Meu blog, minha vida

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RISOS EM CAIXA ALTA

Daqui a alguns meses meu blog completa 7 anos de vida. Pelo menos esse blog (não levo em conta o meu primeiro blog, já que tem certas passagens da nossa vida que é melhor deixar pra lá, né?).

Uma coisa que notei nos últimos anos (2 ou 3 pra ser mais específico) é o quanto a minha vida estagnou em determinados pontos. Não acontece mais nada de “incrível” pra contar aqui. Não presencio mais situações engraçadas. E o pior: não protagonizo situações que valham a pena comentar aqui.

Não é que eu tenha me tornado um grande vencedor de uma hora pra outra. Afinal, a maioria das minhas histórias pessoais aqui no blog é da mais pura, inocente e verdadeira derrota. Não que isso seja ruim, afinal, vocês se acostumaram a gostar de mim dessa forma, né?

Claro, tem muitas histórias de vitória e derrota nesse meio tempo, mas nenhuma com potencial pra se tornar um post no melhor estilo rafabarbosa.com – e veja bem, eu não sou nenhuma referência em estilo.

Às vezes me sinto como o Jean Claude Van-Damme. Teve o seu auge nos anos 90, alguns sucessos no início dos anos 2000 e de repente entrou em uma espiral rumo ao fundo do poço, produzindo apenas filmes para lançamento direto em home-video. Felizmente, até o Van-Damme pode ressurgir em uma grande história como Os Mercenários 2.

Outro ponto interessante também e digno de comentário é que me cansei de comentar sobre qualquer assunto polêmico que surja na internet. Na minha época de maior produção cultural nesse blog (2007 a 2009), eu não perdia uma chance sequer de dar um pitaco sobre brigas entre webcelebridades, acontecimentos no mundinho da social media ou até mesmo sobre coisas do “mundo real”, tipo um grande julgamento, tragédia ou alguma outra merda dessas.

Não sei se é preguiça, se é crescimento pessoal ou algo do tipo. A questão é que esses assuntos não me motivam mais a escrever no blog. Tudo se tornou, sei lá, muito chato. Desinteressante. Igual a minha vida.

Mas sou egoísta demais pra abandonar esse blog. Não tenho coragem de excluir, fechar, vender ou qualquer outra ação. É meio que uma relação amorosa. A diferença é que esse blog tem durado mais do que qualquer outro relacionamento meu. E nunca me decepcionou. Nem quando era hospedado no Blogspot.com.

Mentira. Decepcionou sim, quando fui punido pelo Google e parei de faturar meus U$ 25,00 diários no Adsense.

Felizmente superamos isso e hoje estamos aqui. Podemos não estar tão entrosados quanto a alguns anos, mas sei que sempre que eu acessar a página de login, esse blog estará com um sorriso no rosto esperando por algum texto medíocre desse blogueiro tão medíocre quanto.

Se o mundo não acabar dia 21, espero que eu possa contar histórias melhores nesse 2013 que vem vindo por aí.

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Volta, Polegar!

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Alan, Alex, Ricardo e Rafael – o fab4 brasileiro

Estamos vivendo um momento mágico e repleto de “revivals” na música brasileira.

Recentemente Papai Noel resolveu nos presentear com o aguardado retorno do É o Tchan e a sua formação original. Além disso, estamos acompanhando de perto a turnê da boa e velha ex-quadrilha da fumaça – Planet Hemp e uma possível reunião das nossas eternas “popstar’s” do Rouge.

Porém, nenhum desses retornos se compara ao que seria uma reunião/turnê do maior grupo musical que o Brasil teve o prazer de conhecer no final dos anos 80 e início dos 90: Polegar.

Os grooves contagiantes de Alex (baixo), os acordes e o carisma inigualável de Rafael Ilha (guitarra), a sagacidade e estilo do “keytarrista” Alan (teclado) e as viradas e batidas vertiginosas de Ricardo (bateria) marcaram toda uma geração.

A família brasileira tradicional tinha um compromisso todo final de semana: se reunir em frente à TV nas tardes de sábado e domingo para acompanhar as apresentações desses quatro garotos fantásticos, o “fabFour” brasileiro.

Hits como “Dá pra Mim” eram cantados por pessoas de todas as idades, rendendo ao quarteto “simplesmente” um disco de ouro e um de platina (feitos que até hoje muitos artistas ainda sonham em alcançar).

Na cronologia oficial da banda, foram 3 cd’s gravados e mais de 1 milhão de cópias vendidas.

Mas o sonho teve um fim. A partir de 1994, os integrantes da banda passaram a seguir os seus próprios caminhos.

Rafael foi o primeiro deles. Apesar de não ser o vocalista, era a cara da banda, o carisma em pessoa. Deixou o grupo em 1990, dando lugar a André.

Nessa mesma época, a banda adota um quinto integrante, sendo Marcelo o responsável pela guitarra solo da banda, inovando e contribuindo para a ruína dessa instituição musical brasileira.

Em 1993 foi a vez de Alex se despedir dos vocais e do contrabaixo do grupo, dando lugar a um até então desconhecido Denis, que não tinha o mesmo brilho do vocalista anterior.

Ricardo e Alan foram os únicos da formação original que permaneceram firmes até o fatídico ano de 1997, quando o grupo encerrou as suas atividades.

Para a felicidade de alguns, um breve ensaio de um retorno foi realizado nos anos de 2004 e 2005, com Alan, Alex e Ricardo se reunindo para apresentações pontuais em programas como Pânico na TV e Superpop. Porém, faltava algo mais. Faltava a quarta parte que fazia o Polegar funcionar como o maior grupo do Brasil: Rafael Ilha.

Sofrendo com problemas de natureza química, o nosso eterno moleque loirinho estava impossibilitado de participar dessa inusitada reunião.

Hoje, 22 anos depois do auge do Polegar, cada integrante seguiu o seu rumo na vida. Alex atualmente é produtor musical (o único da banda que ainda trabalha com música), Alan se formou em medicina, Ricardo é advogado e Rafael Ilha, completamente recuperado e reerguido como uma fênix é pastor em alguma igreja de São Paulo.

Acredito que 2013 seja um ano cabalístico e propício ao retorno do Polegar com sua formação original.

Me chame de saudosista, ou até mesmo de sonhador, mas seria lindo ver esses quatro garotos (hoje homens formados) tocando Dá pra Mim e Ela não Liga na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã…

Volta Polegar!

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Serginho Orgastic Anuncia sua entrada no mundo do MMA

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Serginho mira no UFC

São Paulo, 28 de outubro.

Conhecido pelos seus trejeitos e personalidade debochada e irônica, o ex-BBB Sérgio Barros, mais conhecido como Serginho Orgastic (@orgastic_desire) anunciou nesse domingo que estará entrando no mundo do MMA (Artes Marciais Mistas).

“É uma vontade antiga minha. Sempre gostei muito do universo das lutas. Apesar de não demonstrar e não falar muito sobre isso, pratico jiu-jitsu e muay thai desde os 11 anos. Com o crescimento do esporte no país, sinto que é uma ótima oportunidade de mostrar tudo o que aprendi durante esses anos e, quem sabe, me tornar o novo grande nome do esporte”.

Perguntado se a sua aparência poderia atrapalhar o seu desenvolvimento na modalidade, Serginho foi enfático:

“Como qualquer um na porrada”.

O ex-BBB prepara-se para iniciar um treinamento mais aprimorado na academia montada nas dependências do Corinthians, que tem como um dos seus principais lutadores o brasileiro Anderson Silva.

A expectativa é realizar sua primeira luta até a metade de 2013 em pequenos eventos nacionais. Mas, claro, como todo lutador de MMA, o grande sonho é chegar ao maior evento da modalidade, o UFC.

“Ainda é cedo pra falar sobre UFC. Já troquei alguns tweets com o Dana White e estou preparando um material com os meus melhores momentos no octagon. Ele foi bem receptivo e disse que está ansioso para me ver lutando”.

Procurado pela nossa equipe, Dana White não foi encontrado para confirmar a veracidade das informações.

Leia mais notícias sobre MMA.

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Eu e a inesquecível chuva de calcinhas

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Um homem pode viver 100 anos e não ter nenhuma história ou experiência incrível para contar aos seus filhos. Felizmente, eu não serei esse cara, já que presenciei um fenômeno único em uma era onde estamos repletos de El Niños, La Niñas, Katrinas e outras manifestações climáticas no planeta Terra.

O ano era 2011 e eu estava curtindo uma deliciosa fase de home-office. Como possuía dinheiro e tempo livre, resolvi fazer uma visita ao meu grande amigo Super Wallace. Era um empreendimento que já estava planejando há algum tempo. Afinal, conheço o cara desde 2007 e em uma oportunidade anterior passei algumas poucas horas na casa dele. Dessa vez era pra valer.

Vale deixar claro aqui que eu acho o Rio de Janeiro o lugar mais foda do mundo. Tive, com certeza, alguns dos melhores dias naquela cidade. Não me pergunte motivos. É apenas algo que sinto. Penso que um dia irei morar nessa cidade e espero que não demore.

Continuando a história.

Após conhecer os encantos do bairro Cavalcanti, o amigo Wallace falou que me levaria para conhecer uma balada na região. Era o tão falado Via Olimpo. Já havia escutado histórias sobre o local e na minha cabeça era uma espécie de templo da putaria. Um lugar onde um mineiro acanhado como eu seria apresentado ao verdadeiro Rio de Janeiro, a cidade proibida.

O que estava pra vir era muito, muito maior do que isso.

Era chegado o grande momento. Como um bom turista, fui guiado pelos amigos rumo ao Olimpo. Para quem não manja de mitologia grega, o Monte Olimpo é conhecido por ser a morada dos deuses, e naquele dia, amigos, os Deuses estavam com o cu pegando fogo. A atração do dia era Mr. Catra e participação de Gaiola das Popozudas. A festa não poderia ter um nome mais apropriado: Guerra dos Sexos.

Mr. Catra Zeus e Gaiola de Atenas Popozuda

A dinâmica da festa era bem interessante: das 22h às 00h, era permitida apenas a entrada de mulheres com vodka liberada e apresentação de go-go boys. Uma mistura explosiva de álcool, feromônios e um estilo de música bastante convidativo.

Estava me sentindo em casa.

Quando a nossa entrada (verdadeiros machos-alfa) foi liberada, um mundo novo e cheio de oportunidades se abriu a minha frente. A estrutura da casa não era muito diferente de outros lugares aqui em Belo Horizonte: palco, pista, camarote e bar. A diferença é que o Via Olimpo é absurdamente maior que as boates daqui (não que eu conheça muitas). A chance de sucesso estava acima dos 80%. Algo até então jamais imaginado por mim.

A primeira e melhor impressão que tive foi: mulheres estavam literalmente saltando nos nossos respectivos colos. Acredito que foi o local em que peguei garotas de forma mais fácil em todos os meus 25 anos de existência.

Por uma triste e infeliz jogada do destino, o Wallace acabou abandonando a festa mais cedo, impedindo-o de compartilhar um dos grandes momentos da minha vida.

O pancadão comia solto e posso dizer que estava vivendo o sonho. Eu, que não manjo nada de funk e tenho o molejo de um poste de energia elétrica estava cantando e curtindo como se tivesse passado a vida toda nos bailes funks da Rocinha. Se bobear já até puxava um X ou outro nas palavras terminadas com S.

Tudo estava caminhando perfeitamente bem quando em determinado momento da “balada”, o DJ da casa solta a frase que daria início a um dos momentos mais inesquecíveis de toda a minha vida.

Luzes piscando, funk rolando, gatas (e não gatas) rebolando freneticamente até o chão. De repente, silêncio. O DJ avisa com seu microfone e uma amistosa empolgação na voz:

“Aí pessoal, só um minuto. Só um minuto da atenção de todos vocês. Agora no Olimpo está proibido usar calcinha”.

Essas palavras ecoaram por alguns segundos na minha cabeça. Eu ainda não tinha ideia do que estava prestes a presenciar.

Com a sincronia de um grupo bem treinado de golfinhos do Sea World, praticamente todas as mulheres que estavam no camarote, a uns 2 ou 3 metros acima, removeram as suas calcinhas e com todo o carinho e dedicação jogaram na pista.

Por um breve momento, eu, Rafael Barbosa, presenciei um evento único. Um evento de causas naturais (levemente influenciado pelo álcool e música safada). Vislumbrei uma CHUVA DE CALCINHAS.

Amigos, sério. Não há palavras para descrever a sensação daquele instante. Imagine um jovem e magricelo garotinho do norte da África presenciando o cair das primeiras gotas de chuva no outono.  A alegria, a felicidade. Tudo. Era mais ou menos assim que eu estava:

Ah, a chuva!

Por alguns poucos segundos, eu tive o prazer de sentir o mesmo que o nosso eterno e saudoso Wando em todos os anos dedicados à essa indústria vital que é o entretenimento.

Muitas pessoas pensarão pelo lado anti-higiênico da coisa e eu quero avisar logo que não cheirei ou guardei nenhuma das calcinhas envolvidas nesse grande espetáculo. Não sou tão pervertido assim, né?

Mas, do fundo do meu coração, posso dizer que foi uma experiência transformadora no que diz respeito às boas coisas da vida. Até hoje não vi ou passei por nada parecido com isso. E acredito que não verei. Eventos assim acontecem apenas algumas vezes em cada 100 anos (ou todo final de semana no Olimpo, mas eu não moro no RJ ainda). Felizmente, tive o prazer de estar no lugar certo e na hora certa.

Desse dia em diante, posso dizer que surgiu um novo Rafael. Com um pouco mais de desenvoltura com as gatas e ainda mais incrível do que quando pisou no Rio de Janeiro naquele início de 2011.

Chuva de calcinha num show do Wando

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As (des)vantagens de ser solteiro

Escrito por Arquivo

Rafael está chatiadíssimo

Ser solteiro pode ter muitas vantagens. Não que eu veja isso no panorama como algo interessante, já que não sou o que se pode chamar de uma pessoa socialmente engajada em festas, baladas ou qualquer outro evento que envolva uma completa e total interação entre seres humanos (longe de mim ser antissocial).

Não, eu não sou o cara que mais sai em Belo Horizonte. E quando saio, pode ter certeza que algo muito, muito errado e inusitado vai acontecer (como por exemplo, ir a uma micareta e ter um Iphone roubado ou ir a uma boate e ser o único hétero em um raio de 100m² ou mais).

O problema é que fiquei solteiro em um momento muito inapropriado.

Antes de prosseguir, gostaria de dizer que prefiro um milhão de vezes ver os meus melhores amigos completamente felizes e realizados com as suas namoradas do que solteiros e fazendo coisas social e moralmente reprováveis. Sempre vou preferir isso. Até porque, por mais fresco que isso possa parecer, se eles estão felizes, pode ter certeza que eu também estou (se você tem amigos iguais aos meus, entenderá esse sentimento. Aliás, amigos não, irmãos).

Em um determinado momento de 2011, com algumas exceções, todos iniciamos namoros ao mesmo tempo. Na mesma época aproximadamente. Ou seja, nenhum membro da “turma” ficou de fora. Todos encontraram o seu par de meias.

Mas, como sempre, fui o primeiro a voltar ao status de “maior partido vivo e disponível em Belo Horizonte” (acredite: eu sou o melhor partido de BH). E quando você se torna o amigo solteiro da turma, você passa a sofrer com certas desvantagens sociais.

Eu simplesmente não tenho companhia pra sair. Eu não sou festeiro, como disse no início do texto, mas existem alguns eventos que gosto de ir. Entre eles, shows. Os meus preferidos, para falar a verdade.

Apesar da idade, gosto muito de ir a shows de bandas que eu curtia na adolescência. Não importa se você condena o meu gosto musical, não vou negar o meu passado. Jamais.

Sexta-feira terá um show e meus melhores amigos estão namorando. Já tem compromissos com suas respectivas senhoras ou simplesmente não querem comprometer nada indo sozinho a esse tipo de evento com um cara que é considerado o maior imã de gatas de Belo Horizonte (vulgo Rafael Barbosa).

Isso me deixa triste porque ir a um show sozinho é como ser aquele aluno excluído do colégio que na hora da merenda se senta embaixo da amendoeira e come um pacote de Cream Cracker enquanto todas as outras crianças normais se divertem em grupos. Eu não gosto de ser esse cara. Eu não nasci pra ser esse cara. Eu simplesmente lutei muito pra deixar de ser esse cara na época de escola.

Mas também não serei o cara que chama aquele conhecido chato pra ir nesse tipo de show. É o tipo de atividade que você faz com os melhores amigos, já que obviamente terá boas histórias pra contar.

É um momento triste, amigos. Estou aqui verificando quais as minhas opções para esse final de semana. Se você é meu amigo, leu esse texto e ficou comovido, saiba que estou esperando apenas o seu contato.

(Acho que é um dos textos mais emo que já escrevi por aqui).

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Meu primeiro amor: Angélica

Escrito por Arquivo

Essa semana, enquanto realizava as minhas últimas cerimônias de despedida para Emmanuelle acabei me lembrando dos meus amores platônicos da televisão. Foram momentos de pura nostalgia e depressão. Gostaria de narrar um em particular.

Não sei dizer exatamente quando me apaixonei por aquela garotinha loira e animada que aparecia todos os dias pela manhã na televisão. Não, não era a Xuxa. Particularmente, nunca gostei muito da Xuxa (futuramente descobriria que se quisesse perder a virgindade mais cedo, ela era muito mais indicada). Estou falando do ser mais ~angelical~ que pisou na face da Terra. Por coincidência, seu nome era Angélica.

Com um toque angelical, essa garota simplesmente entrou na minha vida apresentando uma gama enorme de brincadeiras e roupas ridiculamente curtas. Se bem que naquela época eu não ligava muito pra roupas curtas. Apenas para brincadeiras e os desenhos que ela exibia em seu programa. De algum modo, me cativou e despertou no pequeno Rafael sentimentos que até então eram desconhecidos.

angelical touch

De uma hora pra outra resolvi que Angélica seria a minha namorada. Por mais que eu não fizesse a menor ideia do que o termo “namorada” significasse na prática. Mas posso dizer uma coisa, meus amigos: cheguei ao extremo de dar um selinho na televisão durante um close na moça. (Acredito que agora vocês entendem um pouco mais sobre a minha mente e tudo o que diz respeito aos meus relacionamentos).

O tempo passou (e eu não sofri calado) e minha paixão por Angélica apenas aumentava. Eu já devia estar com os meus quatro anos de idade quando a televisão anunciou que exibiria um filme dos Trapalhões com a presença da minha e apenas minha Angélica.

Por uma incrível coincidência, a banda mais incrível que já passou pelo planeta também estaria presente no filme: Polegar. Mas falarei sobre eles em outro momento. Hoje estou abrindo meu coração.

Enfim. Angélica estaria no filme e era tudo o que eu precisava saber naquele momento.

O grande dia havia chegado. Era dia de ver Angélica na TV de uma forma que até então não conhecia. O meu pequeno coraçãozinho bateu mais forte quando Tami apareceu em cena.

Aqueles longos e levemente encaracolados cabelos loiros, uma roupa extremamente descolada pra época e um óculos escuro que atestava o quanto aquela garota era “awesome” para os padrões do início dos anos 90. Era a coisa mais linda que já havia visto até aquele momento.

<3

Se eu pudesse descrever o sentimento, seria mais ou menos como a primeira picanha que um ex-gordo come depois de 95kg a menos e 3 anos de regime voltado apenas para saladas. Ou algo bem perto disso.

Infelizmente, a vida tem um jeitinho muito especial de nos mostrar que nem tudo é como a gente pensa. Um jeitinho muito escroto de despedaçar um coraçãozinho puro e inocente como o meu.

No filme existia um personagem chamado Carlão. Eu nunca tinha ouvido falar naquele cara. E de repente ele estava ali, dando em cima descaradamente da minha namorada. E o pior de tudo: ela estava cedendo aos encantos daquele pseudo-punk-rebelde que nem sabia tocar guitarra. E o detalhe mais ridículo: o cara usava camisetinha baby-look. Sério?

Obs.: Na época eu não sabia, mas o Carlão era interpretado pelo Supla. Daí o meu ódio inconsciente pelo cara durante a Casa dos Artistas.

Enquanto aquela tragédia se desenrolava na minha televisão Telefunken de, sei lá, 20 polegadas, eu só conseguia pensar em uma coisa: estou perdendo Angélica.

Nessas horas, sempre existe aquela falsa esperança de que tudo pode dar certo no final. No meu caso, foi durante uma partida de vôlei. Em uma breve discussão, Carlão acerta um cruzado de direita no lindo rostinho de Tami. Tomado pela fúria, soquei o braço do sofá e desejei apenas que aquele maldito fosse fatiado pela espada de Jiraya.

Pensei que estava tudo bem e ela continuaria a ser minha. Que aquele clima de amor entre os dois era apenas uma fase, comum quando estamos no colégio, e que passaria em breve.

Mas a vida, ah, a vida, sempre me fodendo…

Minutos antes da típica festinha do colégio, Carlão reaparece com seus galanteios baratos e falas decoradas (é roteiro, né?). O cara chega e joga na minha cara que sabe o segredo de Tami. Que ela gosta dele. E nesse momento, meus amigos, pude aprender da forma mais trágica possível que garotas podem ser muito cruéis. Minha Angélica corresponde à cantada com um sorrisinho e um número musical – Angelical Touch. Definitivamente, a barrinha de Life do nosso relacionamento já estava nas últimas.

Naquele momento em diante parei de prestar atenção no filme em si e me concentrei apenas nos movimentos de Carlão e em como a minha musa reagiria àquelas investidas.

Depois de uma confusão qualquer no colégio, para piorar ainda mais a minha situação, Carlão faz algo que é impossível competir: salva a vida de Tami. Veja bem, na minha cabeça de 4 anos de idade, não existia a distinção entre personagem/atriz. Pra mim, era a Angélica ali, apenas com um nome diferente.

É, amigos. Salvar a vida de uma garota é uma declaração de amor impossível de ser batida (risos).

Depois da confusão, Carlão e Tami vão acertar as contas.

Um último respiro de esperança. Após uma breve discussão entre os dois, pensei que ainda existia salvação. Porém, Carlão retorna ao auditório do colégio e com uma das cantadas mais fracas da história do mundo, arranca um sorriso da minha Angélica.

Os dois se aproximam, se olham e o cara simplesmente diz que não se importaria de namorar uma milionária. Com toda a audácia de um verdadeiro filho da puta, começa a beijar os dedos daquela que era minha até poucos segundos atrás e finalmente tocam os lábios.

O mundo parou. Um relacionamento lindo como o nosso, de quase 2 anos, jogado fora em uma projeção de menos de 100 minutos.

Angélica não me ligou. Angélica não me mandou uma carta. Angélica sequer me comunicou que estava terminando o nosso relacionamento. Angélica simplesmente me traiu com o cara mais tosco da face da Terra.

fui trocado por um cara que se veste assim…

Com toda a tristeza e raiva que um jovenzinho de apenas 4 anos pode suportar, desliguei a televisão e me entreguei à melancolia do meu quarto. Chorei. Sim, chorei. Chorei por uma garota com apenas 4 anos de idade e não tenho vergonha de admitir.

Fui incapaz de ligar a televisão pela manhã por muitos e muitos dias. Aprendi da forma mais dura possível que garotas não dão à mínima para os nossos sentimentos. É só aparecer um cara um pouco mais boa pinta (e maior, e mais rebelde, e que toca guitarra) que elas se entregam sem nem ao menos lembrar que do lado de cá existe alguém sendo trucidado por esse ato.

Essa é a história de como eu tive o meu primeiro amor platônico e de como fui “doutrinado” pela vida.

Triste. Apenas triste.

=(

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Enviando uma mensagem

Escrito por Arquivo

Já havia algum tempo que ele pensava que podia se comunicar com eles. De certa forma,  sempre acreditou nisso e em um impulso característico daqueles sonhos infantis, inventou uma máquina que na sua cabeça permitiria esse tipo de contato.

Era basicamente um Pense-Bem antigo, um roteador wi-fi com uma latinha de Coca-Cola aberta em forma de “guarda-chuva” para ampliar o sinal e uma agenda eletrônica antiga da Casio. De acordo com o seu avançado conhecimento em eletrônica, era o bastante para conseguir enviar uma mensagem.

E por muito tempo ele enviou mensagens. No começo, diariamente.

“O L Á  T E M  A L G U É M  A Í”?
“O I”.
“T U D O  B E M  C O M  V O C Ê S”?

Não recebia nenhuma resposta. Nada. Era como se estivesse mandando as mensagens para o mais absoluto e completo nada. O que de certa forma era verdade, convenhamos. Mas ele não sabia (ou não queria acreditar) nisso. Estava determinado a se comunicar.

Os amigos não acreditavam que ele teria sucesso.

– Cara, se não te responderam até agora, é porque simplesmente não querem falar com você ou não existem.

– Existem. Eu sei que existem.

– Tanto faz, cara. Só não quero ver você decepcionado com isso depois.

– Não me decepcionarei. Eles vão responder. Eu acho.

Ele continuou tentando por muito tempo. Eventualmente, claro, reduziu a frequência das mensagens. Não eram mais diárias. Agora havia um espaço de tempo. Porém, a resposta que ele tanto esperava nunca chegava. E isto o estava desanimando.

Dizem que enquanto você acredita em algo, você tenta de tudo para conseguir. Mas, a partir do momento em que você deixa de acreditar, é questão de tempo até deixar pra lá e se acostumar com a ideia de que essa coisa jamais acontecerá.

Era isso o que estava acontecendo.

– E aí, cara! Desistiu de tentar se comunicar?

– Ainda não. Mas acho que não querem falar comigo.

– Você acha? Bom, há quem tenha certeza.

– Infelizmente.

Então, em uma manhã de sábado, ele simplesmente deixou de acreditar que um dia receberia uma resposta.

– Desistiu?

– Não. Só deixei de acreditar que um dia me responderia.

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O meu adeus à Emmanuelle

Escrito por Arquivo

Em algum momento dos anos 90…

Não lembro muito bem quando a vi pela primeira vez. Provavelmente deveria ter os meus 10 ou 11 anos de idade. Estava acostumado com outro tipo de interação menino x menina que consistia basicamente em pedir a borracha emprestada durante as aulas.

Já tinha ouvido falar dessa garota que todos os meus amigos um pouco mais velhos (alguns até da minha idade) comentavam. Garota nada. Já era uma mulher, e pelas histórias que me contavam uma das mais experientes. Mas sempre fui muito tímido com garotas. Não poderia ser diferente com ela. Até que um dia finalmente tive o prazer de conhecê-la.

Era madrugada de sábado. Uma das poucas em que eu, no auge da minha pré-adolescência repleta de hiperatividade, estava acordado. Na televisão nada de interessante. Na época não tinha TV a cabo, portanto as minhas opções eram limitadas. Entre um clique do controle remoto e outro, me deparo com aquela mulher. Morena, cabelos curtos e olhos claros como o oceano. Ainda que estivesse vestida, bastou apenas um nome para saber que finalmente tinha sido apresentado à Emmanuelle.

emmanuelle

Um grande amor a gente nunca esquece

Como um bom cavalheiro (desde cedo, como podem ver), me acomodei confortavelmente na cama, diminuí o volume da televisão até quase um sussurro e deixei que ela me conduzisse rumo à uma jornada inesquecível pelo mundo. A partir daquele dia, todos os meus sábados passaram a ser dedicados apenas à Emmanuelle.

Até então, meus amores platônicos sempre foram as mocinhas (Angélica, Duda Little). Um amor casto. Quase como aqueles namorinhos de escola onde o máximo de contato que tínhamos era tocando as mãos. Mas Emmanuelle estava me apresentando um novo nível de amor platônico. Um nível onde o número de roupas era menor e o máximo de contato era comigo mesmo, mas deixa essa parte pra lá.

Foram incontáveis sábados. A cada dia, era apresentado a um novo país ou região, tendo presenciado até mesmo o que gosto de chamar de sexo intergaláctico. Confesso que no começo achei tudo muito apressado. Era novo e ainda não compreendia a beleza de duas garotas se beijando e se esfregando. Mas foi fácil entender porque gostavam tanto daquilo.

E assim foi por quase 5 ou 6 anos. Dedicando todas as minhas madrugadas de sábado a prestigiar a maior professora de educação sexual de todos os tempos.

Eventualmente, deixei de lado o sexo solitário televisivo e passei a me relacionar com garotas do mundo real. Mas sempre dizem que determinados amores nunca serão esquecidos. E isso é uma verdade.

Hoje, quase 20 anos depois, tive a triste notícia de que nossa eterna Emmanuelle falecera. É com tristeza e aperto no coração que me despeço daquela que me proporcionou inúmeros momentos de felicidade, intimidade, descobertas sobre a vida e, acima de tudo, cumplicidade.

Obrigado por tudo, Sylvia Kristel. Ou, como todos nós a conhecemos, Emmanuelle.

P.S.: Em homenagem, declaro luto oficial de 3 dias no meu computador. Ou seja, sem qualquer outra pornografia.

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Rafael – o sem graça

Escrito por Arquivo

Ando muito sem graça ultimamente. Não consigo escrever nada que me faça pensar “nossa, isso vai ser engraçado, vou postar no blog”. Nada. E, por incrível que pareça, nada engraçado tem acontecido no meu dia a dia. De uns meses pra cá.

Depois de muito refletir, acho que cheguei a uma conclusão aterradora: eu perdi a graça porque estou emagrecendo.

Veja bem: há uns 3 meses resolvi adotar um modo mais saudável de vida. Comecei a fazer jiu-jitsu, iniciei uma dieta (estilo Auschwitz) e cortei várias porcarias que faziam mal. O resultado é que nesse meio tempo perdi 12 kg. Uma graça alcançada, diriam os mais empolgados.

Mocotó engraçado e Mocotó sem graça

Só que, infelizmente, junto desses quilos perdidos, litros de suor derramados no tatame e o ciclo completo de digestão de frutas e legumes, acabei perdendo também a graça. Deixei de ser aquele gordinho simpático e estou me tornando só o “Rafael, aquele cheinho”.

Bom, pelo menos to magro, né? Bom, quase magro.

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Blog Day 2012 – muito desanimo

Escrito por Arquivo

Mais um ano, mais um Blog Day. Infelizmente, não tenho muito que comemorar. Eu mesmo quase não atualizo mais esse blog. Mas, o pior mesmo é ver que para mim os blogs perderam muito da graça.

No embalo das discussões sobre o caso da Gina Indelicada, vou utilizar o Blog Day de 2012 para fazer algumas observações sobre o que penso da blogosfera brasileira atualmente.

São poucos os que aparecem com alguma novidade. Os demais, mergulhados em um mundo de manolos, “lol’s”, memes e imagens divulgadas em blogs/fóruns gringos, caíram em uma mesmice sem tamanho. Particularmente, acho isso triste, apesar de perceber que grande parte do “público”, chamado carinhosamente de gado pelos blogueiros, se amarra nesse tipo de coisa.

Hoje em dia não se dão mais ao trabalho de produzir nada. Confundem traduções e montagens com criatividade. Quando não tem montagens, são os vídeos de anônimos publicados e replicados à exaustão, causando constrangimento a quem produziu e status de genialidade a quem simplesmente postou.

Obviamente, ainda existem aqueles com um pouco de dignidade e criatividade que produzem essas coisas. Mas, ao contrário do que deveria ser regra, são apenas a exceção.

Em várias conversas com amigos que fiz justamente nesse meio dos blogs, comento sobre como estou desanimado com o rumo que a blogosfera brasileira vem tomando. Não que eu queira cagar regra, afinal, gosto é subjetivo. Tem gente que se amarra nisso, mas não é o meu caso.

Me entristece mesmo é ver que algo com tanto potencial está se tornando monótono e sem graça. Mas, vai ver sou eu que estou ficando velho.

Sem indicações por hoje.

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