Eu e os fones de ouvido

Escrito por Arquivo

Tenho uma relação de amor e ódio com fones de ouvido. Não vivo sem eles, porém, como todo bom relacionamento, eles insistem em me deixar depois de algum tempo. O meu último relacionamento com um fone de ouvido durou 4 meses.

Felizmente, dessa vez não foi o meu coração que se partiu nessa conturbada relação, e sim o suporte do fone. Tentei consertar por alguns dias na base do bom e velho durex e Super Bonder, mas não era pra ser. Não dessa vez. Dias depois ele “partiu” de vez.

No dia seguinte não me restou outra opção senão partir para outra. Mas, eu sou uma vadia, e acabei me envolvendo com outro fone do mesmo modelo. Porém, uma vadia esperta. Dessa vez comprei dois fones: um pra casa e outro para o trabalho.

Sim, dois. Basicamente, o que fode com os meus fones (levando em conta a metáfora fones/relacionamentos, isso pode soar estraho) é o processo de “transporte”. O tempo em que ele fica dentro da minha mochila no trajeto casa/trabalho e trabalho/casa.

O modelo igual ao antigo, por ser mais potente e com abafadores, o verdadeiro head-phone, ficou em casa. Sim, é algo mais sério e mais envolvente e já até apresentei para a família, enquanto o outro, um daqueles intra-auriculares que pode ser facilmente encontrado em barracas de camelôs, ficou no trabalho. Sabe como é. É só pra passar o tempo.

Estou apostando todas as minhas fichas nessa bigamia maluca que diz respeito ao mundo dos fones de ouvido. Quero algo mais sério e duradouro do que as experiências anteriores.

Digamos que um fone de ouvido sabe mais de mim do que muitos dos meus amigos. Não que eu seja anti-social e só fique em casa com os fones de ouvido, mas é que, né? Enfim.

Espero que esse novo romance não termine com alguém ferido, faltando pedaço ou simplesmente me deixando com um enorme silêncio ao redor. Seria demais ter que procurar um “novo” nos próximos meses.