Sobre a vida adulta
Tenho tentado escrever uma retrospectiva sobre o meu ano de 2012. Embora tenha sido repleto de bons acontecimentos, não dá pra ignorar aqueles que me desanimaram ou me deixaram pra baixo. Não preciso me lembrar das coisas ruins. Vivê-las já foi péssimo o suficiente. Portanto, não vou falar especificamente sobre isso nesse post.
O que quero comentar aqui é sobre como anda a vida dos meus amigos de colégio e faculdade. Pelo menos a grande maioria deles e traçar um breve paralelo com a minha vida.
Nesse ano de 2012 adicionei muita gente da época de escola no Facebook. Afinal, essa é a função das redes sociais, né? Reencontrar amigos e conhecidos que não se tem contato há anos. E para a minha surpresa, muitos deles já estavam, de fato, na vida adulta.
Não sei se sou eu que estou ficando pra trás ou se temos prioridades diferentes, mas a grande maioria deles já está casada e com família constituída. Inclua aí filhos (às vezes mais de um).
É engraçado, pois conheço a turma do colégio há pelo menos 18 anos (estudei na mesma escola da primeira série ao terceiro ano) e crescemos juntos. Na verdade, posso dizer que passamos todas essas fases da adolescência ao mesmo tempo e depois de formados os caminhos meio que se separaram. É sempre um choque ver pessoas que você conheceu ainda criança tendo as suas próprias crianças.
É normal, acredite, mas não deixa de ser marcante.
Não me vejo “construindo” uma família agora. Não me vejo casado ou com filhos até, pelo menos, os meus 30 ou 35 anos. Alguns dirão que estarei velho demais pra isso. É claro que quero ter filhos, e como sou totalmente influenciável pela cultura pop, vejo a minha vida como a de Ted Mosby, de How I Met Your MOther. Ao meu redor, todos encontram as mulheres de sua vida e começam a ter outras prioridades além de se embebedar em uma mesa de bar ou realizar maratonas de Star Wars e Senhor dos Anéis.
Eu digo que quero estar completamente estabilizado para dar esse passo. Um grande passo, aliás. Infelizmente, não controlamos essas coisas e vai que ano que vem eu encontro o amor da minha vida, caso em pouco tempo e começo 2014 com um bonequinho encomendado pela cegonha?
A questão é que ainda bate aquela dúvida se eu estou atrasado. Como vocês podem ler por aqui, a maior parte do tempo eu ainda ajo e penso como um moleque de 17 anos que tá começando a curtir a vida agora. Mas sempre que vejo os meus amigos e suas respectivas famílias, me pergunto se já não é hora de começar a pensar nessas coisas.
Até os meus melhores amigos, aqueles que eu tenho contato frequentemente já estão pensando em juntar os pares de meias de vez com suas namoradas, enquanto ainda penso em qual será o próximo lançamento da Ubisoft ou em como passar de uma fase de Assassin’s Creed. É complicado.
Estou ficando velho e ao contrário do que gosto de pensar, a cada dia que passa, a “vida adulta” se mostra ainda mais presente do que eu gostaria de admitir. Acho que tenho essa tal de síndrome de Peter Pan que todo adulto metido a adolescente se diz vítima. Não quero ficar para trás e ser apenas o “tio Rafa” e escutar perguntas como “por que você nunca se casou, tio”? É apenas triste isso.
No fundo, no fundo, acho que apenas ainda não encontrei a pessoa certa pra me fazer mudar esse quadro. E eu não espero que ela esteja usando um guarda-chuva amarelo.
Carta aberta a Nostradamus, aos Maias e demais profetas e oráculos
Belo Horizonte, 21 de dezembro de 2012.
Aos cuidados do senhor Nostradamus, comunidade Maia e demais profetas.
Primeiramente, um ótimo dia. Como podem ver, hoje é sexta-feira, 21 de dezembro de 2012 e estou escrevendo esta carta aberta para dizer que mais uma vez vocês falharam em suas previsões sobre o fim do mundo.
Antes que comecem com as justificativas, deixe-me apresentar. Meu nome é Rafael e desde que me entendo por gente pelo menos uma vez por ano houve uma previsão de fim do mundo. Tenho 26 anos, então vocês devem ter percebido que falharam bastante nos últimos anos.
Graças às suas previsões, Hollywood nos fez o favor de produzir dezenas de filmes legais sobre o fim do mundo. Confesso que sou um cara completamente influenciável por essas coisas.
Por 26 anos fiquei esperando invasões alienígenas, meteoros do tamanho de pequenos estados brasileiros, o surgimento do novo anti-cristo, a criação de uma doença que faria os mortos se levantarem, o arrebatamento e a cavalaria apocalíptica. Mais recentemente, uma catástrofe inexplicável agendada para 21/12/2012.
Obviamente, nada disso aconteceu.
Isso é frustrante. Anos e anos de preparação e expectativa para esses eventos que nunca se concretizaram. Não sei qual o método que os senhores utilizaram para realizar essas previsões, mas aconselho a reverem os seus processos.
Acho que vocês foram pretensiosos demais ao prever o fim do mundo. Poderiam ter focado apenas em eventos mais simples e específicos, como os atentados às Torres Gêmeas do World Trade Center ou o início de alguma nova guerra.
Não quero tirar o mérito de muitos de vocês. Nostradamus acertou bastante coisa. Tivemos a revolução francesa, presenciamos a ascensão de Napoleão Bonaparte, Adolf Hitler e Osama Bin Laden e também vimos todos esses “anticristos” sendo varridos da face da Terra. Mas o fim do mundo? Vocês queriam demais. Vocês sonharam alto demais para o padrão da época.
Escrevo essa carta (que deveria ser um pouco mais mal educada) apenas para deixar claro o meu descontentamento com o serviço prestado pelos senhores. Acredito que essa história toda sobre o dia 21 de dezembro tenha sido a “última grande profecia” sobre o fim do mundo. Espero do fundo do meu coração. De verdade.
Dito isso, gostaria de parabenizá-los pelos acertos e solicitar o reembolso meu e todos aqueles que perderam tempo estocando alimentos, construindo abrigos subterrâneos, cometendo suicídios coletivos e realizando todos os meus últimos desejos malucos, que infelizmente me trarão problemas, uma vez que o mundo não acabou (e a polícia trabalha normalmente hoje).
Caso algum novo oráculo ou aspirante a profeta esteja lendo essa carta, peço que reveja as suas fontes, refaça os cálculos e confira com outros oráculos/profetas a possibilidade de erros. Não quero que as futuras gerações passem pela mesma frustração que eu.
Com carinho,
Rafael Barbosa.
Top 5 fins do mundo e por que você não irá sobreviver em nenhum deles
O mundo especula já há alguns anos sobre a possível extinção da raça humana no próximo dia 21 de dezembro (amanhã, caso você tenha perdido o seu calendário), de acordo com uma profecia maia.
Os caras não disseram ao certo qual seria o evento que nos levaria ao fim derradeiro, deixando uma lacuna pronta para ser preenchida por nossas mentes criativas e influenciáveis pela tão amada cultura pop.
Infelizmente, odeio ser o portador de más notícias. Independente do que aconteça amanhã e leve ao fim do mundo (ou grande parte dele), você não irá sobreviver.
Confira abaixo cinco possíveis catástrofes/eventos que podem levar ao fim do planeta e os motivos pelos quais você não irá se salvar.
1 – “Apocalipse” Zumbi
Nos últimos anos os zumbis se tornaram extremamente populares entre os jovens. George Romero e seus mortos vivos famintos por cérebros começaram a popularizar essa moda, que tem o seu auge agora, com os quadrinhos e a série live-action de The Walking Dead.
Frequentemente vemos pessoas postando imagens e frases como “não vejo a hora de começar o apocalipse zumbi e estourar a cabeça desses desgraçados”.
Cara, você não vai estourar a cabeça de ninguém.
Você não tem preparo físico pra ir à padaria na rua de baixo e voltar sem reclamar de dores nas pernas e falta de ar. Você chora se leva um unfollow e de uma hora pra outra vai se sentir o machão/herói da rua quando tudo começa a ruir?
Se você botar o pezinho na sala e se deparar com os intestinos e o fígado da sua mãe no chão enquanto seu vizinho chato se delicia nas entranhas dela, tenho a mais absoluta certeza de que a sua primeira reação será ficar em posição fetal chorando e esperando por uma ajuda que possivelmente nunca virá.
Além disso, você só teve contato com uma arma de verdade jogando Call of Duty. Você não faz a menor ideia de como atirar (a não ser que seja membro das forças armadas, polícia, segurança terceirizada ou um maluco que tenha praticado tiro olímpico). Não se encontra uma arma em qualquer lugar como nos quadrinhos. Não estamos nos Estados Unidos onde até uma criança pode ter um rifle. Aqui é Brasil. Se quer ter alguma chance (por menor que ela seja) de matar algum zumbi, é melhor aprender a usar a sua peixeira de forma mais eficiente.
Veja bem: em todo filme/série de zumbis, há um polícial ou militar experiente no grupo de sobreviventes. Os demais viram ração de morto-vivo. Você é um dos demais, descartáveis e que será deixado para trás por estar atrasando o grupo.
Se por um acaso as forças armadas falharem completamente (o que seria de uma incompetência sem tamanho), você já terá virado merda de zumbi há um bom tempo. É melhor se conformar. Esse é o seu destino. Você irá morrer em um eventual apocalipse zumbi.
2 – Meteoro atingindo a Terra
Se nem os dinossauros que tinham necessidades básicas muito menores do que as nossas não sobreviveram, imagine você que hoje em dia não consegue ter uma vida sem internet, smartphones e cupcakes?
Um meteoro de proporções gigantescas certamente irá dizimar grande parte da população mundial com o impacto. Basicamente, a onda de choque fará com que centenas de quilos de destroços e poeira sejam lançados na “atmosfera” terrestre, e em seguida sairá devastando tudo em seu caminho. Para aqueles que curtem uma piscina, o impacto também gerará tsunamis que devastarão o que quer que não tenha sido destruído com o choque.
Com a quantidade de entulho lançada na atmosfera, a luz solar não chegará até o solo e os poucos sobreviventes morrerão em breve por falta de água potável e comida.
É inevitável. Você irá morrer.
P.S.: Caso os governos dos países tenham planos de contingência, tipo aquelas naves espaciais que levarão pessoas importantes da comunidade para a segurança do espaço, pode ir tirando esse sorrisinho do rosto. Você não coopera nem com a sua mãe em casa, o que dirá em uma comunidade.
Você será deixado para trás e vai definhar até se tornar uma massa indistinta de pele e ossos.
3 – O fim do mundo bíblico
Cara, sério? Você espera mesmo que eu diga por que você não irá sobreviver ao fim do mundo bíblico, aos cavaleiros do apocalipse, às trombetas e ao arrebatamento? Estamos falando aqui de coisas que podem acontecer. Não de fantasia. Esse é um blog sério.
4 – Guerra nuclear
Particularmente, é um dos “finais” que mais gosto de imaginar para o planeta Terra. Cresci assistindo filmes como O Exterminador do Futuro e The Day After e a sombra dos últimos anos da Guerra Fria. Um holocausto nuclear era questão de tempo naquela época, apesar de os líderes mundiais serem um pouco bundões pra apertar o botão.
Mas hoje em dia, com tanto nego sem noção no mundo, acredito que isso possa rolar mais cedo do que imaginamos. Por que não amanhã?
Nas melhores perspectivas de um holocausto nuclear, o ataque começa de forma inesperada. Não estamos mais na Guerra Fria. Não tem um telefone vermelho no salão oval da Casa Branca ligado diretamente a outro telefone vermelho no Kremlin.
O que temos pra hoje são árabes extremistas que querem ver o fim da sociedade ocidental e certo grau de fanfarronice dos amigos da Coreia do Norte. Sobra até um pouquinho ali para o Irã, mas não sei como anda a situação por lá.
O holocausto não começaria com um míssil intercontinental atravessando o mediterrâneo e o Atlântico/Pacífico. Está mais para uma maleta carregada de plutônio, explosivos e uma rudimentar tecnologia de detonação.
Mas a resposta, amigos, seria em escala mundial.
No caso do Brasil, estamos em uma posição geograficamente privilegiada e dependendo de qual lado defendermos nessa guerra (que seria obviamente o americano), é claro que teríamos a nossa carga de mísseis lançados em nossa direção.
Por que você irá morrer? Em primeiro lugar: o Brasil não tem nenhum sistema de defesa antimísseis nessa escala. Não temos sequer uma bombinha atômica pra ameaçar a Argentina.
No caso de uma guerra nuclear, não pense que será como Hiroshima e Nagasaki. Tenha certeza de que você verá bem mais do que dois mísseis cruzando os céus da sua cidade.
Se você não morrer na detonação, com seus corpos desintegrados, morrerá em questão de meses com os efeitos da detonação. Seja por causa do inverno nuclear, do câncer e da falta de provisões básicas.
É fato: você não irá sobreviver.
5 – Epidemia em escala global
Com essa saúde de atleta de quem come bacon o dia todo, qualquer gripe ou diarreia mais forte te derruba. Uma pandemia então faria com que seu corpo se tornasse uma massa fétida antes mesmo de você pensar duas vezes.
Ao longo da história da humanidade já tivemos algumas pequenas amostras da capacidade destrutiva de algumas doenças. Peste negra, gripe espanhola e mais recentemente a “ameaça” do H1N1 nos mostrou que os vírus ainda podem ser um grande problema para a raça humana.
Sendo sincero, nunca parei para pensar em como seria uma epidemia nessa escala. O mais provável é que seja algum vírus novo, algo totalmente fora do padrão com o qual estamos acostumados.
Vai entrar nessa lista só pra completar o top 5. De qualquer forma, você não irá sobreviver. Em uma expectativa bem otimista, você demoraria a morrer, enquanto seu corpo é dissolvido lentamente por essa nova bactéria/vírus.
É isso, amigos. Sendo um cara bem positivo, em qualquer um dos cenários de fim de mundo no dia 21 de dezembro, você irá morrer, não importa o que aconteça.
Fique a vontade para comentar sobre possíveis cenários e em como seus amigos morreriam.
Conheça o Derrota Cast
Nada mais motivador (e engraçado) do que aprender com as derrotas dos outros. É com esse pensamento que gostaria de dar início a um novo empreendimento internético (que provavelmente falhará como todos os outros).
Trata-se do Derrota Cast, um podcast que tem como principal objetivo celebrar a derrota em todas as suas formas, desde um namoro que não deu certo até aquele seu investimento equivocado que acabou gerando um prejuízo de bilhões de dólares para a empresa.
Como um dos mais relevantes e promissores representantes do cenário de derrotados no Brasil, o host do podcast será ninguém menos do que eu, Rafael Barbosa.
Estou em negociações com outros grandes players que foram derrotados nos mais variados campos da vida para se unir nesse que promete ser o grande destaque da internet brasileira em 2013.
Se não der certo, pelo menos será uma derrota a mais para acrescentar ao meu já invejável portfólio.
Um pouco sobre Blink 182
Blink 182 é uma banda que me acompanha, sei lá, desde os meus 12 anos de idade. Foi um raro caso de “amor à primeira ‘audição’”.
Lembro como se fosse hoje: o primo de um amigo chegou dos Estados Unidos com um bocado de CDs e “k7’s” de bandas que estavam rolando nos festivais da Califórnia. Logo de cara um desses CDs chamou a minha atenção. Na capa tinha um touro com o “lombo” carimbado com o nome da banda em questão: Blink 182.
Não hesitei em escolher esse cd para escutar em casa, com calma, e repassar para uma fita virgem. Subi as escadas correndo e já abrindo a bandeja do cd player. Assim que o display acusou a faixa número um, fui arrebatado pelos primeiros acordes de Pathetic e desse dia em diante, eu tinha a minha banda favorita.
Pouco tempo depois os caras estouraram de vez com o disco Enema of the State e ficou muito mais fácil ter acesso ao material do Blink 182. E a cada novo CD dos caras, é como se eu estivesse escutando a banda pela primeira vez. A mesma emoção, empolgação e todos esses sentimentos que você com certeza já nutriu por alguma banda/cantor/cantora/artista durante a sua vida.
Alguns anos mais tarde, logo após o lançamento do cd Blink 182, rolou um boato forte de que a banda viria ao Brasil. Tudo indicava que seria no final do ano, no longínquo 2003. Juntei dinheiro o ano todo, esperando por um anúncio que nunca viria. Pelo contrário. Dois anos depois, em 2005, os caras anunciaram um “hiato por tempo indefinido”. Mas os fãs sabiam que esse era o fim do Blink 182.
Confesso que nunca me abati tanto com o fim de uma banda. Quase 10 anos escutando os caras nos piores e nos melhores momentos da minha vida e, para piorar, nunca tive a chance de ver um show ao vivo dos caras. Foi realmente triste.
Em meio a trabalhos paralelos e declarações polêmicas, o tempo foi passando. Escutava agora Angels and Airwaves e Plus 44, mas não era a mesma coisa. Apesar da pegada e das vozes, eram duas bandas diferentes e não tinha a química do Blink 182.
Com a certeza de que a banda jamais retornaria, tudo ficou ainda pior com o acidente de avião envolvendo o melhor baterista da atualidade: Travis Barker. O cara ficou entre a vida e a morte, e para os fãs, foram dias de apreensão.
De uma forma bizarra e inesperada, o acidente foi o fio condutor para a reaproximação dos integrantes do Blink 182. Mark e Tom que não se falavam há alguns anos resolveram fazer as pazes e, surpreendentemente, uma ponta de esperança começou a surgir a partir daí.
Em 2009 a noticia que os fãs esperavam há mais de 3 anos: o Blink 182 estava de volta e preparando cd novo e turnê mundial. Confesso que foi uma das melhores notícias que já tive na minha vida.
Pouco tempo depois, os caras fizeram uma apresentação ao vivo em um festival e, ao assistir o vídeo, pude perceber o motivo do Blink ainda ser minha banda favorita: a química, o carisma, a empolgação dos já agora pais de família e quase senhores de idade naquele palco foi um retorno honesto à minha adolescência.
Em 2011 o momento que todos estavam aguardando: o lançamento do novo álbum. Há 8 anos sem produzir nada novo, o Blink 182 lança o disco Neighborhoods.
Como eu esperava, era o caminho natural da banda: crescimento. Sai de cena os dilemas adolescentes (que já haviam sido deixado de lado no último álbum de inéditas) e somos apresentados a músicas com temáticas mais adultas, algumas até mesmo sombrias.
Eu não sou mais um adolescente, não poderia esperar que os caras – mais velhos do que eu – continuassem agindo e escrevendo como tal. E foi um retorno muito bem vindo. Um álbum que matou a saudade desses 3 caras que embalaram muitas sessões de skate e jogatina de vídeo-game.
Agora, nesse momento, estou ouvindo o novo EP do Blink 182: Dogs Eating Dogs. Cinco músicas inéditas, totalmente produzidas pelos caras e distribuídas digitalmente pelo preço camarada de U$ 3,99.
Mais uma vez eles conseguiram. Me mostraram que daqui a uns 30 anos, com certeza estarei com os meus filhos/netos conversando sobre música e em algum momento direi “deixa o pai mostrar um CD pra vocês. É coisa boa. Confia em mim” enquanto dou o play em qualquer um dos discos da banda.
Agora só falta uma coisa: ter a oportunidade e o prazer de ver um show dos caras no Brasil. Não importa onde, não importa o valor. É um show que não perderei por nada nesse mundo.
Fica a dica para os organizadores do Rock in Rio e Lollapalooza da vida.
Reality Show – O Mosteiro
Os Reality shows fazem muito sucesso no Brasil. Todo mundo quer ver estranhos confinados numa casa a ponto de se matarem ou então quem será a nova estrela da música nacional. É uma receita pronta de sucesso.
Estava aqui pensando esses dias e que tal deixar a coisa ainda mais gostosa e divertida? Tive uma ideia maravilhosa de reality show e gostaria de compartilhar com vocês. Vai que alguma rede de televisão acessa esse post e resolve investir no formato? Não ganharei nada com isso, mas ficarei feliz. De verdade.
Seria mais ou menos assim: A equipe do programa selecionaria 12 pessoas com desejo sexual hiperativo (6 mulheres ninfomaníacas e 6 homens com satiríase) com o grau mais alto da patologia.
Os participantes escolhidos seriam confinados em um mosteiro construído especialmente para o programa por 3 meses. Durante todo esse tempo, eles estarão submetidos ao regime de internato da igreja católica.
Ou seja: sem sexo.
A ideia principal do reality show é ver quem tem mais força de vontade para conseguir o prêmio de 2 milhões de reais e aprender um pouco de teologia. E filosofia também.
Toda semana os participantes serão submetidos às provas boladas pela produção como, por exemplo, servir sopão em um albergue repleto de strippers e go-go boys fantasiados de sem teto. Em determinado momento, essa turma começaria a fazer o que já está acostumada. Sem roupa.
Os participantes também estarão sendo avaliados pelos seminaristas e freiras presentes na atração.
Seria montado um mosteiro em algum lugar da cidade com uma piscina, academia de musculação, cozinha e sala de estudos. Os quartos seriam como os tradicionais desses ambientes: pequenas “celas” individuais. Para aguçar um pouco mais os nossos “guerreiros da nave sexual”, dentro dos livros de estudos estarão escondidas edições da Hustler, Sexy, Playboy, G-Magazine e Men’s Health.
As regras seriam bastante rígidas. É expressamente proibida a relação sexual entre os participantes e os seminaristas/freiras. Apesar de divertido e até excitante, ainda temos um padrão a manter e se você quer ganhar R$ 2 milhões, tem que fazer por onde.
O grande vencedor será escolhido pelo público em uma votação na reta final do programa. Contará pontos o nível de sanidade mantida ao final da atração.
Não sei vocês, mas eu já estou ansioso para ver O MOSTEIRO!
Fica a dica, Record!
O fim
Acordou como em todos os outros dias. Se levantou, deu aquela mijada, escovou os dentes, tomou um banho e saiu para trabalhar.
As ruas estavam mais estranhas do que o normal. Algumas pessoas corriam peladas, seguravam cartazes com frases que ele não se importa e outras brigavam sem o menor motivo. Algumas até estavam segurando armas e invadindo casas e lojas, mas ele havia deixado de se importar ou perceber essas coisas há muito tempo. Estava em um total e completo estado de inércia.
Chegou ao trabalho no horário normal, como fazia de segunda a sexta. A única coisa que chamou a sua atenção foi o fato de que, estranhamente, o estacionamento estava vazio. Não teve que parar o carro longe. Estacionou em sua vaga preferida, pegou a sua maçã, enrolou os fones de ouvido, dobrou a jaqueta e a jogou no ombro e se dirigiu ao prédio.
Havia pouca gente por lá. Até o Seu Antônio, porteiro há mais de 35 anos e que se orgulhava de nunca ter faltado um dia sequer, não estava por ali. Essa era uma novidade. Isso era algo fora do padrão. Mas até mesmo os grandes heróis precisam de um dia de folga, não é mesmo?
Pegou o elevador do meio, como sempre. Nos fones de ouvido tocava o novo CD da sua banda preferida. Na rádio do elevador, alguém narrava os acontecimentos bizarros daquele dia, mas ele estava tão entretido em seu próprio mundo que ao chegar no 12º andar não havia escutado nada. Exceto metade da sua música favorita daquele álbum.
Saiu do elevador e passou na máquina de café. Pegou o seu cappuccino com chocolate e esperou que o Almeida chegasse de surpresa, como sempre fazia. O Almeida sempre aparecia na máquina de café nesse horário reclamando do emprego, da esposa, dos filhos, do time e até de si mesmo. Às vezes ele estava no banheiro, deveria aparecer na máquina daqui a pouco. Seguiu para a sua sala.
Apenas o seu chefe estava por lá. Isso não era nenhuma novidade, ele era sempre o primeiro a chegar e o último a sair.
– Achei que você ficaria em casa hoje, como todo mundo.
– Alguém tem que trabalhar aqui, né, chefe?
– Verdade. Mas se quiser ir embora, tá liberado.
– Ah, valeu. Mas não tem nada pra fazer em casa não.
– Nem a sua família?
– Eles estão bem.
– Ok, então.
Ligou o computador e pela primeira vez se deu conta de que, curiosamente, era o dia 12/12/2012. Mas logo em seguida abriu o Excel e foi terminar suas planilhas com o balanço anual da empresa.
Inércia. Essa era a palavra do dia, da semana, do mês e dos últimos anos.
Digita uma fórmula, formata uma célula, aperta enter e parte para a próxima.
Estava tão desligado do mundo que não percebeu quando o dia ficou tão claro quanto o sol visto de perto. Estava tão desligado que nem ao menos se deu conta de que havia acabado de morrer.
Pelo menos conseguiu terminar a planilha.
Trailer – Man of Steel
O mundo não pode acabar dia 21. Na verdade, se tiver de acabar, que seja após o dia 14 de junho de 2013, quando Man of Steel, o novo filme do Superman dirigido por Zack Snyder estreia por aqui.
Não é nenhum segredo que o Supinho é o meu heroi favorito. Inclusive, até abordei o tema em um texto recente. Portanto, gostaria de pedir a companhia dos senhores para assistir a 2 minutos e 33 segundos do melhor e maior kryptoniano que o universo já teve o prazer de conhecer:
httpvh://www.youtube.com/watch?v=KVu3gS7iJu4
Confesso que algumas lágrimas completamente másculas escorreram ao final desse vídeo.
Falta muito para a estreia? Eu ainda acredito =)
A morte do rock and roll juvenil
O rock inocente morreu. Aquele rock com uma pegada mais adolescente, juvenil mesmo, com letras leves e divertidas saiu de cena e deu lugar às decepções amorosas, sentimentos suicidas e problemas que não deveriam ser prioridades para pessoas com menos de 18 anos.
Nasci no meio dos anos 80, então cheguei a pegar um pouco de bandas (que na verdade eram grupos) como Polegar, Dominó (uma cópia fajuta da primeira), Balão Mágico e Trem da Alegria. Apesar de não ser aquele “rock” propriamente dito, eram bandas que tinham letras que tanto crianças quanto adolescentes poderiam cantar e se divertir sem a menor preocupação com maus entendidos e acusações de atentado violento ao pudor.
Canções como Dá pra mim (o seu amor), Ela não Liga, Ela não Gosta de Mim (esse vídeo comprova cientificamente que Polegar é e sempre será superior a Dominó), Companheiro e Nosso Lindo Balão Azul alegravam as tardes de sábado e domingo de toda uma geração de crianças. Coreografias ensaiadas, air guitars e até mesmo air keytars eram encenados com uma alegria e uma devoção que hoje em dia não se vê mais nas salas de estar da família brasileira tradicional.
Esse “estilo” musical foi perdendo a força no início/meio dos anos 90. Apesar do enorme e meteórico (apenas pra manter o clichê de todo texto que fale sobre a banda) sucesso dos Mamonas Assassinas com o público infanto-juvenil, as letras dos caras não eram “inocentes”. Eu só fui descobrir o que era uma suruba alguns anos depois, quando assisti Calígula pela primeira vez. E com meus 9 anos de idade, estava bem longe de passar a mão na bunda e comer alguém.
Na mesma época também tivemos a explosão do Axé e como seu maior representante, podemos citar o grupo baiano É o Tchan. Crianças de várias idades ralavam o tchan, viam o resultado depois de nove meses e faziam a dança da bundinha em toda e qualquer festa infantil pelo bairro. Ainda éramos muito novos para entender as entrelinhas do É o Tchan, mas já começávamos a caminhar para o fundo do poço no quesito “músicas para crianças e adolescentes”.
No início dos anos 2000, mais especificamente em 2003, tivemos um justo e correto resgate dessa pegada rock and roll inocente com Felipe Dylon, a grande revelação da música brasileira naquele início de década.
Uma mistura certeira de carisma e talento fez com que os jovens voltassem a cantar coisas saudáveis como:
Eu fico o dia inteiro
Só pensando em você
Na minha cama, no chuveiro
Conto as horas pra te verEspero que um dia
Você possa me notar
Eu sou um cara maneiro
Vê se para de esnobar
Por alguns meses, Felipe Dylon manteve um legado honesto como representante de toda uma geração no rock and roll.
No embalo do nosso surfista favorito, a Banda B5 também contribuiu bastante para o cenário rock and roll inocente, com o inesquecível hit “Matemática”. Quem não se lembra de uma jovem Stephanie Britto desfilando pelos corredores daquele colégio? Eu me lembro. Bastante. Principalmente da cena do pirulito.
Ao mesmo tempo, caras da velha escola como Dinho Ouro Preto até que tentavam – apelando para um visual adolescente extremamente forçado – abocanhar uma boa parte desse público. Para a nossa sorte, não teve sucesso.
Em meados de 2004 um novo estilo musical passou a ganhar força no cenário nacional: o emocore. Etimologicamente falando, a palavra emocore utilizada para designar essa vertente do rock aqui no Brasil foi empregada de forma incorreta, mas isso é papo para outro post.
Saía de cena o rock animado que nos remetia a saudável e carismática juventude de Ipanema e éramos apresentados às ruas e o clima cinzento de São Paulo. NX Zero começava a estourar nas rádios de todo o país e entre razões e emoções, a juventude brasileira que antes surfava e se divertia nas festinhas do play, agora chorava por corações partidos, relacionamentos que não deram certo e nutriam pensamentos sombrios para quem ainda estava aprendendo a resolver equações de primeiro grau.
Foi um momento sombrio. Pra falar a verdade, a juventude brasileira já caminhava para uma era das trevas no quesito musical. Funk, emocore e lambada erótica eram alguns dos estilos musicais que embalavam as matinês e sub-17 por todo o país.
Nesse meio tempo, o jovem Rafa Barbosa que acompanhava e fazia parte desse universo se tornou adulto. Pois é. Comecei a ver com outros olhos esse tipo de música e percebi, com certo saudosismo, que as temáticas musicais voltadas para os jovens de hoje em dia são bem pesadas.
Com 16 anos você não deve entrar em depressão por um pé na bunda, ou achar que é o fim do mundo levar um fora. É normal. Você vai ficar triste, mas escrever mensagens suicidas já é um pouco demais. E por se tornar algo tão pesado, penso que os anos 80/90 foram o último respiro de “inocência” que a música voltada para esse público teve. Estamos cada vez mais distantes do Mundo da Lua.
Mais recentemente bandas como Restart e Cine até que tentaram. Mas por trás de um visual colorido e guitarras sem peso, as letras ainda tratavam dos mesmos assuntos: decepção, decepção e mais decepção amorosa.
Com essa perspectiva “otimista”, não me surpreende que a juventude brasileira esteja caminhando para um sombrio e profundo abismo.
Lucas – A Fazenda de Verão – o grande babaca escroto de 2012
Eu não assisto A Fazenda. Se eu vi alguns poucos episódios da primeira edição, foi muito. Vi por essa coisa inusitada de sub-celebridades confinadas em uma fazenda tendo que cuidar de animais e tudo o mais. Como a fórmula estava ficando batida, resolveram adotar o estilo BBB e colocaram completos desconhecidos no programa.
OK. Já sabemos que a fórmula funciona. E nessa edição “de verão” d’A Fazenda tivemos um participante chamado Lucas.
Tomei conhecimento desse cara ao ler uma matéria, em algum lugar, que ele foi “expulso” do programa por ter, nas palavras da direção do programa “atitudes exageradas para os padrões da atração”.
Em um primeiro momento, a atitude exagerada foi tomar banho completamente pelado no programa. Por ser um canal ligado à Igreja Universal, espera-se que a direção tenha esse tipo de postura. Mas lendo a matéria e procurando saber mais sobre o que rolou…
O cara é completamente desequilibrado. Não desequilibrado estilo Théo Becker. O caso dele era apenas um personagem e isso era visível. Agora esse maluco não.
O cara conseguiu representar o estereótipo mais odiado de carioca: o marrento, caçador de confusão, “pit-boy” (se é que alguém ainda usa esse termo). E olha que eu tenho muitos amigos cariocas que anulam completamente essa imagem.
O cara tem a típica atitude de “bully”, que tenta impor seu ponto de vista e vontade da forma mais escrota possível: ameaçando, humilhando, estufando o peito e falando com palavrões. O problema é que o cara é tão patético que não tem capacidade mental pra formular uma frase completa.
O que me deixa mais irritado com esse tipo de cara, é que geralmente se aproveitam das pessoas mais fracas de um grupo. No caso, ele resolveu mostrar toda a sua marra contra o participante chamado Haysam. Posso estar equivocado e colocando o meu na reta, mas é visível que a vítima foi escolhida por ser gay e, teoricamente, uma pessoa inferior e que se sentiria ameaçada com toda essa massa de músculos no lugar da encefálica.
O maluco chegou ao ponto de ameaçar o cara dizendo que vai acabar com a vida dele fora da fazenda segurando um machado. A PORCARIA DE UM MACHADO. QUE PROGRAMA DE TELEVISÃO NO MUNDO, SABENDO QUE EXISTEM PESSOAS COM ESSE TIPO DE DESEQUILÍBRIO DEIXA A PORCARIA DE UM MACHADO À DISPOSIÇÃO DOS PARTICIPANTES?
Eu não sou de ficar “chocado” com esse tipo de coisa, mas esse tal de Lucas conseguiu despertar o meu ódio gratuito. Espero que tenha saído do programa completamente queimado aqui fora e que seja alvo de processos tanto por ameaça quanto por homofobia.
Se você tem estômago e tolerância para idiotice gratuita, confira os vídeos das brigas protagonizadas pelo cara:
httpv://www.youtube.com/watch?v=NDerbaoFyjo
httpv://www.youtube.com/watch?v=haByEnkwGv4
httpv://www.youtube.com/watch?v=z-Uc1BUzl34
httpv://www.youtube.com/watch?v=uEYFSCQjMVY
httpv://www.youtube.com/watch?v=DBwqwCpRPsY