A semelhança entre escovas de dente e relacionamentos

Por Arquivo

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Escovas de dente no Chalezinho. Foto: SouBH

Escovas de dente no Chalezinho. Foto: SouBH

Eu não sei como é a vida de casado (mal sei o que é sexo), mas se tem algo que acredito chegar bem próximo disso é a relação entre o ser humano e a sua escova de dente.

Quando você acorda, o primeiro contato é sempre com a escova de dente (no meu caso, primeiro eu dou uma olhada no Ipad e depois me levanto para fazer as demais necessidades, mas essa informação não deveria estar aqui para não atrapalhar a fluência do texto). E não pode ser qualquer escova de dente. Tem que ser uma que se encaixe perfeitamente na sua arcada dentária e que possua uma pegada anatomicamente confortável. Afinal, você começa e termina o seu dia com a escova de dente.

Hoje foi um dia triste, pois tive que trocar de escova. Estava acostumado com a minha antiga Oral-B azul e branca, com um cabo confortável e cerdas macias e especialmente desenvolvidas para propiciar a limpeza ideal para o meu tipo de arcada dentária.

Foi um relacionamento duradouro. Mais de um ano. O que é muito se você der uma olhada no meu histórico nesse ramo da vida. Foram muitas histórias com essa escova. Me acompanhou nas minhas últimas viagens e teve bastante trabalho, já que comendo de 3 em 3 horas, você acaba dando uma escovada pra não ficar com hálito de biscoito ou de barrinha de cereal.

Mas como toda história de amor, chega um momento em que o relacionamento fica desgastado. Ela já não estava me proporcionando uma limpeza de qualidade. Estava ficando um pouco desgrenhada. As cerdas já não estavam tão alinhadas e asseadas como antigamente. Caiu na rotina. Não se preocupava mais em ficar bonita pra mim. Notei que tanto a escova quanto eu havíamos perdido aquela química, aquela cumplicidade que só os grandes casais compreendem.

Sem o menor desejo de adiar o inevitável, fui ao armário de higiene (que pode ser considerado como a boate do mundo das escovas de dente) e cortejei uma nova parceira de higienização bucal.

Foi amor à primeira vista: ela era mais magra que a anterior, com cerdas menores e mais bem cuidadas. Um cabo anatomicamente correto que se encaixou perfeitamente ao meu toque. Além disso, possui um corpo mais curvado do que a anterior, que em minha opinião sincera era uma verdadeira tábua: completamente reta. Não sei, mas nessa fase da vida, estou dando mais valor às curvinhas. Um gosto apurado desenvolvido com o tempo. Um verdadeiro sinal de que estou amadurecendo.

Mas um relacionamento não se baseia somente em aparência e atrativos visuais. Era preciso testar a novidade. E posso dizer que valeu a pena. Como disse anteriormente, a nova escova se adaptou perfeitamente ao formato da minha mão. As cerdas, como imaginei, são completamente macias e proporcionam um escovar suave e objetivo, alcançando os pontos mais profundos da minha arcada dentária.

Envolvido pelo momento, me deixei levar. Escovei fazendo círculos, depois passei para o famoso esfrega-esfrega e por fim apliquei a técnica da “vassoura”, que consiste em movimentos ritmados de baixo para cima nos dentes do fundo.

Em questão de minutos já havia me esquecido completamente da antiga escova de dente, que nesse momento deve estar em algum lixão usando calças de moletom, devorando um pote de sorvete e assistindo o Diário de Bridget Jones enquanto lamenta por ter perdido esse grande partido chamado Rafael Barbosa.

Como eu estou? Muito bem, obrigado. Por falar nisso, vou ali escovar os dentes.

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