabe como ganhar algum isso que eu fico grilado.

  12. j. noronha disse:

    A discussão ganhar dinheiro com isso ou aquilo é cíclica, eu acho essa história do twitt pago muito 2007, só muda de blog para twitter.

    Eu nem leio mais nada à respeito e don’t give a rat ass sobre isso, já dei unfollow em meio mundo, por sinal.

    Se eu tivesse seguidores o suficiente para despertar algum interesse, claro que faria twitt pago.

    Mas você tocou no ponto principal, cada um gosta ou desgosta e ninguém tem nada a ver com isso. Até porque só quem liga para isso tudo é blogueiro, o público normal não está nem ai.

    É como aqueles posts sobre campus party, leitor que não é blogueiro foge como o diabo da cruz.

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