Rafael e a síndrome de Santo Antônio

Escrito por Arquivo

Antes de começar o texto propriamente dito, deixa eu tirar um pouco da poeira aqui do blog. Tem até teia de aranha. É isso que dá abandonar uma casa por muito tempo. Sorte a minha se não tiver mofo por aqui também, né? Quase 15 dias sem aparecer por aqui e nem deixei um bilhete ou nada do tipo. Mas, aqui estou. Vamos logo ao que interessa então.

De acordo com a cultura popular brasileira, Santo Antônio é o santo responsável por encomendar, via intervenção divina, o casamento de seus devotos (na grande maioria devotas, claro). Ou seja, ele é o Santo Casamenteiro. Refletindo um pouco sobre a minha vida nos últimos anos, cheguei a conclusão de que eu sofro da Síndrome de Santo Antônio.

Você deve estar se perguntando nesse momento o que se trata essa tal de síndrome de Santo Antônio. Bom, se acompanhasse a minha vida saberia exatamente o que quero dizer com isso, mas, se essa é a primeira vez que você acessa esse diário virtual, sinta-se em casa e deixe-me explicar o que isso quer dizer.

Basicamente, toda garota pela qual me interesso ou me interessei nos últimos anos arrumou um namorado ou voltou com o ex-namorado. Em alguns casos, houve até noivado, o que me coloca no rumo certo da canonização pelo Vaticano.

Tire esse sorrisinho da cara, pois a minha situação não é nada engraçada. Eu não pedi esse “poder divino”. Aliás, eu odeio o fato de exercer esse tipo de influência no destino das pessoas. Mas, é inevitável que isso vem se tornando algo deveras desagradável.

Tudo começa mais ou menos assim:

Rafael: Nossa, cara. To afim da X, hein. Vou investir.

Amigo: Boa, garoto. Vale a pena. Boto fé.

Rafael: Valeu, amigo.

Começo a investir na garota. Chamo pra sair, masco, masco, converso e combinamos um dia pra sair.

A partir do momento que desenvolvo o interesse e começo a conversar com a garota, há uma espécie de pequenas coincidências organizadas ao acaso no universo que contribuem para os seguintes casos:

Menina 1: Nossa, Rafa. Acho que o cinema não vai rolar.

Rafael: Ah, por que não?

Menina 1: Então… é que eu voltei com o meu namorado. Percebi que eu amo aquele cara mais do que tudo no mundo e morreria se não voltasse com ele. Vamos no cinema amanhã. Digo, não eu e você, mas eu e ele.

Rafael: Ok. Morra.

Na maioria dos casos, o fato de chamar a garota pra sair desperta nela sentimentos adormecidos pelo ex-namorado que até então ela ignorava. E eles voltam com tudo.

Outra situação hipotética da Síndrome de Santo Antônio:

Rafael: E ai, fulaninha. Tá de pé aquela nossa saída, né?

Menina 2: Claro, Rafa! Nossa, hoje vou numa festa. To meio desanimada, mas né? Tenho que ir.

Rafael: Pow, vai lá. Boa festa. Aproveita.

Menina 2: Pode deixar que aproveito sim.

No dia seguinte…

Rafael: E aí moça, como foi a festa?

Menina 2: Perfeita, Rafa. Fiquei com o Fulaninho. Foi tão lindo.

Rafael: Legal.

Dois dias depois…

Menina 2: Raaaaaaaaaaaaaaaafa!!!!!

Rafael: Eu! (com um sorriso na cara e uma felicidade extrema por não ter sido eu a puxar papo dessa vez)

Menina 2: TO NAMORANDO. NA-MO-RAN-DO! TENHO UM NAMORADO E ELE NÃO É VOCÊ.

Rafael: … (Acabou de se enforcar no quarto).

Chega a ser irritante esse tipo de coisa. Não sei se já contei aqui no blog, mas no carnaval de 2007 (o ano em que eu estava demais no quesito ‘pegar mulher’) fiquei com uma garota. Era na cidade de Raul Soares, conhecida pelos términos de namoro às vésperas da grande festa da carne.

Não sabia que a garota em questão era adepta dessa prática até o momento em que, abraçados, ela olha para o Trio Elétrico do mestre Luciano Olimpo e se depara com o ex-namorado rebolando, dançando e chamando a atenção das outras fêmeas no local.

Obviamente ela me largou e voltou com o cara…

Sim, amigos. Acredito que em breve, dentro de alguns anos, terei igrejas construidas em meu nome ostentando várias imagens e esculturas com a minha aparência. Meu apartamento se tornará um lugar santo, visitado por mulheres de todos os cantos do mundo (que não terão o menor interesse sexual ou amoroso em mim, por assim dizer).

Pesquisando na internet não achei nenhuma cura para a Síndrome de Santo Antônio, o que diminuiu um pouco as minhas esperanças. Mas, como sou um cara que está sempre de bem com a vida, não vou me deixar abater. Com grandes poderes vem grandes responsabildades, mesmo que sexo não seja uma delas.

Com tanto santo legal por aí, com poderes legais, me sobrou logo aquele com o poder de fazer as pessoas se casarem. Sacanagem comigo, hein Deus? Seu fanfarrão.

Se você sofre com alguma síndrome parecida, por favor, compartilhe comigo nos comentários abaixo e vamos tentar nos ajudar, ou pelo menos unir forças e tentar resolver esses problemas de relacionamento.