Há algum tempo eu já venho ensaiando um retorno triunfal aos gramados (ou ao concreto das quadras de futebol de salão). Fato é que devido ao meu excesso de peso, parte da minha habilidade futebolística está comprometida. Perdi em agilidade, mas ganhei em força, logo, não consigo correr, mas ninguém me derruba. ![]()
Pois bem. Eis que em um momento de extrema necessidade fui obrigado a deixar os preparativos de lado e partir realmente para a ação nos gramados. Ou melhor, nesse caso a ação se passou na sala de reuniões da agência onde eu trabalho.
Por volta das 18 horas de ontem, sexta-feira, uma dupla de promoters do Jornal Aqui chegou à agência. A missão delas? Testar a habilidade dos funcionários ao realizar embaixadinhas em uma grande competição entre as agências de publicidade de Belo Horizonte.
Acredito que esse é um mercado de trabalho onde a habilidade das pessoas não reside no pé, mas há quem diga que existem grandes talentos futebolísticos mal explorados nessas casas criativas.
O Diretor de arte, o Ariel, e o produtor gráfico, o João, desceram na mesma hora. Eu fiquei lá em cima olhando um trabalho com o Ricardo, nosso Diretor de Criação. Claro que eu também ia descer, mas tinha que terminar a obrigação primeiro.
Foi como se eu entrasse aos 45 do segundo tempo. O Léo já estava lá embaixo e todos eles ensaiavam as suas embaixadinhas. Com a categoria que é peculiar a alguém que passa o dia todo sentado em uma cadeira e de frente pra um computador, os craques da agência não conseguiam realizar mais de 4 embaixadinhas. Isso me inclui. ![]()
Cada um teve um tempinho para se aquecer, praticar um pouquinho. Apesar da idade e do excesso de peso, ainda domino os ensinamentos milenares trazidos por Charles Miller. Como diria o Pelé, quem é rei nunca perde a majestade.
No meu primeiro contato com a bola, eu parecia o C3PO dançando break. As juntas completamente coladas e a postura de um robô ainda em construção. Aos poucos fui me soltando até que resolvi tirar o tênis do pé direito. Ah, o meu famoso pé direito. Quantas histórias esse pé direito contaria se soubesse digitar…
Voltando. Senti a Força presente naquele momento. Era hora de mostrar o futebol moleque da agência, o futebol arte, futebol de várzea. Como um meio de campo que chama a responsabilidade pra si, peguei a bola com todo o carinho que é peculiar aos grandes craques do futebol e a encarei com obstinação. Não precisava de palavras. É o tipo de situação onde apenas o olhar diz tudo aquilo que precisa.
Deixei a pelota cair de mansinho no meu pé direito. O resto foi automático. Da mesma forma que um imã atrai metais o meu pé direito estava atraído pela bola. Um, dois, três, quatro… o pessoal da agência e as meninas do Jornal Aqui narravam em coro a minha epopéia futebolística. Eu estava oficialmente de volta à ativa.
Doze. Doze embaixadinhas. O suficiente para que a nossa agência não ficasse na lanterna da competição. Se a gente tivesse um RTVC por lá, ele faria questão de lançar um vídeo no Youtube estilo aquele que a Nike lançou com a volta do Ronaldo.
O melhor de tudo: ainda faturei uma bola! Agora com o artefato mais mágico do mundo, estarei praticando com freqüência em casa. Agora só me resta entrar em forma e voltar a encantar os meus vizinhos com os meus dribles cuidadosamente calculados.



olha o que a vida faz com as pessoas…torna elas sedentárias…se agente for pensar, época de colégio, a vida se resumia a futebol(até um dado momento onde as meninas entram na contagem também) e ao menor indício de tempo vago, era a galera chamando pra jogar…bons tempos =D
Odeio futebol e seus derivados (como patriotismo de copa do mundo). Odeio.
Sentia falta desses posts moleques, posts arte, posts de várzea. Muito bom. =)