A importância do Twitter como meio de comunicação
Um dos pontos positivos de redes sociais como o Twitter é a urgência com que as informações são propagadas. Fato que o mundo não passa duas semanas sem alguma tragédia para alimentar os noticiários e a internet. A dessa semana (que provavelmente fará a galera esquecer as enchentes no Brasil) é o terremoto que atingiu o Haiti.
Mais uma vez o Twitter deixa a mídia tradicional para trás no que diz respeito à velocidade com que a informação é enviada. Até mesmo os grandes veículos como a Rede Globo, através do Jornal da Globo, utilizaram a ferramenta de “micro-blog” para alimentar o noticiário.
Segundo o próprio apresentador William Waack, as informações que chegavam à redação eram precárias. Não havia muitos registros de fotos e vídeos do terremoto no Haiti. A comunicação foi cortada na capital Porto Príncipe e até mesmo o governo americano não conseguia entrar em contato com sua embaixada na cidade.
Nesse momento é que enxergamos (mais uma vez, já que não é nenhuma novidade) a importância de ferramentas sociais tanto para o jornalismo quanto para a os órgãos do estado que prestam ajuda às vítimas da tragédia.
A mobilidade da ferramenta, que pode ser atualizada por celular permite que informações e fotos possa ser o elemento chave no socorro a feridos, organização de equipes de resgate e marcação dos principais focos de destruição.
Infelizmente, em países pobres como o Haiti, esse tipo de mobilidade é bastante precária graças à falta de infra-estrutura na rede de comunicação. Percebe-se que são poucas as pessoas que conseguem enviar as mensagens através de celulares ou smart-phones.
Fica claro, pelo menos para mim, que os países devem investir mais recursos na área de telecomunicação, principalmente internet, e implantá-los na prevenção e atendimento a esse tipo de catástrofe. Porém, não é possível investir nesse processo sem a ajuda de países mais ricos. É mais do que óbvio a importância que as redes sociais tem na sociedade hoje em dia e devem ser vistas não apenas como mais um meio barato para veicular publicidade e sim como um facilitador de troca de informações. No Brasil, é até infantil pensar que órgãos públicos não permitem o acesso à essas redes. Ainda bem que em Minas Gerais esse quadro mudou.
A internet vem desenvolvendo um papel importante nos últimos anos no que diz respeito a velocidade de informação. Já é hora de os governos utilizarem de forma correta esse tipo de rede social (Twitter) integrado com outras ferramentas on-line como o Google Maps nos órgãos de defesa civil. É uma pena que esse tipo de atitude, atualmente, seja realizado em 99% dos casos por pessoas comuns que estão no lugar certo e na hora certa.
Claro que não poderia encerrar sem a minha crítica de sempre ao universo das “mídias sociais” no Brasil. É muito difícil ver um usuário brasileiro agindo dessa forma nas catástrofes daqui. Geralmente ele está mais preocupado em acompanhar o BBB e twittar as suas impressões do que compartilhar informações úteis. Salvo quando ótimas exceções aparecem e temos iniciativas como o Projeto Enchentes. Mas isso é papo pra outro post.
Cabe uma reflexão, principalmente para aqueles que trabalham com as mídias sociais (o meu caso) sobre as formas como as utilizamos atualmente. Mais do que isso, ao invés de criticar a “Orkutização” do Twitter ou qualquer outra rede, devemos promover a forma adequada (apesar de cada um usar do jeito que bem entender) de utilização dessas redes e as inúmeras possibilidades que elas oferecem. Além, é claro, de fazer pressão para que as tarifas de telefonia celular sejam reajustas para um patamar realista no Brasil. Afinal, twittar do celular não é tão barato assim.
Até mais.
Sobre plágio, hobbie, internet e serious business
O final de semana foi conturbado nessa tal internet. Blogs saíram do ar por determinação judicial e outros simplesmente abandonaram o “ofício” pelo fato de serem plagiados por algum malandro da web. Que tensão, não é, amigo?
Pois bem. Eu, particularmente, acredito que a pessoa que não está preparada para lidar com o plágio na internet realmente não deveria produzir conteúdo. É uma opinião radical e extrema, sim, pois, se você desiste de fazer o que gosta simplesmente porque alguém está copiando o seu trabalho, dá a entender de que não gosta tanto assim dele. Disse e repito mais uma vez: é a minha opinião e pode não refletir o senso comum da galere.
Sabemos que publicando qualquer tipo de conteúdo “original” na internet, você estará sujeito a ter esse tipo de informação copiada, em muitos casos sem citação de fonte ou referência. Isso, por mais que você não goste, é normal. Sempre fez parte da vida do ser humano, seja em uma monografia ou em uma reportagem jornalística. As pessoas sempre copiaram umas às outras.
Alguém se lembra de Milli Vanilli? Uma dupla que fez muito sucesso no início dos anos 90. Em pouco tempo ganharam o mundo. Bastou a fama aparecer e os podres não ficaram escondidos por muito tempo. A dupla, na verdade, apenas “dublava” as músicas que eram cantadas por outros artistas. Não chega a ser plágio, mas os caras não davam crédito aos “verdadeiros” artistas. O que aconteceu? O próprio público e a crítica descobriram a farsa, enterrando de vez a carreira da dupla. O público percebe quando algo não é original e se encarrega de acabar com o problema.
Quando se é “relevante” nesse meio (internet), não importa em que posição o Google te coloca em uma pesquisa. Dane-se o cara que está na sua frente replicando os seus textos. Para o seu público, aquele que gosta do seu trabalho, você continua sendo a referência na área e são essas pessoas quem vão te indicar para os amigos e assim por diante.
Plagiadores existem aos montes e o próprio Google se encarrega de cuidar deles, visto a grande quantidade de pessoas que fazem isso e são punidas frequentemente sendo banidas do Adsense ou relegadas às últimas páginas de resultados do grande oráculo. Quem perde é sempre o otário que copia.
Eu não ligo muito para plágio. Não aqui do blog. Mas já fui vítima de plágio de coisas mais pessoais, o que já foi citado por aqui e aqui.
Quem me copia, provavelmente tem um motivo, e acredito que esse motivo seja a qualidade (ou a falta) dos meus pots. Cometer um suicídio virtual (excluir blog, conta em redes sociais e etc) só mostra que você é fraco e não tem tanta vontade assim de continuar com uma coisa que te dá prazer. Não sou do tipo que abre mão de vários amigos, contatos e etc por causa de uma pessoa. Ou poucas. Amigo, já me ferrei tanto com internet, que se fosse fazer esse tipo de coisa, provavelmente já teria sofrido efeitos na minha vida off-line.
Não me cabe ficar aqui julgando (apesar de ter feito isso, de certa forma, nos parágrafos acima) a atitude das pessoas. Cada um sabe dos seus problemas. Não vou ficar dizendo o que deve ou não fazer, mas isso não me impede de opinar sobre um fato. A questão é que mesmo dizendo não, muitas vezes a pessoa fala que blogar é um hobbie, mas na verdade, acha isso tudo serious business demais.
Que venham as pedras.
Projeto Verão 2011!
Eu sempre tive problemas para dormir cedo. Principalmente depois que ganhei um computador e conheci a internet na época do pulso único após a meia-noite. Raras foram as vezes que consegui dormir antes de 2h da manhã. Claro que a coisa ficou complicada quando comecei a estudar de manhã. E foi assim no final da escola, durante toda a faculdade e agora continua enquanto trabalho.
Ontem, segunda-feira, por um incrível milagre, consegui dormir às 21h. Deitei com a sensação de que teria uma longa e tranqüila noite de sono. Mas, puta que o pariu, a porcaria do meu organismo se acostumou a dormir no máximo quatro ou cinco horas por dia e quando o relógio marcava 2h da manhã acordei como se tivesse dormido a noite toda.
Isso é uma merda por dois motivos: estou sem sono nesse exato momento e tenho que ir trabalhar daqui a pouco e, principalmente, a programação da TV de madrugada é uma merda. Nem falo de internet porque nesse momento não to muito animado. Enfim.
Esse “fato”, de não conseguir dormir, acabou me animando para escrever sobre a minha nova empreitada em busca do ideal de beleza imposto pela sociedade brasileira. Matriculei-me na academia!
Pois é. A partir de amanhã, aliás, logo mais a noite, estarei correndo como um louco na esteira, andando de bicicleta ergométrica curtindo a belíssima paisagem de uma parede e levantando alguns pesos para crescer o “muque”. Não. Não tenho a menor pretensão de ficar forte ou definido. Não curto muito isso. Quero apenas perder os quilos que ganhei no último ano e voltar a ser um cara magro e feliz. Apesar de que gordinhos sempre são mais engraçados, vide o Seth Rogen, que depois de emagrecer perdeu completamente o carisma. Agora é só mais um ator comum.
Até procurar uma endocrinologista eu procurei. Passou dieta e tudo o mais. O melhor de tudo é que ela disse que eu posso continuar tomando a minha Coca-Cola, desde que seja Light ou Zero (o que não é nenhum sacrifício, já que assumi essa, digamos, postura desde o ano passado).
O fato é que não sou um cara, digamos assim, disciplinado nesses assuntos. Da última vez que emagreci não fiz nenhuma atividade como academia. Foi tudo baseado na comida caseira da mamãe e na diminuição de “refeições” por dia. Mas, quando se trabalha, a coisa fica complicada porque comer em restaurante com muita variedade de comida te faz perder um pouco da noção e cair de cabeça em grandes orgias alimentares. Principalmente quando se trabalha ao lado de um McDonalds e pertinho de um Pátio Savassi com Outback.
Mas acho que agora vai ser diferente. Não “prometi” emagrecer em 2010, o que já é um bom sinal, pois não vou me frustrar caso não consiga. Estou apenas preocupado com o fato de que se eu engordar mais corro o sério risco de não conseguir mais enxergar o meu “pênis”. E aí, caro leitor, é hora de me desesperar, pois não sei o que faria se não conseguisse mais ver o meu amiguinho. Risos.
Se a academia der certo – e eu espero que dê – estarei preparado para usar sunguinha branca no verão 2011, curtindo as delicias do litoral brasileiro e batendo uma peladinha com os amigos na orla de alguma praia carioca. Ou em Guarapari mesmo.
Retrospectiva baseada em expectativas
Ahh! Adoro o aroma adocicado de clichês em pleno último dia do ano! Seguindo a tradição da sempre competente rede Globo, resolvi relembrar o que aconteceu durante o ano de 2009 baseado nas minhas expectativas pessoais e “blogueiras”, formuladas em 2008 a convite do meu grande amigo Super Wallace e elaborar uma pequena retrospectiva.
No âmbito pessoal, o meu ano foi excepcional. Consegui, de forma surpreendente, alcançar todas as expectativas pessoais destinadas a esse já saudoso ano de 2009.
A meta para 2009 era arrumar emprego na área de mídias sociais. Essa, a princípio, foi uma meta um tanto quanto desanimadora, dada a visão do mercado de publicidade digital mineiro no início do ano. Felizmente a coisa mudou para muito melhor, o que garantiu a contratação desse jovem, bonito, inteligente e sagaz blogueiro para o plantel da 5Clicks. Mais uma meta alcançada!
A terceira expectativa para 2009 e essa sim, algo que eu deveria alcançar de qualquer forma para recuperar a minha honra perante a comunidade nerd, era comprar um vídeo-game. Como citei no texto das expectativas, meninos sempre serão meninos, não importa a idade.
Em novembro alcancei esse objetivo e reencontrei um velho amigo, chamado carinhosamente de PS2. Ou PlayStation 2, pra quem está mais familiarizado.
Foi uma reconciliação com alguém que eu havia abandonado há alguns em troca de uma excursão inesquecível e terrível ao mundo das micaretas. Fez-se a justiça e atualmente ostento esse console que nos dá tantas alegrias.
A última expectativa pessoal alcançada foi realizar alguma viagem. Por mais que tenha sido apenas um dia, eu cumpri e estive no Rio de Janeiro em outubro. Infelizmente não consegui tomar um refri com o Super Wallace e a linda Nath. Mas estou providenciando isso.
Mas nem tudo são flores. Eu também tinha expectativas quanto ao blog e, diferente dos anos anteriores, elas falharam miseravelmente.
De certa forma, consegui tornar este espaço rentável. Ganho uma graninha de AdSense, Submarino e Mercado Livre, mas não é algo que me permita viver apenas de blog. E nem é esse o meu objetivo de vida.
Não investi mais no blog. Deixei da mesma forma que estava. Nem Hypes eu postei com freqüência.
Não participei de nenhum blogcamp. Primeiro porque não teve um em Minas Gerais e dei mole de não conseguir comprar passagens para participar do BlogCamp-RJ.
Das pessoas da BlogZona, a única que conheci pessoalmente foi o Pedro Turambar. Aquela biba.
De certa forma também dei continuidade aos meus estudos sobre blogs, mas não com a mesma intensidade e freqüência de 2008. Quis dar um tempo pois estava saturado do assunto após a monografia.
Para 2010, as minhas únicas expectativas são comprar um carro e emagrecer. São bem mais difíceis do que as que mantive para 2009, mas quem sabe, né? Ás vezes eu consigo.
Um feliz 2010 a todos os amigos leitores.
Uma noite (frustrada) de amor e música
Pois é amigos. O mundo off-line é tão selvagem, tão imprevisível que estou passando mais tempo lá do que aqui, na nossa sempre correta internet. Há dias venho tentando escrever alguma coisa por aqui, mas nada que mereça a sua atenção, amigo leitor. Entre tantas aventuras vividas nesses dias de férias, o único texto que achei digno de ser publicado aqui é um fato terrível acontecido há alguns anos.
O que você está prestes a acompanhar nas próximas linhas é um relato apaixonado e emocionante de quem perdeu algo muito importante durante a vida. Uma história de formação, crescimento e amizade (ou quase isso). Um episódio marcante na minha vida e que traçou fortemente o meu caráter. Caso perceba uma lágrima escorrendo, não se sinta culpado. Apenas leia.
O ano era 2002. Estava na plenitude da minha adolescência – no alto dos meus 16 anos. Só queria saber de andar de skate, jogar PlayStation, pegar garotas (o que eu fracassava constantemente) e escutar rock. Algo natural para um garoto dessa idade. Nessa época eu ainda não era viciado em internet. Utilizava a rede única e exclusivamente para mascar garotas no ICQ e baixar músicas e pornografia amadora. Ah sim, eu também tinha dois fã-sites: um sobre Blink 182 e outro sobre Smallville hospedados no guerreiro HPG e que hoje já não mais figuram nos anais da internerd.
Depois da Maria Tereza, Blink 182 e Smallville eram as minhas duas outras paixões naquela época.
Vale fazer essa contextualização histórica, pois Blink 182 tem parte fundamental nesse relato.
Conheci a banda quatro anos antes, no longínquo ano de 1998. Ano esse em que a nossa seleção tomara um chá de piroca na final da copa do mundo, mas que não vem ao caso e nem é importante para a história.
Graças ao primo de um vizinho, tive meu primeiro contato com aquele trio de San Diego – CA. Os acordes que me encantaram logo de cara eram, na verdade, o pontapé inicial da porradaria chamada Josie. Até hoje uma das minhas preferidas.
Aquela velha fica k-7 logo rodou todo o bairro gerando várias cópias, dentre elas a que foi minha companheira por mais de três anos. Infelizmente eu sou da época em que ter um mp3 player ou um celular que toca MP3 era algo um tanto quanto distante. O mais próximo de um player compacto que eu tive foi um Discman, mas que não funcionava muito bem sem um CD.
Outro detalhe: nessa época os CDs do Blink 182 em Belo Horizonte eram raridade. A banda começava a estourar nos Estados Unidos e chegava de mansinho no Brasil. Só havia cópias importadas, o que aumentava o preço astronomicamente.
Eu demorei três anos para colocar as mãos no meu primeiro cd do Blink 182. Era o mais recente lançamento deles: Take off Your Pants and Jacket. Já estávamos no ano de 2001 e até aquela data, era o melhor presente que um garoto podia ter depois de um PlayStation . Epic Win dos meus pais.
Passado mais um tempo, no começo de 2002, enquanto andava pelo centro de Belo Horizonte com a minha mãe, pedi, por curiosidade e puro interesse, para darmos uma passada na Galeria Praça Sete, o melhor lugar para se comprar CDs de bandas de rock.
A intenção? Ver quais CDs do Blink o lugar poderia abrigar. Andamos por todo o terceiro andar e, escondido em uma das prateleiras, lá estava ele. Aquele encarte colorido que ilustrava um show da banda. The Mark, Tom and Travis Show – o álbum ao vivo da banda. Que momento!
Com o CD em mãos, parti com um sorriso de orelha a orelha pra casa, esperando o momento de colocar o CD no meu discman e degustar de horas e horas de bom rock and roll. Eu não fazia idéia, mas naquele momento estava contribuindo para um dos piores acontecimentos da minha vida.
Algum tempo depois, já em 2003, tudo corria tranquilamente na minha vida. Andava de skate, jogava vídeo-game, mascava garotas na internet e escutava Blink 182 o dia inteiro. Graças ao advento da pirataria, já havia conseguido os mp3 de todos os CDs do Blink, o que era de grande valia, pois os CDs antigos não se encontravam nem no mercado negro de Belo Horizonte.
Nessa época, alguns amigos começaram a falar de uma garota da sala deles que curtia rock. Aliás, os caras me disseram que a garota curtia – e muito – Blink 182. Era um incentivo irrecusável para conhecê-la (lembrando que meu interesse não era nada musical. Nem sexual, mas, talvez, quem sabe, né?). O nome da moça em questão era Carol.
Fato é que eu fiquei doido pra conhecer a menina. Eu só conhecia outros caras que curtiam Blink. Garotas que gostavam da banda era uma espécie em extinção no meu mundinho e, como todo bom ser humano, eu desejava perpetuar a espécie de alguma maneira.
Na época eu era muito “whatever” pra sair da minha casa e ir até a escola dos outros para conhecer alguma menina, mesmo com os amigos insistindo no “cara, é só você ir lá. Ela quer te conhecer”! Por incrível que pareça naquela época, apesar da minha enorme timidez, eu sabia lidar melhor com garotas. Não corria atrás. Não adulava. Não me iludia. E nessa o tempo foi passando até aquela fatídica terça-feira de maio.
O dia amanhecera como todos os outros. Infelizmente eu tinha que ir pra aula, o que naquela época tomava toda a minha manhã, mas as minhas tardes e noites eram livres para a pura diversão, apesar de internet mesmo só depois de meia-noite.
Chegando da escola, almocei e fui andar de skate. Basicamente o que eu fazia todas as tardes, o que explica a minha visível deficiência em matemática, química, física e biologia. Chegando do “rolé” reparei que haviam algumas amigas na casa da minha vizinha que era da sala dos meus amigos e, consequentemente, da sala da “Carol”.
Reparei que uma delas usava calça jeans, blusa preta e All-Star rabiscado. A típica figura roqueira colegial no início dos anos 00. Dadas as características da garota e o olhar de cobiça para a minha pessoa, na época magro, sexy e skatista, aquela só podia ser a Carol.
Continuei na política do “foda-se” as garotas. Venham a mim se quiserem. Subi e fui tomar meu banho. Depois, quem sabe, eu desceria e tentaria alguma coisa. Se eu soubesse o quão traumático seria esse dia, eu não teria nunca, em hipótese alguma, cogitado a idéia de sequer falar com essa tal de Carol.
Terminei de tomar o meu banho e estava curtindo uma vibe muito correta no Command & Conquer: Red Alert quando a campainha toca. Era o Vinícius e a Carol. Pensei na mesma hora “adoro comida entregue a domicilio”.
O seguinte diálogo está cravado na minha memória de tal forma que mesmo sendo consumido pelo Alzheimer, lembrarei de todas as letras proferidas naquele dia.
V: E aí Fael!
R: Opa, e aí Gambá! (o apelido do cara na época)
V: Cara, essa é a Carol!
C: Nossa, finalmente a gente se conheceu!
R: Pois é. Prazer. – três beijinhos.
C: Prazer.
V: Então, Fael, tava falando com a Carol que você tem dois CDs do Blink.
C: Nossa Rafa. Por favor, tem como você me emprestar?
Amigos, eu digito nesse momento com o coração partido e olhos cheios de lágrimas. É duro revisitar um momento tão triste e marcante da minha vida depois de muito tempo. Mas faço isso pelo bem e o entretenimento de vocês.
Essa pergunta: “Por favor, tem como você me emprestar?” despertou uma reação química no meu cérebro que só me fez pensar em emprestar o cd e no dia de pegar de volta cobrar, sei lá, um beijo e um aperto no peito como pagamento. Confesso que fui ingênuo.
R: Mas é claro! Toma aí. Curte muito, hein?
Essa foi a minha ruína. Naquele momento eu não sabia, mas estava entregando parte de mim a uma garota e nunca mais a teria de volta. A sensação era a mesma do Bart quando vendeu um simples pedaço de papel representando a sua alma para o Millhouse.
Entreguei de bandeja dois grandes pedaços da minha existência a uma garota que eu havia acabado de conhecer. Hoje, mais do que nunca, entendo o que sente uma garota que perde a virgindade com o primeiro malandro que fala bonito. É simplesmente uma sensação de derrota, abatimento e impotência.
A Carol levara consigo a minha virgindade, digo, meus dois CDs do Blink 182 e não tinha planos de devolvê-los. Tudo foi premeditado. A safada agiu de caso pensado.
Algum tempo depois fiquei sabendo que ela tinha mudado de escola. A minha reação, obviamente, foi um grito:
CARALHO GAMBÁ, E MEU CD, FILHO DA PUTA? COMÉ QUE VOU PEGAR ESSA MERDA DE VOLTA, CARA?
Ao que o Gambá respondeu, com toda a inocência peculiar de um garoto de 12 anos:
Cara, ela achou que você deu os CDs pra ela.
Minhas pernas começaram a tremer. A visão ficou completamente embaçada. Senti um vazio enorme. Frio, escuridão. Pela primeira vez eu sabia o que era perder algo de extremo valor sentimental e financeiro para uma mulher. Naquele momento eu sabia como era um divórcio.
Nunca mais eu tive contato com os meus CDs. Meus únicos dois CDs originais.
Tempos depois, sei lá, em 2006, eu achei o Orkut da Carol adicionado em um dos meus “colegas”. Não sei que força estranha me impediu, mas fui incapaz de deixar um scrap perguntando se ela ainda se lembrava de mim e como partira meu coração naquele dia. Quem bate, esquece. Mas quem apanha, sempre se lembra de um tapa. Era assim comigo.
Achei por bem deixar pra lá. Estava seguindo em frente. Conformado.
Mas aí, em 2007 eu comecei a namorar. E pasmem, no meu aniversário a minha namorada linda, maravilhosa e perfeita me deu o Take Off Your Pants and Jacket. Eu sabia que não era o mesmo cd, mas ocupou o lugar com igual carinho.
Com essa experiência eu aprendi que adolescentes roqueiras não são confiáveis (generalização mode: on). Aprendi que além de carro, mulher, livros e dinheiro, CDs também não se empresta. Grave uma cópia e dê ao amigo, mas não empreste seus CDs. Também entendi que uma adolescente de 12 anos pode ter a mente tão perversa quanto a de grandes vilões. Destruiu meu coração sem nem ao menos me dar um beijo como pagamento.
Uma experiência traumatizante que moldou o meu amadurecimento. Inesquecível, triste. Mas ninguém se torna um grande herói sem perdas durante a jornada.
Desculpe o tom emotivo do post, mas foi inevitável.
Com vocês, os abutres
Gostaria de apresentar a você, leitor, uma raça um tanto conhecida daqueles que tem namorada. Aquele cara que está sempre à espreita da sua amada, esperando só um vacilo seu para botar as asinhas de fora. O “amigo” que dá sempre os melhores conselhos quando o namoro está em crise e que se baseiam somente na opinião “olha, seu namorado é legal, mas pelo que você tá me falando, já deu né? É melhor terminar”. O tipo irritante de cara que não perde tempo em mascar a mulher dos outros. Estou falando da raça dos abutres!
Essa raça está presente em todo lugar. Na escola, na faculdade, no cursinho de inglês, no trabalho e até mesmo dentro de casa (se você tiver um irmão gêmeo tipo o cara da novela, é melhor ficar de olho). Eles não hesitam em apunhalá-lo pelas costas na primeira oportunidade e para isso vão abusar das estratégias mais manjadas do universo masculino.
Durante esse texto irei abordar algumas espécies de abutres e o modus operandi desses indivíduos enviados por Satã para atazanar a nossa vida amorosa. Afinal, de boas intenções o inferno tá cheio.
O amiguinho
Como bem salientou o meu amiguinho Liquitinho Lindo, o maior exemplo de abutre “amiguinho” é o sempre musculoso Jacob Black.
Se você acompanhou a saga de Edward e Bella, sabe que sempre que o vampiro topetudo saía de perto, o jovem indígena já mostrava toda a sua sagacidade ao confundir os sentimentos da necrófila. Jacob foi o primeiro a dar o toque na Bella.
– Aí, Bella. Se liga. O Edward só quer te comer. rs
Não que ele estivesse mentindo, mas esse é o tipo de “conselho” visando única e exclusivamente o benefício próprio. Afinal, se você é “inimigo” do namorado da garota, nada melhor do que tentar desmoralizar o cara e fazer a cabeça dela mostrando quem é a melhor opção.
Esse é o tipo mais abundante de abutre. Se a sua namorada começa a falar demais de tal amiguinho, comece a ficar preocupado. Ele com certeza está armando o meio de campo para a arrancada da vitória e, nessa história, você é o zagueiro que deve impedir o gol.
O traíra
O abutre traíra é aquele cara que, em uma era muito, mas muito distante, foi seu grande amigo. Você contava tudo sobre a sua garota pra ele que, sorrateiramente, absorvia todas essas informações esperando ansiosamente pelo dia em que poderia usá-las em prol de sua própria conquista amorosa.
Com todas as informações devidamente arquivadas fica muito fácil se aproximar da garota. Você já sabe a banda preferida, a música favorita, o seriado predileto e até mesmo o tipo de cueca que a deixa mais excitada. É um prato cheio para essas aves que se alimentam de sobras alheias.
O cafajeste
Ah, o cafajeste. Ele sabe que a garota tem namorado. Ele sabe que a garota é completamente apaixonada com o namorado e, mesmo assim, tem como missão de vida a destruição do maior número possível de relacionamentos.
Ele geralmente aborda da garota com perguntas capciosas que se respondidas de forma adequada darão um verdadeiro arsenal de argumentos para uma possível aventura no mundo além cerca.
Geralmente era o cara por quem a garota foi afim há anos e, percebendo que a mesma superou a sua total falta de interesse e se apaixonou por um sortudo, resolve tentar reavivar aquela pequena chama que existiu no passado.
Veja bem. O abutre cafajeste não tem o menor interesse amoroso na garota. Se ele fala que seu cabelo tá bonito, ele está mentindo. Se ele fala que você está bonita na nova foto do Orkut, ele está mentindo. O filho da mãe está fazendo um pequeno mind game com você, tentando desmoralizar o seu namorado a fim de satisfazer o seu ego de cafajeste.
Por ter um histórico com a garota, as chances de sucesso do cafajeste são maiores do que a dos demais grupos. Ele não está na Friend Zone e já esteve por muito tempo na “Love Zone”. Esse é o tipo que você deve mais tomar cuidado, cortando o mal pela raiz.
Por fim, um dos piores tipos possíveis de abutres. Por que ele é tão perigoso? Ele já esteve no seu lugar amigo. Ele tem as mesmas informações que você e um pouco mais de experiência. Estou falando do…
Ex-namorado
Um dos ditados mais certos que já escutei por aí foi “Todo ex dá uma furunfada, mais uma vez”. São inúmeros os casos de garotas que tem uma recaída e sucumbem ao lado “ex” da força. É um momento de fraqueza pelo qual todos nós estamos sujeitos.
O ex está sempre na cola, acompanhando cada passo da garota. O momento crucial é quando o atual namorado entra na parada. Homens, assim como as mulheres, odeiam concorrência. Querem subjugar todo e qualquer oponente da forma mais humilhante possível. No caso dos ex-namorados, a melhor forma de se fazer isso é pegando a garota mais uma vez. O Epic win acontece quando ela termina com o atual e resolve voltar.
Dificilmente o relacionamento dará certo, pois, se não deu uma vez, não adianta insistir. Mas, essencialmente, a função do ex é a de atrapalhar o relacionamento das pessoas.
Se a sua namorada tem ex, o meu conselho é: durma com os dois olhos abertos. Se você olhar pro lado, amigo, quando olhar de volta ela já pode estar nos braços dele. Aí a coisa toda vai pro espaço.
Infelizmente é impossível exterminar os abutres. Nossas namoradas estão expostas a eles em todos os lugares que freqüentam. Eles fazem parte do dia a dia e cumprem o seu papel na cadeia alimentar dos relacionamentos, o de comer as sobras.
A melhor alternativa é evitar. Contar com a força de vontade e determinação (+20) de sua namorada, mostrando vários “casos” em que a história terminou mal. Amigos em comum, personagens de filmes e novelas são sempre bons exemplos.
Quanto ao abutre, se você descobrir que ele está saidinho demais, nada que uma boa surra não cure. Mostre quem é o macho alfa da parada. Pegue a sua clava, bata no abutre e volte para sua caverna arrastando a sua fêmea pelo cabelo.
Direct Messages? Mão única.
Hoje em dia todo especialista em mídias sociais inicia o seu discurso com “a internet é uma via de mão dupla”. Bullshit, bitch. Isso varia muito e em muitos casos, se confirma da forma que eu mais odeio no mundo.
Explico, pois você já deve ter passado por isso.
Em algum momento da sua vida on-line, especialmente no Twitter, você já enviou um reply para alguém que você segue, mas não te segue de volta. Ás vezes é uma coisa simples, que a pessoa poderia te responder ali, com outro reply, rapidinho. Mas, não sei por que diabos, ela resolve te seguir, responde por DM e parar de te seguir.
Se você conhece o mínimo do Twitter, sabe que não é possível enviar uma mensagem direta para quem não te segue. Sabendo disso, qual o motivo de uma pessoa te enviar uma DM e parar de seguir logo após? É pra fazer passar raiva? Só pode.
Esse é a porcaria do conceito de mão única. Se você pode me responder abertamente, não vejo motivo em enviar uma mensagem direta. Isso só faz o interlocutor (eu, no caso) passar raiva e te insultar de todas as formas possíveis. Não que eu esteja implorando que você me siga, mas, veja bem, se teve o trabalho de me seguir para enviar um Direct, tenha a boa vontade de continuar seguindo por, sei lá, 10 minutos, enquanto eu te respondo. Não vai doer nada e se você não estiver gostando, uso vaselina.
Esse tipo de atitude mata completamente o conceito de interatividade de ferramentas como o Twitter. Além de mostrar quem que faz isso tem, obviamente, algum retardo mental.
Abs.
Não acredite em Hollywood. Relacionamentos entre amigos nunca tem final feliz
O cinema tem o incrível poder nos transportar para um mundo de magia e alegria onde várias histórias de amor tem um final feliz. Porém, como todos sabemos, menos de 1% dos filmes reflete o mundo real.
Você já deve conhecer a famosa expressão Friend Zone, tão explorada pelo meu grande amiguinho Lucas Guedes, o Luke. Basicamente, a Friend Zone é aquele limbo entre a maior história de amor de todos os tempos protagonizada por você e o completo desprezo pelo seu amor proporcionado sempre por aquela amiga por quem você se apaixona.
No mundo real, uma vez na Friend Zone, sempre na Friend Zone.
Hollywood nos ensinou (erroneamente) que existe sim final feliz em histórias de amor envolvendo amigos. Da safra mais recente podemos citar O Melhor Amigo da Noiva e Pagando Bem Que Mal Tem? (Zack and Miri make a porno).
No primeiro exemplo, os personagens principais sempre foram grandes amigos. O cara, um garanhão nato que pega todas sem a menor cerimônia e a garota que vive uma jornada em busca do grande amor. Quando ela decide viajar, o pegador se toca que, na verdade, sempre foi afim dela e resolve se declarar quando a amiga retornar. Infelizmente, quando ela retorna já está noiva. Friend Zone, amigo. Mas, como estamos falando de Hollywood, os dois acabam juntos.
Já Zack and Miri mostra a história de dois amigos que dividem um apartamento. Com as contas atrasadas, eles tem a genial idéia de gravar um filme pornô. A cereja do bolo é a cena protagonizada pelos dois. Resumindo, eles terminam o filme juntos.
Isso é Hollywood, a terra do final feliz.
Agora, na prática, no mundo real, as coisas nem sempre terminam bem. Aliás, as coisas nunca terminam bem em uma relação amigo x amiga na vida como ela é.
Basicamente, a história é assim:
Menino conhece menina. Menino começa a conversar com menina. Menino se apaixona por menina. Menino se declara pra menina. Menina responde que adora o menino, mas não dessa forma. Menino se mata.
Mentira, nem sempre o menino se mata. Mas a história é sempre assim.
Vivemos em uma sociedade onde a grande maioria das garotas, inconscientemente, é condicionada a gostar de caras cafajestes, que não sabem demonstrar seus sentimentos e, em muitos casos, geralmente não dão a mínima para elas.
Você é o cara que sabe o aniversário dela de cor, a música que mais gosta, o filme favorito, a comida preferida, além de ficar esperando por ela até de madrugada para saber como foi o dia e sempre ter assunto pra conversar, o cafajeste só precisa encarar a garota para se dar bem. Por outro lado, nós, os caras normais que sabem se expressar e são fiéis a uma única mulher somos massacrados sem piedade quando o assunto é amor.
Carência? Não sei dizer, mas, quando conhecemos uma garota interessante, que compartilha os mesmos gostos, as mesmas bandas e com papo legal, em pouco tempo estamos apaixonados.
Esse é o grande problema. Por uma falha na evolução de nosso DNA, não sabemos distinguir o exato momento em que colocamos os nossos pezinhos na linha que marca a divisão entre a Terra do Amor e maldita Friend Zone. Infelizmente não temos um alarme que dispara quando pisamos nessa linha e embarcamos de cabeça no mundo das decepções amorosas.
Enquanto conversamos com essas garotas buscando demonstrar aos poucos os nossos sentimentos, percebemos que cada vez mais elas nos procuram para contar os seus problemas. Enquanto falamos do novo filme do Kevin Smith, ela fala do último carinha que pegou na balada.
Como somos legais, acabamos dando alguns conselhos e, no meio deles, mesmo que subliminarmente, algumas dicas de que nós somos “os caras perfeitos” pra elas. Naturalment, quando você passa a ser legal com essas garotas, elas automaticamente o promovem ao posto máximo de uma relação: melhor amigo.
Quando isso acontece, o gráfico que representa as nossas chances de ter algum relacionamento além de amizade com essas garotas cai vertiginosamente.
Enquanto o nosso sentimento por elas cresce a cada dia, a nossa imagem na cabeça delas é daquele cara com quem podem contar em qualquer situação. Não que isso seja ruim. É ótimo. Pelo menos, de alguma forma, somos importantes.
Quando elas tomam um pé na bunda, quando o último peguete dá um bolo, quando descobrem que o Fabinho da 8ª B gosta da Cynara. Somos a primeira opção de desabafo dessas garotas, mas quando se trata de beijar na boca, namorar ou até mesmo transar, nosso nome é o último da lista acompanhado de um enorme carimbo que diz: Melhor Amigo.
Arrisco a dizer que no MSN dessas garotas os contatos são classificados da seguinte maneira: pegáveis, não pegáveis e você.
Os pegáveis como o próprio nome já diz, são aqueles caras cuja as desventuras amorosas da garota sempre terminarão na sua janela do MSN. Os não pegáveis tem a possibilidade de inverter a situação e em um futuro bem distante (provavelmente quando a garota já não for tão interessante) terão o imenso prazer de fornicar com ela. Já o “você”, bem, é melhor desistir. Você nunca terá chances.
O pior momento de uma relação entre amigos, quando um deles se apaixona, é momento em que temos de nos declarar. O que já era ruim fica ainda pior, pois, por mais que na nossa cabecinha tenhamos alguma chance, o mundo real nos mostra que não é nem um pouco amigável.
Eu já estive na Friend Zone de quatro garotas diferentes no período de dois anos (2005 a 2007). Em todos os casos, eu era o cara que elas sempre procuravam pra contar os seus problemas. Segundo a Carol, minha amiga, eu tenho cara de psicólogo, o que provavelmente deixa as garotas mais a vontade.
Acontece que se eu dava conselhos, era porque eu as conhecia melhor do que ninguém. Melhor do que qualquer carinha com quem elas se decepcionaram e que, ainda sim, preferiram continuar insistindo no erro. O que mais era preciso pra entender? Um desenho?
Em todos os casos a Friend Zone foi impiedosa, me mostrando qual era o meu lugar no mundo. Em todas elas, a minha esperança morreu junto com o ponto final da frase:
Eu gosto de você, mas não dessa forma. Não quero estragar a nossa amizade. Você entende, né?
Não. Eu nunca vou entender.
Mas as coisas mudaram um pouquinho em 2007 quando comecei a agir como cafajeste e isso tem uma explicação. O principal segredo para não cair na Friend Zone é se antecipar. É se declarar antes, muito antes de se tornar o melhor amigo da garota. Relacionamentos são uma bomba relógio cujo contador entra em contagem regressiva no momento em que vocês se conhecem e trocam MSN’s. Cada dia que se passa é um dia a menos que você tem para conquistar a garota e não cair nesse limbo amoroso.
Se você já mostra serviço com pouco tempo, as suas chances são melhores do que deixar para depois. Teoricamente, você é quem deve ser o cara de que elas vão falar com outro trouxa. Pena que teoria nunca é algo concreto. O que vale é a prática.
Voltando. Tratei de pegar as garotas antes de criar qualquer laço de amizade, deixando bem claro que a minha intenção era única e exclusivamente pegá-las. Mas aí, algo surpreendente aconteceu: Quando estava prestes a entrar na Friend Zone mais uma vez, eu finalmente conheço uma garota que, mesmo conversando comigo com freqüência, não me colocou no grupo de “amigos”.
Sim, estou falando da minha namorada (oi Ohanna =D). Não agi como o cafajeste, mas também não me tornei amiguinho antes das coisas acontecerem. Tudo foi muito rápido, como deve ser para evitar a Friend Zone e em pouco tempo estávamos namorando. Situação esta que perdura até hoje, ainda bem.
Viu o paralelo? A garota com a qual eu não investi dias e dias tentando sair da Friend Zone foi aquela que, no roteiro de filme do qual fazemos parte, estava destinada a ficar comigo. Saca quando a coadjuvante rouba a cena e se torna a protagonista? Então.
Retomando o raciocínio, relacionamentos que começam em amizade estão fadados a terminar em amizade, mesmo que uma das partes se apaixone perdidamente pela outra.
Mulheres tem um sério problema em ficar com amigos. É o tal de estragar a amizade.
Caras, vou contar um segredo: pessoas estragam amizades. Sentimentos nunca estragam nada. Relacionamentos não são complicados, pessoas são. É muito simples conciliar uma coisa com a outra. Eu garanto que um cara não vai mudar o comportamento só porque vocês se beijaram. Aliás, ele pode até mudar e acredito que para melhor.
Essa situação é engraçada. Quando somos mais novos, geralmente as garotas idolatram algum carinha de quem ficam afim. Porém, com o tempo e um pouco mais de experiência, elas saem dessa situação e, ao contrário, nós é que entramos nessa fase de idolatrar uma garota.
Encerrando o texto, não acredite em filmes de Hollywood que mostram finais felizes entre amigos. Por uma falha na programação do cérebro das mulheres, elas não acreditam que um relacionamento com um amigo possa ser duradouro e feliz. Mesmo que ela seja fã de Spider-Man e você se vista com a roupa do aranha só para beijá-la de cabeça pra baixo ou ainda que você tenha o trabalho de cobrir todo o quarto dela com várias e várias Amazing Spider-Man, ela nunca vai sequer cogitar a idéia de ter alguma coisa com você.
Não precisa ser cafajeste, apenas se antecipe. Não deixe a relação entrar na maldita Friend Zona pois, como já deu pra perceber, ela é um maldito beco sem saída. Nem Tatooine consegue ser pior.
Fanatismo é fanatismo, não importa o seu nível de “nerdice”
Fanatismo é uma coisa chata. Por mais que a qualidade do produto seja uma merda, os fãs sempre acharão a melhor coisa do mundo. Além disso, a punição para quem for contra essa opinião é nada menos do que o empalamento com uma viga me madeira coberta de soda cáustica após uma breve sessão de esfoliação anal. Tudo muito alegre e animado em uma tarde de sábado.
O último grande “hit” entre os adolescentes e catalisador do fanatismo cego é a saga Crepúsculo (Clique aqui e compre a saga completa). Vampiros tão doces quanto um muffin da Cacau Show dando uma lição de politicamente correto ao não se alimentar de humanos, não trepar e não explodir quando expostos ao sol.
Momento declaração:
Eu já li Crepúsculo, Lua Nova e Eclipse.
Não gostei pelo fato de que, como homem, livros e filmes que não tem pessoas explodindo, corpos sendo dilacerados ou mulheres gemendo tão alto quanto as trombetas de Gondor durante o ato sexual, não é livro.
Mas, veja bem, as pessoas estão lendo e é isso que importa. Se Harry Potter ganhou fama por incentivar jovens e crianças a gastar um tempinho lendo um livro sem gravuras, por que não admirar o mesmo feito alcançado pela saga Crepúsculo?
Sabe por que? Por causa das fãs. Elas são histerias, elas são passionais e, em muitos casos, elas são idiotas, pois não admitem que uma pessoa tenha uma opinião contrária a dela.
Achar o Edward Patético? Crime passível de morte. Criticar o fato de os vampiros de Crepúsculo não serem nem 1% fiéis ao mito dos vampiros? É morte na fogueira na certa. Não existe defeitos em Crepúsculo para as fãs, da mesma forma que para mim não existe defeito em Senhor dos Anéis e na trilogia clássica de Star Wars.
Partindo desse princípio, chego ao ponto que queria abordar nesse texto.
Veja esse vídeo tuitado pelo Izzy Nobre:
httpv://www.youtube.com/watch?v=B-flms-ID94
Obviamente, todas as garotas ali estão na faixa de 12 a 16 anos. Estão na fase de se apaixonar por qualquer história de amor cuja vida patética delas nunca terá algo semelhante. Estão na fase em que precisam de um galã jovem, bonito e simpático para idolatrar, pois, na turma de colégio delas os garotos são comuns, porcos, grossos e só pensam em sexo. Além de não brilharem no sol.
Adolescência é isso. É uma merda e eu sei por experiência própria porque já passei por essa fase. Se você tem mais de 18 anos também passou e seus filhos também passarão por ela. Não importa o que você diga, o que a crítica especializada diga, no seu mundinho, aquela obra tão idolatrada é perfeita.
Voltando ao assunto, essa histeria, apesar de meio imbecil, é normal para algumas pessoas. Sabe quem também adora fazer esse tipo de coisa, porém um pouco mais civilizado? Os fãs de Star Wars.
Lancei a pergunta no Twitter:
O que diferencia as fãs de histéricas de Crepúsculo dos fãs que acamparam MESES para a estréia dos filmes da nova trilogia?
Obviamente, a falta de vida sexual ativa, ou trabalho, ou amigos, enfim.
Fãs de Star Wars:
httpv://www.youtube.com/watch?v=ugk37TvIR8E
O que acontece é que são dois mundos diferentes. O nerd se apropriou do direito de se vestir e falar como seus personagens favoritos e, quando alguém faz isso, com uma obra que não faça parte da base nerd (Senhor dos Anéis, Star Wars, Star Trek e etc), tudo é muito idiota. As fãs são retardadas, os livros péssimos (por mais que Jar Jar Binks tenha sido o pior personagem de toda a história do cinema) e toda e qualquer manifestação, uma afronta aos olhos.
Não existe diferença entre as fãs de Crepúsculo e os fãs de Star Wars, exceto, é claro, os 20 ou 30 anos de diferença, conforme as fotos abaixo:
A emoção que essas garotas estão sentindo é a mesma que eu e você sentimos quando tivemos a oportunidade de ver a estréia no cinema de mais um episódio de Star Wars, ou o lançamento de Star Trek, no meu caso, poder assistir a um filme de Rocky Balboa sem ser na Sessão da Tarde. São apenas obras diferentes.
Fanatismo é idiota em qualquer situação, seja no lançamento de Lua Nova ou durante o lançamento do Hobbit, o que, aparentemente não dá o direto de um zoar o outro. Portanto, deixe as garotinhas gritarem como loucas, principalmente quando você dá pulinhos e gritinhos tímidos no cinema quando assiste a uma adaptação de HQ ou desenho.
Abs.
P.S. Depois de muito tempo sem escrever, volto em grande estilo, atacando fãs de Crepúsculo e de Star Wars.
Fama de blogueiro
A fama conquistada pela internet é efêmera. Muitos se iludem com esse breve momento de reconhecimento devido a um vídeo tosco no Youtube ou alguma outra baboseira dessas que vemos todos os dias na janelinha do navegador. Porém, mesmo que breve essa fama tem o poder de nos deixar extasiados com pequenos momentos de reconhecimento no nosso dia a dia.
Eu não me sentia famoso até essa semana. Até terça-feira, ninguém nunca havia me reconhecido na rua, na fila do banco ou enquanto passeava com a namorada pelos shoppings da capital mineira. Foi surpreendente – até mesmo inimaginável – o que a vida guardava para esse jovem blogueiro belo-horizontino.
A terça-feira prometia ser mais um dia comum. No trabalho, tudo normal. Haveria uma reunião com um cliente na parte da tarde para acertar os últimos detalhes de um projeto. Tudo corria bem e normal. Como todos os outros dias.
Durante a reunião, uma surpresa. A festa de lançamento do evento seria logo mais a noite e como a nossa função era realizar a divulgação e cobertura do evento nas mídias sociais, nada mais certo do que comparecermos a festa e dar início ao trabalho. Acertados os detalhes, era só passar em casa, colocar a beca e cair na noite.
O dia não me deu nenhum indício do que estava para acontecer naquela noite de terça-feira. Eu, até aquela noite, só era reconhecido como blogueiro pela minha namorada, alguns poucos amigos, o pessoal da agência e pela minha mãe. Só até aquele dia.
Cheguei ao evento e me deparei com um outro universo. O universo da classe média/alta de Belo Horizonte. O universo onde as pessoas estão acostumadas a freqüentar festas do tipo uma vez por semana, enquanto eu, um simples operário residente na base da pirâmide me deslumbrara com o garbo do “baile”.
Claro que tudo isso já era esperado pois, a festa em questão, era a abertura do maior evento de moda de Minas Gerais, o Minas Trend Preview. Digamos que só a nata belohorizontina estaria presente no local.
A festa teria o desfile de lançamento do Minas Trend, e, como é normal nesse mundo da moda, várias celebridades estariam presentes. Uma a uma elas começaram a chegar.
Samuel Rosa, Sorín, Raí, Edgar Picolli, Zeca Camargo, Elke Maravilha (lá vem a Elke lá, lalala lalá), Mariana Ximenes e alguns outros que eu não conhecia. Causa um certo impacto em um cara normal ficar diante de todas essas pessoas que fizeram parte da sua tenra infância e adolescência quando a sua única obrigação era ficar em frente a TV assistindo Cavaleiros do Zodíaco, Topa Tudo por Dinheiro, MTV ou alguma novela global.
Eu estava no meio de celebridades, mas continuava anônimo. Situação com a qual estou acostumado há 22 anos, 11 meses e 19 dias (sim, calcule isso e me dê os parabéns no dia 25 de novembro).
Após o desfile a festa voltou a comer solta e, para as celebridades, um salão V.I.P. fora reservado com todas essas excentricidades tradicionais no mundo dos famosos.
O nosso acesso, óbvio, era irrestrito. Poderíamos entrar em qualquer ambiente da festa, incluindo a tal salinha. Mesmo com essa óbvia regalia, eu não estava preparado para o que aconteceria à seguir.
Enquanto conversava com o Saulo, sinto alguém tocar o meu ombro. A primeira reação foi pensar que seria algum conhecido, já que além da nossa “equipe”, havia pessoas da organização que me conheciam.
Olhei todo solícito para trás quando me deparo com alguém que não me era estranha. A moça, com um olhar de admiração e um tanto quanto acanhada vira para mim e com a maior educação e timidez possíveis me pergunta:
– Você é o Rafa Barbosa do blog Sem Título ainda, né?
– Sou eu sim! Você conhece meu blog?
– Se conheço. Adoro demais. Leio todo dia. Falando nisso, ri demais do seu post sobre o PlayStation. Micareta, Rafa?
– Poxa, muito obrigado. Nem fala. Que cagada, né?
– Pois é. Posso te pedir uma coisa?
– Claro. O que você quiser.
– Tira uma foto comigo?
– Agora.
O resultado é a foto logo abaixo.
Pois é. E eu achava que não era famoso nessa tal de Internet.