Coerência não é o ponto forte de uma galerinha do barulho

Por Arquivo

Compartilhe com os migos!

Alguém se lembra da reação da blogosfera e da “twittosfera” quando os blogs foram capa da revista Época? Foi basicamente a reação de um jovem garoto ao ver pela primeira vez uma mulher nua. A empolgação, o olhar de cobiça e desejo e a paudurescência típica de quem antes só havia tido essa experiência em revistas e na tela do computador.

Foram posts e twittadas de todos os tipos e tamanhos. Em alguns casos tivemos até faixas em fachadas de prédios com a famigerada mensagem “Agradecemos pela graça alcançada”. A blogosfera estava em êxtase. Era o apogeu da cultura blogger no Brasil.

Pra fechar com chave de ouro temos um blogueiro na TV. Em pleno horário nobre e com certa freqüência dando dicas sobre blogs na novela das oito. Televisão, novela, capa de revista. Os blogs estavam na cabeça do povo e a massa agora sabia do que se tratava essa ferramenta.

Pouco tempo depois o Twitter começou a despontar na grande mídia brasileira. A ferramenta que já era bastante difundida entre os blogueiros e intelectuais das mídias sociais foi descoberta pela imprensa. Começaram as reportagens, as entrevistas e, mais uma vez, a capa de uma grande revista, novamente a Época.

Mas espera aí? Por que diabos dessa vez as pessoas acharam ruim? O que diferencia os blogs do Twitter em relação à quantidade de pessoas que os lêem e participam? O fato de que os blogs possuem AdSense e te dão lucro?

Isso é de uma hipocrisia sem tamanho, as pessoas acharem que tem o direito de ter uma ferramenta só para elas, ainda mais em uma época onde o “social” é abordado em tudo, desde o jornalismo social às mídias sociais.

Falei recentemente sobre o Twitter na capa da Revista Época, mas depois me lembrei desse pequeno fato ocorrido meses atrás. Foi o bastante para me questionar como as pessoas tem opiniões divergentes em relação à mídias semelhantes.

Não importa se é um semi-analfabeto que acesse seu blog, mas importa bastante que ele não crie uma conta no Twitter. Onde está o “social” nesse raciocínio? Onde está a tão falada inclusão digital promovida por quem produz conteúdo e publicidade para a Web?

Enfim. Acredito que as pessoas ainda não sabem o que querem da vida, a não ser alguns cliques a mais no AdSense. Mesmo que incoscientemente.

Compartilhe com os migos!

5 Responses to " Coerência não é o ponto forte de uma galerinha do barulho "

  1. Fábio Buchecha disse:

    Agora se twitter tivesse adsense tava todo mundo soltando fogos, clamando pela popularização e escrevendo postzinho água-com-açúcar nos seus blogs (ou fazendo #mimimi porque a panelinha dominou a capa de revista).

    Deprimente.

  2. Walquiria disse:

    Rendeu-me um post revoltado. o_O

  3. CàH disse:

    Concordo com o texto. Não acompanhei blogs e muito menos o Twitter na capa da Época, não tenho interesse nesse tipo de mídia impressa (mas isso é outra história).
    Voltando, eu concordo que é bem estranha a reação diferente da dos blogs, já que o Twitter nada mais é do que um micro-blog e isso nem se pode negar.
    Não entendo o porquê desse alvoroço todo de “não quero esses n00bs twittando”. As twittadas são todas no seu canto, nesse momento deve ter milhares de “miguxos” ou “analfas” twittando por aí e não tão atrapalhando ninguém em nada, pelo contrário, eles podem com esses recursos conquistar uma certa ‘maturidade’ e começar a criar conteúdo interessante, não é impossível.
    Os que não tiverem uma certa maturidade online serão naturalmente barrados õ_o. Nem sei se me expressei direito, mas melhorar parar aqui senão fica tipo um segundo texto LOL.

  4. Entrevero na Web disse:

    Muito bom o texto, parabéns!

  5. Monthiel disse:

    Só para constar: Não sou contra a popularização nem do Twitter nem dos Blogs. Sou contra os mixugos. Esse é meu único medo.

    Abs,
    @monthiel

Conta ai pra mim o que você achou!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

    × Fechar