É realmente um novo tempo. Eu, que sou novo, estou presenciando um fenômeno nunca antes visto. É chegada a hora do Brasil mostrar a sua cara, digo, o seu avatar.
Acredito que até hoje não houve nenhum protesto desses modernos, pela internet, que tenha tirado algum governante do poder. A galera se mobilizou e conseguiu emplacar a “hashtag” #forasarney no Twitter.
Ok, não foi nada espontâneo e só conseguiram isso depois que as celebridades da TV migraram para a ferramenta e apoiaram o protesto “legítimo” da geração Danoninho.
Dito isso, posso concluir (pessoalmente) duas coisas:
Os formadores de opinião do Twitter e blogs não formam tanta opinião assim…
As celebridades enxergam no Twitter uma fonte inesgotável para figurarem em portais de notícias e fofocas.
Ou seja: não deu em nada.
Obs.: e a internet é uma ferramenta facilitadora desse processo. Porque se uma pessoa que está sufocada pela luta pela sobrevivência vê o astro da novela das oito dizendo no Twitter “Fora Sarney”, ela vai segui-lo. É fácil, rápido, tá na moda, os globais estão fazendo. É, sim, um meio de envolver a todos num ideal; mas, realmente, nunca será resolução absoluta: é necessário o protesto físico, com grito, suor, emoção.
E Irã e Coreia do Norte são países em que uma pessoa que sai às ruas para protestar contra o governo corre o risco de ser presa ou assassinada. A internet tem a vantagem do anonimato, talvez por isso tenha funcionado lá. Mas, aqui, podemos fazer barulho de verdade – o que é mais eficiente, se todos participarem.
Creio que há, sim, um envolvimento dos jovens (a “geração danoninho”) na política brasileira. E que um grão do deserto é melhor do que nada. O grande problema é que apenas os jovens não são capazes de mudar muito. É essencial que todas as faixas etárias e econômico-sociais da população participem da luta por um mesmo ideal. Jovens são e sempre serão de alguma maneira rebeldes, portanto não mudarão muita coisa: é esperado que eles vão às ruas. Mas se os pais, os avós, os filhos, os netos; se os empresários, os “boys”, os pensadores, os blogueiros; se todos forem às ruas protestar, aí, sim haverá o impacto do inesperado. Mas em um país em que a maioria da população não tem acesso à educação e passa fome todos os dias, é difícil mobilizar as massas. Aliás, é por isso que em países com baixo índice de miséria o povo é mais politizado e revoltoso: quando você não passa fome, tem disponibilidade mental para pôr em prática a revolta.
Tu esquece que a moda agora é ser rebelde. Nao ve a “Marimoon”, que exemplo de rebeldia? 😛
“Oh wonder, how many goodly creatures are there here, how beautious mankind is, oh Brave New World that has such people in it.”
Percebemos tanto que protestos via-twitter funcionam que o resultado da eleição do Irã foi alterado e que a Coréia do Norte cancelou seu programa de mísseis.
Recomendo a leitura de:
http://grandeabobora.com/como-organizar-um-protesto.html
e (auto-jabá)
http://armazemdommanolo.wordpress.com/2009/06/24/coreia-do-norte/
É como twittei:
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1) De que adianta fora Sarney? Retirar um grão de areia do deserto vai fazer ele menos deserto?
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2) O twitter não é um fim em si mesmo, sair as ruas sempre será necessário. Não mudaremos o mundo twittando…
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=D