O feijão tropeiro e a igualdade social

Por Arquivo

Compartilhe com os migos!

Trabalho em uma região de classe alta. Uma alameda com dezenas de condomínios e suas famigeradas varandas gourmet. Um reduto onde é fácil encontrar firmas de advocacia, escritórios de design, consultórios particulares, estúdios de estética, agências de publicidade, boutiques de alta costura e o trailer do tropeiro.

O trailer do tropeiro é uma espécie de Super Bonder social que une todas as classes de trabalhadores dessa região. Não importa o seu cargo: de diretor financeiro a mestre de obras, o tropeiro é um amor em comum de todos os que trabalham por aqui.

E apesar de toda a propaganda massiva que nos atinge todos os dias, o tropeiro de lá não é gourmet. E o trailer não é “truck”.

Naquele pequeno espaço, sob tendas armadas em meio a calçada e a avenida, patrões e proletários vivem em completa harmonia. Não é raro ver um executivo vestido com ternos de corte sob medida e sapatos italianos discutindo os jogos do campeonato brasileiro com um peão trajando macacão e colete da prefeitura.

Por um breve momento, a utopia da igualdade social se faz presente em nossas vidas. Ali, todos tem R$ 9 para comprar o marmitex pequeno ou R$ 12 para comprar o grande. Das 12h ás 14h, a Alameda da Serra é a prova viva de que é possível um mundo onde todos são iguais.

Não precisou de nenhuma revolução armada, de nenhum partido de extrema esquerda chegar ao poder ou militantes cheios de conceitos e ideais libertários.

Foi preciso apenas um combinado de arroz, feijão tropeiro, couve, linguiça, ovo frito e torresmo.

A igualdade, meus amigos, é uma coisa linda! E o tropeiro é delicioso.

 

Compartilhe com os migos!

4 Responses to " O feijão tropeiro e a igualdade social "

  1. Nathália disse:

    Quando abri a sua página e vi essa foto e “TROPEIRO” escrito embaixo, me deu água na boca. Mas foi tanta água, que quase afoguei, kkkkkkk! Dieta + 11h + foto de comida não rola 🙁 Ainda bem que não sei fazer se não estava perdida! E obesa…
    Quero saber: quem é que não gosta de tropeiro?
    É tão gostoso e completo, que só precisa de um arrozinho do lado e pronto! (eu como até puro)

  2. rafabarbosa disse:

    Ressurgindo das cinzas, se não é o nosso querido Abutre e Costela (não lembro qual dos dois era especificamente HAHAHAHAHAHHA).

    Valeu, cara! 😀

  3. Heitor Amarak disse:

    Mandou bem, como sempre.

Conta ai pra mim o que você achou!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  1. […] esse objetivo em mente, começamos a juntar dinheiro. Mas é como dizem: o proletariado não pode ter um dia de felicidade. O Real ficou ainda mais desvalorizado em relação ao Euro e o Dólar. Logo, Europa e Estados […]

× Fechar