Tenho um gosto musical peculiar. Não sei se essa seria a expressão correta já que trabalho sem o menor critério na hora de decidir o que ouvir.
De alguma banda obscura do leste europeu a Wesley Safadão, sou uma pessoa que encara sem medo as surpresas que o Spotify pode nos proporcionar.
Foi com a mente aberta que resolvi procurar e compartilhar com vocês algumas das pequenas relíquias que esse maravilhoso serviço de streaming esconde em seus servidores.
Preparados para descobrir algumas relíquias brasileiras no Spotify? Vem comigo!
1 – Celso Portiolli
Radialista, ex-vereador, apresentador e showman. Como se não bastassem todas essas facetas, Celso Portiolli nos apresenta um sólido trabalho como cantor.
Seu único álbum foi lançado em 1998. “É Tempo de Alegria” deve ser uma daquelas bolachas raras que somente os melhores colecionadores tem acesso.
Com hits como Amizades Virtuais, Que bom que o domingo chegou e Mocinho de Cinema, o disco é uma verdadeira ode à alegria, diversão e a televisão brasileira.
Clica no play e divirta-se com o sucessor espiritual de Augusto Liberato, o Gugu:
2 – Baladão do Faustão
Em algum momento de 2012, nosso querido Fausto Silva resolveu fazer um compilado dos “melhores do ano” (com um critério muito obscuro e subjetivo) e lançou um disco chamado Baladão do Faustão.
Nada combina mais com o dono das tardes de domingo da Rede Globo que esse cd.
Um mix delicioso de tudo o que embalou as novelas e rádios brasileiras naquele ano. E tudo acompanhado com a Banda do Domingão em versões inéditas.
Para citar apenas alguns dos hits presentes:
Michel Teló – Ai se eu te pego/Humilde Residência (num remix delicioso)
Sorriso Maroto – Assim você mata o papaiJoão Lucas & Marcelo – Eu quero tchu eu quero tcha
Munhoz e Mariano – Camaro Amarelo
Sem mais delongas, clique nesse link (ou na imagem, porque não deu pra incorporar) e retorne para 2012 com Faustão e sua turma.
3 – Sérgio Mallandro
Maior expoente do humor nacional, Sérgio Mallandro é a versão em carne e osso dos coelhinhos da Duracell após uma rave de 72h regada a muita cocaína e energético.
Além de par romântico e príncipe da Xuxa em Lua de Cristal, Serginho também se arriscou na carreira de cantor. Sua frase mais emblemática leva o nome de seu hit supremo:
Vem fazer Glu-Glu
Com um gostinho de anos 90, no disco auto-intitulado Sérgio Mallandro, você encontra hinos de toda uma geração:
– Tic Tic Nervoso
– Lua de Cristal (a versão do Serginho)
– Superfantástico
– Rap do Mallandro
– Vem fazer glu-glu
Tá esperando o que pra ouvir?
4 – Os Trapalhões
Bastiões do humor politicamente incorreto entre os anos 70 e 90, Os Trapalhões são um patrimônio histórico da humanidade brasileira.
Com o auge do sucesso na televisão e nos cinemas, a trupe humorística também soltou o gogó em um álbum recheado com aquela sacanagem gostosa com todos os estereótipos e preconceitos que marcou a era de ouro da turma.
O Monty Python brasileiro, já recuperado do baque da morte de um de seus integrantes, nos entrega um dos melhores trabalhos até aquele momento, mais especificamente em 1991.
Imortalizado pelo grupo, a canção Pula Veadinho narra as desventuras da turma em um zoológico sendo um dos grandes sucessos desse álbum.
Se você também adorava as trapalhadas de Dedé, Didi, Mussum e Zacarias, clique no play e relembre os melhores momentos dos Trapalhões:
5 – Gugu Liberato
O eterno concorrente de Fausto Silva nas tardes de domingo também não marcou bobeira quando o assunto era música.
Gugu gravou inúmeros discos ao longo de sua carreira, mas o Spotify tem apenas um registro dessa fase racional. Nesse caso, voltado exclusivamente para crianças (imagino que tentando pegar carona no sucesso do Xuxa Só Para Baixinhos).
Imagino que a motivação para esse álbum tenha sido a paternidade, já que em 2002 nascia João Augusto Liberato, o herdeiro do apresentador.
Eu confesso que fiquei assustado com algumas músicas desse disco, especialmente Táxi do Gugu.
A música me passa a sensação de que o táxi é uma espécie de carona para o inferno, cujo motorista é alguém um pouco atormentado e com certas predileções por crianças.
Para piorar, a música é cortada com alguns sussurros do Gugu soltando frases como “O táxi do Gugu é mais gostoso viajar” ou “Pode pedir pra ele pegar na escola ou em qualquer lugar”.
Tenho certeza que se essa música for tocada de trás pra frente teremos uma espécie de cântico satânico invocando Lúcifer.
Imagino que muitas crianças tenham ficado traumatizadas devido a exposição a esse disco.
Mas é um dos tesouros do Spotify que vale o play:
Acho que a conclusão desse post é óbvia, né? O Jay Z pode até tentar revolucionar a indústria da música e do streaming com o seu TIDAL, mas aposto que jamais terá uma seleção tão minuciosa e relevante de músicas quanto essa do Spotify.