Quarta-feira de cinzas e eu resolvo lavar o carro e presentear o meu pai com essa graça. Eu tava até animado a fazer isso dado o número de vezes em que eu pego o carro e não levo pra lavar. Na teoria lavar um carro é muito fácil. Basta ter uma mangueira, balde, esponja, sabão e pano. O único problema é que no meu prédio é proíbido lavar carros utilizando a torneira do condomínio, logo, eu teria que encher o balde em casa, descer, lavar, subir e encher de novo. Mas fiquei com preguiça e acabei usando a torneira do condomínio mesmo. Azar, meu pai é o síndico. Eat this! 😀
Voltando. Eu já havia lavado carro usando uma mangueira. É tudo muito mais fácil. Você joga a água, ensaboa, joga mais água e seca. Simples, prático e eficiente como tudo deve ser. Mas quando não se tem o auxílio da mangueira (que estava ocupada no RJ… Ok, péssima) tudo parece ser duzentas vezes mais complicado.
Por exemplo: ensaboar o carro todo usando como auxílio apenas uma esponjinha e um pano. Ter que molhar toda hora na água com sabão e depois ensaboar de novo. Ao final dessa fase, enxaguar jogando uns dois ou três baldes de água, para só em seguida perceber que não removeu sujeira quase nenhuma. O benefício desse tipo de coisa é praticar os exercícios que o Sr. Miyagi aplicava em Daniel Larusso para limpar o carro.
httpv://www.youtube.com/watch?v=3PycZtfns_U
Depois que eu ensaboei e enxaguei o carro umas duas vezes de cada lado, fui para a dura missão de lavar os pneus e a parte de baixo do carro. Eu já deveria saber que um cara sedentário como eu não teria a sustentação física necessária para ficar abaixando e levantando com tanta frequência em um só dia. Fato que a minha postura remete aos tempos áureos de um Australopithecus (Piteco da turma da Mônica. Alguém?) em plena forma física:
Abaixar, levantar, esfregar, jogar água e depois levantar de novo não foi lá um exercício muito agradável. Como se toda a dor proporcionada por esse meu ato de boa fé não fosse o bastante, ainda tive que mostrar o quão noob eu sou em relação ao meu próprio carro.
Fui colocar água no compartimento que dispara jatos em direção ao pára-brisa para lavar (esqueci como se chama). Abri o capô do carro mas a porta simplesmente não levantava. Achei que era algum problema na trava de dentro. Fui e abri de novo e nada da parada abrir. Eu tentava levantar e nada. Chamei um vizinho meu de 10 anos que estava andando de bicicleta por lá. Pedi pra ele “levantar a trava” enquanto eu levantava o capô. O moleque, com toda a sapiência de um ser-humano racional comum disse:
– É só você apertar essa trava aqui.
E apertou uma trava no próprio capô que num passe de mágica se abriu sujo e glorioso. Além de estar devidamente fodido em termos ergonômicos, eu ainda tive aulas de mecânica com um moleque de 10 anos. Nesse momento eu percebi que o meu dia já estava mais do que encerrado. Fui pra casa, tomei banho e encerrei por aí.
Agora, sentado aqui na frente do notebook dois dias depois e com a coluna e pernas ainda doendo eu paro pra pensar: O mundo capitalista é algo deveras maravilhoso. Se eu tenho dinheiro e o meu vizinho oferece o serviço de lava-jato logo em frente ao meu prédio, por que não pagar para ele realizar todo o serviço e me poupar de dores lombares? Sim, eu sou mão de vaca e prefiro me foder a pagar R$ 15 numa lavagem. Mas não sei até quando…
Odiei estava aqui estudando sobre um australopithecus e aparece esse site bobo por favor né !!
Lavar carro não é nenhum sacrificio, ainda mais quando voce vê o resultado, seu carro brilhando, quase que pedindo pra voce dar uma voltinha com ele.