Memórias de um pré-adolescente

Escrito por Arquivo

Se você tem em torno de 20 a 25 anos, com certeza passou pela fase dedicada quase que única e exclusivamente a Onã. Suas noites solitárias, seus banhos demorados, quando ficava sozinho em casa. Você sabe que é verdade.

Mas quando se trata do período de 12 a 16 anos, o ápice do seu fim de semana dedicado a Onã era esperar pelo melhor programa da televisão brasileira no horário da madrugada, Cine Privê da Band. Era toda aquela molecada esperando começar.

Todo mundo tem personagens que marcam a sua infância, nesse caso era Emanuelle. Ela era uma devassa nos filmes. Não tinha tempo ruim, era no carro, na cama, na cozinha, no Saara, no espaço, na ilha de Lost. Creio que Emanuelle transou em todos os lugares possíveis e só o Cine Privê nos proporcionava essas duas horas de emoção.

Mas não se resumia em Emanuelle. Existiam outros filmes. Alguns eram excelentes, mostravam mais do que peitinhos (quando o filme era fraco, apelidávamos de “Cine Peitinho“, que era o máximo que víamos na tela). Mostravam mais carne, mais posições, mais brinquedinhos, mais e mais garotas, ensaboadas, com óleo, de todos os tipos. Era uma festa só.

Hoje em dia essa nova geração não precisa disso, não sabem como é esperar acordado até 2, 3 horas da manhã. Se querem ver um peitinho entram no Google e digitam. Pronto, tá lá. Mais de 500 tipos diferentes de peitos. Não sabem como é comentar com os amigos as melhores cenas da noite anterior, não existe mais esse contexto sexo/social com os amigos em relação aos filmes do Cine Privê.

É uma juventude perdida, com toda a certeza.
As vezes ainda zapeio pelos canais e me deparo com a sessão mór do cinema da TV aberta, mas hoje em dia não me passa a mesma graça, a mesma sensação. Mas não deixo de lembrar como era bom assistir a esses filmes.
A tensão do pai ou da mãe acordar e te pegar no flagra. A expectativa de ver algo mais além de peitinhos e “pêlinhos“.

Cine Privê com certeza marcou toda uma geração. Eu me incluo nesse meio.