Já tentei ser jogador de futebol, físico nuclear, cientista da computação e famoso. Terminei formado em publicidade e escrevendo em um blog sobre a minha vida. Isso, meus amigos, é o que eu chamo de sucesso.

Coragem

all-star-vermelho

Depois de muito tempo pensando em como fazer isso, finalmente ele tomou coragem. Vestiu-se com sua camisa favorita, a velha calça jeans surrada e o All-Star desbotado. Marcaram de se encontrar no mesmo lugar de sempre. Mas hoje seria diferente. Hoje aquele lugar teria um significado especial.

Ele chegou mais cedo, como de costume. Enquanto ela não aparecia, ele tuitava pelo celular. Não era segredo que estava ansioso. Qualquer um que o visse perceberia. Afinal, há mais de um ano ele vem planejando como fazer isso. Já esteve perto de fazer em outras ocasiões, mas sentia que não era o momento certo.

Quando terminava de mandar um último tweet, olhou para o lado direito e lá vinha ela. Coincidentemente ou não, com a mesma roupa que vestia no dia que se conheceram pessoalmente. A camiseta da banda favorita, a calça jeans desbotada e o All-Star vermelho. A sensação foi a mesma de quando a viu pela primeira vez: era, de fato, a garota da sua vida.

– Tenho que te falar algo…

Os dois disseram a mesma frase, ao mesmo tempo. Essa não era a primeira vez que isso acontecia.

– Fala primeiro. Disse a garota.

Ele respirou fundo. Preparou-se muito pra isso. Não ensaiou. Isso não é algo que se ensaia. As mãos estavam trêmulas, mas ele tentava disfarçar. As pernas bambearam de leve e o coração começou a bater mais rápido. Não dava pra fugir. Era hoje. Tinha que ser hoje. E então ele começou a falar.

– Não tem um jeito fácil de falar isso. Bem, pode até ser fácil pra outras pessoas. Mas você sabe como eu sou. Então, por favor, só escuta. Desde o dia que a gente se conheceu, eu tive certeza absoluta que você era a garota ideal pra mim. Comecei a ter essa certeza enquanto a gente ainda só se falava apenas por internet, mas, depois daquele dia, eu tive certeza. Eu não consigo nem descrever o que senti quando te vi pessoalmente pela primeira vez, só posso dizer que foi algo forte. E se eu me arrependo algo na minha vida, foi de não ter pelo menos tentado te beijar aquele dia. Tem mais de um ano que eu venho tentando te falar o quanto eu gosto de você, o quanto eu quero ficar com você, o quanto você significa pra mim. Tá certo, eu poderia facilitar isso tudo e simplesmente dizer um “quero ficar com você”, mas eu sempre complico as coisas. Então, já que não tenho coragem o bastante pra dizer isso ou simplesmente tentar te beijar… Só queria que você soubesse disso.

Os olhos dela estavam cheios de lágrimas. Ele parecia ter tirado um peso enorme das costas e do coração. Depois de uns dois minutos, ela disse com a voz baixa:

– Por que você só me disse isso hoje? Justamente hoje?

– Porque hoje faz um ano que a gente se viu pela primeira vez.

– Eu também te falei que queria te contar algo.

– Eu sei. O que você queria me contar?

– Estou namorando.

– …

 

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Tico Santa Cruz é confirmado no elenco da novela Rebelde

Tico será professor na novela Rebelde da Rede Record

São Paulo, 17 de maio de 2011.

Após causar enorme polêmica na internet ao publicar uma versão brasileira da  música Back in Black da banda australiana AC/DC, o cantor carioca Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas Roque Clube foi contratado para ser um dos protagonistas da segunda fase da novela Rebelde, na Rede Record.

Segundo o diretor de elenco da novela, “Tico Santa Cruz representa tudo o que gostaríamos de ver no personagem ‘Faisão’, que será um professor do colégio Elite Way que incentiva os alunos a contestar tudo o que lhes é imposto. A versão gravada por ele só nos fez ter ainda mais certeza da escolha”.

O namoro de Tico Santa Cruz com a rede Record não é de hoje. O cantor participou da última edição do reality show A Fazenda e protagonizou uma das várias discussões dentro da casa com o ator Eduardo Pelizzari. Tico acabou eliminado antes da metade do programa.

A participação do vocalista do Detonautas Roque Clube tem previsão para começar a partir de outubro, quando teremos a segunda fase da novela. Além disso, para o mesmo mês, está programado o início da turnê Rebelde Teen Festival, que levará a banda fictícia da novela a vários estados do país. Entre as atrações confirmadas, estão Manu Gavassi, Nx Zero e, agora, Detonautas Roque Clube.

Procurado pela redação do nosso portal, o cantor Tico Santa Cruz não foi encontrado. Segundo o responsável pelo contato, ele estava ocupado respondendo aos fãs na página onde a versão brasileira de Back in Black foi publicada.

 

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A pé você não come ninguém

carro

Chega uma hora em que um cara precisa se decidir se quer transar com todas as garotas possíveis ou se quer ser aquele mané que ninguém dá bola. Se você escolhe ser o cara que vai transar com todas, você precisa de alguns aparatos. Se você não for atleta, rico e bonito, as suas chances de se dar bem diminuem drasticamente. Mas você ainda tem uma saída: ter um carro.

Um carro pode servir para várias coisas. Você pode levar a sua mãe ao supermercado, o seu irmão mais novo às aulas de natação, os seus amigos para festinhas ou então a sua namorada ou qualquer outra garota para um lugar mais afastado e dar uns amassos e, quem sabe, transar. Transar como nunca transou. Mas um carro não é como um par de meias que você pode comprar em qualquer loja. Ter um carro é algo complicado.

Pra começar, um carro é caro. Às vezes não, mas você não vai conseguir nenhuma xoxota andando por aí com uma lata velha colocando metade da população em perigo com risco de se contaminar com tétano. Para ser razoavelmente bem sucedido com as garotas você precisa de um carro que impressione pela beleza e não pelo tanto de fumaça que ele solta.

carro

Eu boladão no meu veículo

O primeiro passo para comprar um carro é analisar sua saúde financeira a longo prazo. Você vai ter condições de pagar o carro? Terá dinheiro para bancar a gasolina, revisões e possíveis problemas relacionados ao uso excessivo do carango? Se a resposta para alguma dessas perguntas foi “não”, sinto muito, não é a hora de comprar um carro.

Ter um carro é semelhante a ter um filho. Os gastos podem ser astronômicos se tudo não for planejado direitinho. Numa comparação bem – digamos – rústica, o combustível equivale ao leite em pó, os gastos com limpeza equivalem ao tanto de fraldas que se compra e por aí vai.

Como todo investimento trás um bom retorno, comprar um carro te propicia vários fatores de sucesso, dentre eles:

– Não pegar ônibus lotado e ir em pé da sua casa para o trabalho e do trabalho para casa. Pode pegar trânsito com o carro, mas você estará confortável em seu automóvel ouvindo as músicas que você gosta.

– A facilidade de sair na chuva sem se preocupar com guarda-chuva, marquises ou ser molhado por quem passa na rua.

– A agilidade em sair de sua casa um pouco mais tarde do que o normal caso fosse utilizar um transporte coletivo.

E a principal delas:

– Com o carro você se torna automaticamente um dos melhores partidos do bairro/faculdade/trabalho/roda de amigos.

Fato inegável que mulheres, por mais que digam o contrário, valorizam o cara que tem um bólido, principalmente pelos fatores de comodidade e status social.

Há um ditado que circula entre as rodinhas de amigos que diz o seguinte:

A pé você não come ninguém.

Não sei quem foi o autor de tal frase genial, mas com certeza esse foi um cara que soube como ninguém vivenciar os dois mundos: O mundo do pedestre e o mundo dos motoristas.

Veja bem, quando você atinge certa idade, os 18 anos por exemplo, aquelas baladinhas com as quais você estava acostumado como por exemplo shopping no sábado a tarde, sub-17 levado pelos pais, tarde de PlayStation na casa do Paulão ou quests de RPG na Leitura da Savassi se tornam terrivelmente chatas.

Você tem idade para dirigir, encher a cara, entrar em boates e o principal: drive-ins e motéis. É como dizem: quando se tem picanha, pra que comer ovo frito?

Mas como nem tudo na vida é fácil, você só se dará bem em uma dessas baladas se estiver devidamente equipado com automóvel para ir em qualquer um desses dois lugares mágicos.

Quer mico maior do que pegar um táxi para dar umazinha no motel? Assim, é tosco, né cara? É assinar o seu atestado de liso e falido. A mulher não vai querer liberar para um cara que vai de Van pra balada. Definitivamente não.

Carro impõe respeito e pontos de atributos no quesito Carisma.

Sem carro = Carisma 2, porque você é simpático.

Com carro = Carisma 2 (+10).

Sacou?

O Sam Witwick sacou.

Não adianta me chamar de machista e todo esse blah blah blah que já é costumeiro nessa tal de interwebs, mas é fato inegável que dos 18 aos 25 anos o homem só quer carro para um motivo: se dar bem com as mulheres.

Não importa o que você diga, o que os seus pais digam. A verdade universal é essa e não tem como desmenti-la.

A vida sexual e social do homem melhora em torno de 300% após a aquisição de uma carteira de motorista + carro.

Aos olhos de algumas mulheres, você só se torna um homem de verdade a partir do momento em que seu perfume passa a ter cheiro de “Aditivada com alta octanagem” e o seu melhor acessório visual é a chave do carro pendurada no cinto. Isso é certeiro, colega. Ninguém quer voltar a pé pra casa.

Portanto, aconselho-os a pensar seriamente em adquirir um meio de transporte o mais breve possível e não falo de mobilete ou bicicleta, falo de um veículo de verdade, um carro.

Se pretende se dar bem na faculdade ou na baladinha – e não digo se dar bem só de ficar de beijinho – é primordial que você esteja motorizado. É da natureza feminina separar homens de meninos não pelo que eles tem no meio das pernas ou dentro da carteira e sim pelo meio de transporte que ele pretende levá-la pra sair.

Pense nisso.


Texto escrito em 2010. Dias antes de comprar meu carro. Hoje tenho carro e não transei nem metade do que a vendedora da concessionária me prometeu…

 

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Sobre reflexões e garotas legais

As vezes, quando não se tem nada pra fazer (você já acessou tudo o que tinha direito na internet, jogou várias horas de video-game, leu 6 capítulos de um livro, 10 episódios de uma série e não há ninguém legal pra conversar), alguns pensamentos e reflexões começam a se formar em nossa cabeça.

Há uns dias passei por um desses raros momentos. São aqueles minutos em que você chega a alguma conclusão aterradora a respeito de alguns pontos da sua vida.

No meu caso, esses minutos serviram para pensar em como algo que até pouco tempo atrás era essencial em sua vida e de uma hora pra outra se torna tão sem importância e quais as circunstâncias que levaram a isso. Geralmente, a resposta é algo que só faz sentido pra você mesmo.

Há mais ou menos um ano eu tive uma fase meio sombria aqui no blog. Basicamente, eu havia sido chutado pela minha ex-namorada e trocado por um babaca qualquer. Sim, em qualquer situação, seja ela relacionada a namorada ou outra pessoa, quando eu sou trocado, é por um babaca, pelo simples fato de que eu me acho a pessoa mais foda do mundo e se você pensa o contrário, não me interessa. Prosseguindo.

Fiquei mal. Escrevi textos depressivos e, até certo ponto, românticos. Um ano depois, lendo tudo aquilo de novo a minha única vontade é: pegar uma máquina do tempo, voltar naquela época e me dar uns bons tapas na cara pra deixar de ser otário.

Nenhuma garota no mundo merece que você se rebaixe a esse ponto. É muito legal ser romântico, e modéstia a parte, eu sou bom nisso. Porém, auto-estima em primeiro lugar. Principalmente quando a garota não corresponde à metade das coisas que você demonstra.

Como eu disse em um dos textos, é apenas questão de tempo até você perceber que aquela ferida enorme que você tinha no coração hoje em dia não passa de uma cicatriz de milímetros. E sabe por quê? Porque o mundo está repleto de garotas legais. Tão ou mais legais quanto aquela (que hoje você não acha nem “tolerável”). E quando você começa a conhecer essas garotas e a sair com elas a ferida simplesmente se fecha pra nunca mais abrir.

Hoje em dia tudo faz parte de um passado recente, mas que na minha cabeça parece distante. Muito distante. E posso dizer com todas as letras que esse tipo de ferida sempre se cura e o melhor remédio pra isso, vocês, meus amigos, sabem qual é.

😉

 

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Micaretas não valem a pena – Parte II

Dizem que os filmes clássicos só merecem uma continuação se a história a ser contada for interessante. Gosto de pensar que a minha vida é um filme. Uma comédia de muito mau gosto, mas que às vezes gera boas risadas para a audiência. Sendo assim, era inevitável que algum dia um dos grandes momentos desse blog – e da minha vida – tivesse uma continuação.

A história se passa cinco após o fatídico primeiro episódio de “Micaretas não valem a pena”. De 2006 para cá, muita coisa mudou. Peguei mais garotas, namorei, arrumei emprego, comprei um Playstation 2, terminei o namoro, voltei o namoro, comprei um carro, terminei namoro, vendi um Playstation 2, comprei um Xbox 360 e nunca mais fui em uma micareta. A vida seguia o seu rumo normal, até que um belo dia…

Estava tranqüilo e sereno na minha casa, apreciando as coisas boas da internet quando recebo um convite: ir ao maior show de axé do Brasil de graça no camarote mais caro do evento.

O coração bateu mais forte, as mãos ficaram trêmulas e lembranças desagradáveis vieram à tona. A multidão, o empurra-empurra, a garota que eu era afim na época, o vídeo-game que vendi pra financiar a fracassada empreitada. Uma miríade de sensações e sentimentos tomou conta de mim. Isso tudo por 10 segundos, o tempo necessário pra digitar um sim em resposta ao convite.

Eu não queria saber. Estava decidido a enfrentar mais uma vez o tão temido Axé Brasil e sair de lá como o verdadeiro vencedor que sou: com no mínimo 20 garotas a mais na minha contagem de relacionamentos (instantâneos). Afinal, hoje em dia eu pelo menos consigo iniciar uma conversa com uma avulsa sem começar a tremer e falar merda (na maioria das vezes).

Convite aceito era hora de me preparar para o grande dia.

Coloquei a minha única e melhor calça jeans, meu All-Star verde da sorte e minha camisa de gola V, que me rendeu até um título importante na internet, mas que posteriormente seria substituída pela vestimenta característica desses eventos, carinhosamente chamado de “abadá”.

Rumo à Santa Luzia e a minha redenção, nada poderia dar errado. Infelizmente, estamos falando de mim.

Tudo estava conspirando a favor da minha revanche. Estava com o meu casal favorito: Danilo Guedes e Gabi Dornelas, além da presença da linda Joycelular e da Lidi. Além disso, o camarote era open par, ou seja, eu teria ali o combustível ideal para me dar bem com qualquer garota.

roubado no axé brasil

pronto pra strondá as cocota rsrsrsrsrsrs

Porém, eu não contava com um detalhe: eu estava no camarote mais caro do evento. Logo, por mais bem sucedido que eu seja, eu era o cara mais pobre, feio e gordinho do recinto. Digo isso porque o nível das mulheres que estavam lá era de “sensacionais” para cima. Eu deveria ter no mínimo uns centímetros e uns músculos a mais para pelo menos conseguir me aproximar de uma delas sem despertar a característica expressão de nojo.

Mas, claro. Não me precipitei. Curti com os amigos, tirei fotos com os famosos que estavam por lá, comi, bebi e tuitei. Estava vivendo o sonho. Like a boss, na gíria das ruas.

Com a dose certa de incentivo, percebi que era hora de me dirigir ao local ideal para superar o trauma de ir em um Axé Brasil e não pegar ninguém. Eu estava ali. Não precisei vender um vídeo-game pra ir. Não havia nenhuma garota que eu estivesse apaixonado para me impedir de chegar em outras. Tomado pela coragem e pela necessidade de auto-afirmação, desci em direção a pista do Axé, onde, na minha cabeça, a festa da promiscuidade acontece.

Esse foi o meu erro. O meu único erro aquela noite. Como diz um ditado que inventei há algum tempo atrás, quem nasceu pra príncipe, não se mistura nos negócios do proletariado. Eu não deveria estar naquele lugar, mas lá fui eu.

Com toda a marra e gingado que adquiri na minha breve estadia no Rio de Janeiro, comecei a rondar a pista em busca de redenção. De uns beijinhos.

O problema todo foi: eu estava com um abadá que dizia de forma subliminar: sou rico e provavelmente estou com U$ 500 na carteira e um Iphone no bolso. Na verdade, eu só tinha um Iphone no bolso. Os dólares ficam na conta bancária, vulgo Adsense.

Vestir esse abadá e adentrar a pista foi um convite excelente aos “ponguistas” de plantão que vão o Axé Brasil.

Com cinco minutos andando pela pista, um cara aparentemente bêbado entrou na minha frente e impediu minha passagem por alguns segundos. Se isso fosse na rua ou em qualquer outro lugar, eu o empurraria e deixava rolar. Se viesse pra cima eu estaria preparado. Mas não naquele ambiente. Na pista do Axé você nunca sabe se um cara está sozinho ou acompanhado de outros 500 amigos de aba reta. O risco de você se meter numa briga e ser espancado ali dentro é enorme e eu não ia arriscar apanhar. Um erro.

É nóis no Axé

Os segundos que o cara se fingiu de bêbado foram suficientes para ele enfiar a mão no meu bolso de forma rápida e imperceptível e roubar o meu Iphone. Notei alguns segundos depois, quando coloquei a mão no bolso, que ele estava vazio. Quando olhei para trás, o filho de uma puta já havia desaparecido na multidão.

Lá estava eu, mais uma vez, derrotado pelo Axé Brasil. Ao notar que fui roubado, perdi toda e qualquer vontade de chegar em alguma garota ali. De cada 10 pensamentos, 100 envolviam as mais variadas formas de tortura que eu seria capaz de aplicar no cara que me roubou. Decapitação com presto barba era a mais simples e higiênica delas.

Aquele não era o meu lugar. Nunca foi. Nunca será. Como se não bastasse vender um vídeo-game para ir da primeira vez e não pegar ninguém, dessa vez, que fui de graça, acabei pagando um preço tão alto quanto um Playstation 2.

Se fosse um cara religioso diria “só Deus pode me julgar”, mas não precisa ser nenhum gênio pra identificar a ironia dessa frase, não é mesmo?

Voltei para a área do camarote com a minha aparência típica de derrota: ombros encolhidos, cabeça baixa e um completo desânimo. Fui até o posto de polícia do evento fazer um boletim de ocorrência, mas depois nem registrei, já que não adiantaria nada e eu seria só mais um número nas estatísticas de roubo do evento (vulgo trouxa).

Abalado, triste e com a auto-estima de uma formiga, tentei pela última vez sair daquele lugar com pelo menos uma cocota na minha lista. Cheguei em uma garota sentada perto de onde eu estava. Conversa vai, conversa vem e na hora do vamos ver… era lésbica.

Puta que pariu, Rafael.

Roubado, triste e ainda chegando em lésbica. Na escala de perdedores, eu estava, naquele momento, dez níveis acima do segundo colocado. Mas aí, acho que impulsionada pelo sentimento de dó, ao me ver daquele jeito, uma garota resolveu melhorar um pouco a minha noite…

E assim, eu concluí – pela segunda vez – que micaretas não valem a pena. Mas dessa vez eu não saí no 0x0 do Axé. Só saí R$ 900 mais pobre, mesmo não pagando pelo camarote…

TOMA ESSA AXÉ BRASIL.

Infelizmente, aposentei de vez a minha carreira como micareteiro. Só volto em um evento desses se eu me tornar policial. E com direto a cacetete.

Hoje tem festa oxente uai o caralho. O CARALHO!

 

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