Já tentei ser jogador de futebol, físico nuclear, cientista da computação e famoso. Terminei formado em publicidade e escrevendo em um blog sobre a minha vida. Isso, meus amigos, é o que eu chamo de sucesso.

TOP 5 amores platônicos de todo rapaz adolescente dos anos 90/00

Eu era um cara muito tímido durante a adolescência (final dos anos 90 até a metade dos anos 2000). Dessa forma, vocês já devem imaginar que a minha vida amorosa foi um completo fracasso nessa época, certo?

É claro que sendo um fracasso na vida real, voltava todos os meus esforços e paixões para moças inalcançáveis da cultura pop brasileira. Aquelas que embalavam os nossos momentos mais íntimos antes de dormir ou durante o banho.

Provavelmente haverá discordâncias quanto a esse post, mas acredito que as moças aqui citadas foram amores platônicos de grande parte dos adolescentes dos anos 2000. Claro que terá uma influência pessoal muito grande, mas os comentários estão ai para isso.

Confira comigo a lista das TOP 5 amores platônicos de todo rapaz adolescente dos anos 90/00!

1 – Tiazinha

UH TIAZIANHA MEXE ESSA BUNDINHA E VEM!

UH TIAZIANHA MEXE ESSA BUNDINHA E VEM!

Luciano Huck pode ter poucos talentos na vida, mas o seu radar para mulheres que despertavam a atenção ~e o desejo~ da molecada e dos “cuecas de plantão” é inegável.

No final dos anos 90 o apresentador lançou para o mundo com aquela que seria uma das maiores “sex symbols” brasileiras do mundo moderno: A Tiazinha, ou Suzana Alves, seu nome civil.

A moça entrava no ar apenas de lingerie, máscara e um chicotinho, com uma pegada bem sadomasoquista em horário nobre na tv brasileira, para depilar toda uma geração de homens e jovens dispostos a perder alguns pelos (e plantar alguns nas palmas das mãos).

A Tiazinha foi uma paixão platônica tão grande dos adolescentes dos anos 90/00, que sua Playboy foi uma das mais vendidas da história e a primeira revista de mulher pelada que meus pais compraram livremente pra mim. Sim, foi a primeira vez que meus pais conscientemente financiaram uma bronha (mentira, eu não fazia isso).

Não só os meus pais, mas no meu condomínio, vários outros garotos da minha idade foram presenteados com essa edição histórica da Playboy.

O sucesso com o público infanto-juvenil foi tanto, que fomos agraciados com um seriado chamado “As Aventuras de Tiazinha”. Isso mesmo, um seriado infantil em que a personagem principal era uma dominatrix combatendo o mal.

Como boa paixão platônica, uma hora o amor acaba, mas graças a todo o serviço prestado por Tiazinha, é merecidíssimo estar nessa lista.

 

2 – Anita (ou Mel Lisboa)

queria uma imagem maior

queria uma imagem maior

Presença de Anita foi um marco na história de muitos adolescentes. Até aqueles que não costumavam dormir muito tarde (como eu), passaram a ficar acordados até um pouco depois de meia-noite para ver como terminaria a história da “ninfeta” destruidora de lares.

Ok, sejamos sinceros. Naquela idade a gente não queria saber da história de Presença de Anita. Queríamos mesmo era ver a Mel Lisboa peladinha ou só de calcinha.

Quantos rapazes não morreram de inveja das cenas dela com José Mayer ou as suas provocações pra cima do ~jovem~ Zezinho (que teve a honra e o prazer de perder a virgindade com ela)?

Eu morria de inveja.

Me lembro que até o dia de exibição do último capítulo, eu nunca tinha me impressionado tanto com a morte de um personagem de novela/série. No alto dos meus 15 anos e espinhas na cara, senti uma necessidade enorme de bater no José Mayer por ter dado fim a minha mais nova paixão platônica.

Para nossa tristeza, depois de Presença de Anita, a Mel Lisboa não emplacou nada mais relevante na TV. Hoje em dia é uma autêntica M.I.L.F e continua linda como há 13 anos.

Só para matar saudade, a cena da piscina:

httpv://www.youtube.com/watch?v=-O-rPFEGMQM

 

3 – A Feiticeira

 

Não é feitiçaria...

Não é feitiçaria…

Mais uma vez, Luciano Huck mostra todo o seu faro (com o perdão do trocadilho com aquela nareba) e conhecimento do showbiz brasileiro e nos apresenta a Feiticeira, mais ou menos na mesma época em que introduziu a Tiazinha no imaginário onanístico brasileiro.

Feiticeira, nome artístico de Joana Prado (atualmente a esposa do Vítor Belfort) foi, sem dúvida alguma, uma das minhas mais tórridas e alucinantes paixões platônicas. Coloquei a Tiazinha em primeiro nessa lista por motivos de impacto na cultura pop bronheira dos anos 90, mas particularmente, sempre fui #TimeFeiticeira.

Eu dedicava as minhas noites de segunda à sexta a esperar a entrada cheia de magia e mistério daquele mulherão loiro, em trajes mínimos e rebolando como uma verdadeira embaixadora arábica de Onã.

Porém, A Feiticeira foi vítima de seus próprios encantos e, durante a sua jornada em busca de ficar ainda mais gostosa, acabou passando do ponto, sendo percursora do que viria a ser conhecido anos mais tarde como o visual Panicat.

Minha paixão pela Feiticeira só foi abalada quando presenciei a cena a seguir:

httpv://www.youtube.com/watch?v=d5DB8Qk4WL4

 

4 – Iris (ou Deborah Secco)

Que pitel

Que pitel

Um pouco antes da Rede Globo estrear a sua obra máxima chamada Presença de Anita, a faixa nobre da TV era preenchida por mais uma novela com Helena como protagonista e se passando nas ruas do Leblon. Era Laços de Família.

A novela é conhecida pela famosa cena com a Carolina Dieckmann raspando a cabeça. Mas para quem era um adolescente naquela época, quem realmente importava era a “ninfeta” Íris, interpretada de forma magistral por uma jovem e promissora Deborah Secco.

Não sei vocês, mas no alto dos 14 anos, tudo o que a gente quer é uma dessas moças novinhas e sapecas. E Íris era isso tudo. Infelizmente, quem fazia o serviço sujo com ela era o onipresente e onifodente José Wilker.

Infelizmente não tenho muitas recordações daquela época, já que pouco tempo depois dediquei todo o meu amor a Mel Lisboa. Mas vale a recordação.


5 – Luana Piovani

LORÃO <3

LORÃO <3

Essa, meus amigos, é uma paixão platônica até hoje. Velhos amores nunca morrem ou são esquecidos. Assim como a Angélica foi o meu primeiro amor platônico, a Luana Piovani foi o segundo, em uma idade em que eu já entendia um pouco mais da vida e dos relacionamentos.

Dos relacionamentos nem tanto, já que na época em que ela fazia Malhação eu ainda não sabia o que era namorar em si.

Não perdia um episódio da ~novelinha~ apenas para poder ver a minha e só minha LORÃO, a vilã da vez. Mas era a vilã apenas da trama, porque na vida real era a minha heroína. Ainda mais depois da antológica cena do topless na piscina.

O meu amor pela Luana Piovani era tanto, que nessa época a Tilibra lançou uma linha de cadernos com capas de atrizes e atores “queridinhos teens” da época e, obviamente, pedi algumas unidades com a foto da Luana Piovani.

Esse era o caderno mais hétero do Colégio Tiradentes

Esse era o caderno mais hétero do Colégio Tiradentes

Estudar nunca foi tão bom.

Por alguns anos a paixão esteve adormecida, até que voltou com tudo no filme A Mulher Invisível. Filme que trás Luana Piovani no auge, em todos os aspectos.

Acho que ainda amo a Luana Piovani.

 

Como deu pra notar, eu era um jovem/adolescente muito estranho e derrotado, já que as minhas paixões eram todas platônicas e, para piorar, inalcançáveis.
E você? Quais eram as suas paixões platônicas da adolescência?

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A intimidade (forçada) é uma merda

Euzinho

Euzinho

Voltando a esse humilde diário da minha vida pra contar a vocês que dia desses estava exorcizando meus demônios internos e jogando um 2048 maroto no banheiro da firma quando escuto uma voz sussurrando próxima ao meu ouvido:

– Rafael… Rafael… Você tá ai?

Logo que o meu primeiro pensamento foi: ou meu pênis ou meu ânus agora estão conversando comigo ou eu estou ficando louco.

Mas acabei falando “sim, estou aqui”, e para a minha surpresa era a senhorinha que cuida da limpeza lá do trampo. Eu, com as calças na altura dos tornozelos e sentado soberano no trono, obviamente fiquei em estado de completa catatonia, pois nunca nem imaginei ser interrompido nesse momento tão íntimo no ambiente de trabalho.

Uma coisa é você estar lá sentado e alguém tentar abrir a porta. Você toma um sustinho, corta instintivamente o rabo do saya-jin mas já é algo esperado quando se convive nesse ambiente com outras pessoas e apenas um banheiro. Mas chegar a esse nível de interação, quando a pessoa conversa com você é algo que eu realmente não estava esperando.

Gaguejando um pouco, tentei dar continuidade a conversa.

Sim, estou aqui.

– Me passa essa toalhinha de mão que tá aí?

– Não dá pra esperar só um pouqinho não?

– Pode jogar aqui fora, não vou ficar em frente a porta.

 

Bom, era o mínimo que eu esperava, né? Não ter plateia pra ver essa situação constrangedora.

Como o pedido da moça parecia urgente, não me restou outra coisa se não jogar a toalha pra ela. E fiz isso com toda a rapidez que é peculiar de alguém que não quer ser visto nesse momento lindo de intimidade ser humano/privada.

Primeiro, me posicionei de forma a ficar completamente escondido atrás da porta quando a abrisse. Isso porque não estava muito afim de levantar a calça. Era melhor ficar escondido mesmo.

Em menos de 3 segundos eu abri a porta, joguei a toalha e fechei a porta.

Porém, da mesma forma que ser interrompido pelos pais durante o ato sexual, voltar ao árduo trabalho de reciclar os alimentos ingeridos no dia perde toda o sentido de sua existência. Só me restou deixar as coisas pela metade, me recompor e voltar para a sala.

Quase uma semana depois ainda rola um climão quando vejo a tia da limpeza.

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Dossiê Rafa Barbosa – Os personagens de Chaves como você nunca viu

Essa turma como você nunca viu

Essa turma como você nunca viu

Chaves, o seriado mexicano criado há 42 anos e exibido ininterruptamente há mais de 30 aqui no Brasil, é um dos grandes patrimônios históricos e culturais da TV brasileira (especificamente do SBT). Com suas infinitas reprises, as aventuras do jovem “El Chavo Del Ocho” e os inusitados moradores da vila onde a história se passa conquistou uma legião de fãs, dos que nasceram na década de 70 até mesmo aos recentes anos 2000. Eu, inclusive, fui um dos fãs desse programa.

Infelizmente, depois de algum tempo comecei a achar bem bobinho e parei de assistir. E não sinto toda essa nostalgia que tomou conta da internet nos últimos anos. Com esse pensamento, parei para analisar o enredo de Chaves e cheguei a uma conclusão assustadora sobre a história e seus personagens. Gostaria de compartilhar essas observações com você, caro leitor, nesse Dossiê Especial Rafa Barbosa – Um olhar sociológico sobre Chaves.

Não, o meu texto não tem nada a ver com a metáfora de que o universo de Chaves seria uma parte do inferno, como explica o artigo Pecados, demônios e tentações em Chaves da Revista Bula.

O meu artigo aborda justamente o aspecto humano e politicamente incorreto dos personagens.

Se você é fã do seriado, sinta-se a vontade para ler, discutir, me xingar ou concordar com a análise a seguir. Mas lembre-se: é apenas a minha visão sobre o programa e não quer dizer que eu esteja certo (sim, eu estou certo já que o blog é meu).

 

1 – Chaves

Um órfão que mora sozinho

Um órfão que mora sozinho

Para começar, vamos analisar a história do personagem principal e que dá nome ao seriado, o garoto Chaves.

Chaves (Chavinho para os íntimos) é um órfão. Não preciso nem continuar a descrever o personagem. Para começo de conversa, em que sociedade minimamente organizada um órfão vive tranquilamente sozinho em uma vila, passando a maior parte do dia “brincando” e se metendo em confusões?

Onde está o Conselho Tutelar mexicano que em nenhum momento recebeu denúncia sobre essa situação? Não há nenhum parente vivo? Nenhum amigo dos pais ou responsáveis a par da situação?

Lembre-se, o Chaves não mora no Barril. Ele mora na casa número Oito, que dá o nome original do programa.

Outro ponto é: Senhor Barriga cobra os eternos 14 meses de aluguel do Seu Madruga, mas e o aluguel da casa do Chaves? Fica sob a responsabilidade de quem? Já estão pagos? Chavinho é o próprio locatário? Está em nome de quem?

Pode-se alegar que o Senhor Barriga sabe da situação e faz a “caridade” de não cobrar do pequeno órfão. Mas por que ele não faz o mesmo com o Seu Madruga, que tem uma filha para criar?

É muita coisa errada só com o personagem principal que vocês nunca questionaram.

Felizmente, Chaves não fica completamente desamparado, já que ao menos frequenta a escola, mesmo não sendo um dos alunos mais brilhantes da turma.

2 – Seu Madruga

Ex-boxeador e vagabundo profissional

Ex-boxeador e vagabundo profissional

Seu Madruga, o personagem mais adorado pelos fãs do seriado. Poderíamos usar vários adjetivos para descrevê-lo, mas vamos nos focar nas principais características do personagem:

– Desempregado
– Vagabundo
– Caloteiro
– Praticante de violência infantil

Exagerei? Vamos por partes então.

Desempregado e Vagabundo

Não há mal algum em ser desempregado. Acredito que a situação econômica do México nos anos 70 não era das melhores, apesar de ter sediado uma copa do Mundo pouco tempo antes. Mas será possível que não havia nenhuma oportunidade para o Seu Madruga?

Em vários episódios vemos o personagem dando um jeito de escapar de trabalhos temporários ou subempregos. A série se passa no México, mas o personagem é basicamente um retrato fiel de grande parte dos brasileiros. Provavelmente é o motivo por ser o mais adorado por aqui.

Fico surpreso que mesmo sem ter um emprego fixo ou uma fonte de renda confiável, Seu Madruga ainda consiga manter a guarda da filha Chiquinha.

Caloteiro

Senhor Barriga cobra, diariamente, os 14 meses de aluguel que o idolatrado Seu Madruga deve. Em qualquer outra situação, os serviços de crédito já teriam sido acionados. O despejo seria inevitável. E na verdade, o foi. Porém, em um surpreendente momento de altruísmo, o Senhor Barriga desistiu na última hora de despejar pai e filha.

E não ouvi nem um obrigado da parte do Seu Madruga. Além de tudo é mal agradecido.

Praticante de violência infantil

Em todos os episódios, religiosamente, Seu Madruga tem que dar pelo menos um cascudo no Chaves. É uma tradição que não pode passar batida. E a violência acontece, na maioria dos casos, sem a menor justificativa. Apenas pelo simples fato de Chaves ter uma curiosidade natural acerca da vida. Ou por ser desastrado mesmo.

Sorte se os abusos ficassem somente no pobre Chavinho. Mas Seu Madruga deveria estar nas listas de mais procurados por esse tipo de abuso. Todas as crianças da vila (ou do seriado, eu diria) já apanharam pelo menos uma vez do nosso adorado ex-boxeador.

Isso mesmo. O “heroi” que bate em crianças é um ex-boxeador. Possui a força (apesar do físico visivelmente frágil) e as habilidades necessárias para desferir golpes potentes que poderiam nocautear uma simples criança.

Mas esse fato é completamente ignorado pelos fãs, pela sociedade e pelas autoridades em geral.

Além disso, é covarde. Bate em crianças, mas afina quando tem que encarar alguém como Professor Girafales ou o próprio Senhor Barriga.

 

3 – Dona Florinda e Kiko

Classe média sofre

Classe média sofre

O que dizer dessa família? Parecem pertencer aparentemente como os demais moradores da vila, a uma classe C que ainda não entrou em processo de ascensão econômica. E só eles não se deram conta disso, pois tratam todos os demais moradores como se fossem a escória do mundo. Como se fossem lixo.

A principal culpada disso é Dona Florinda. Uma mulher que vive à sombra do falecido marido, que provavelmente está melhor agora do que ao lado dessa senhora. Vive da pensão alimentícia deixada pelo saudoso navegador, mas age como se fosse a verdadeira provedora do lar, quando na verdade é tão desempregada quanto o seu nêmesis Madruga.

O reflexo dessa atitude pode ser visto em seu filho, Frederico. Um garoto tipicamente mimado por ser filho único. Tem os melhores brinquedos e adora exibi-los para os amigos menos favorecidos, mas sente uma enorme inveja da criatividade dos outros por se divertirem tanto com tão pouco, enquanto ele não consegue o mesmo com os seus mais avançados instrumentos de entretenimento.

Como a mãe, acredita que os demais moradores não deveriam estar ali. Principalmente o Seu Madruga, o qual adora chamar de “gentalha”, um adjetivo pejorativo que demonstra qual posição social o ex-boxeador deveria pertencer.

Como uma boa partidária de extrema direita, Dona Florinda adora exercer a sua repressão chegando às vias de fato com Seu Madruga em toda e qualquer oportunidade, aplicando o tradicional tapa na cara.  Como é uma típica cidadã da classe médica, é moderadamente ciente dos seus direitos e sabe que o ex-boxeador não pode agredi-la em defesa.

Uma verdadeira tirana e um retrato fiel da história mexicana, demonstrando nos dias de hoje como foi a dominação europeia sobre o ameríndio.

Como se não bastasse a soberba, os dois ainda adoram explorar as vantagens sociais obtidas com o relacionamento de Dona Florinda e Professor Girafales. Kiko sempre tenta se beneficiar na escola, porém, a sua baixa capacidade intelectual não o ajuda muito nesse quesito.

O que nos leva a mais um personagem incorreto nessa série.

 

4 – Professor Girafales

Come mãe.

Come mãe.

Gosto de acreditar que a ética é algo inerente à pessoa que dedica a sua vida a ensinar ao próximo. Mas esse não parece ser o caso do professor da escolinha do bairro.

Notando a situação frágil a qual se encontra uma viúva, mãe de um filho com intelecto duvidoso, o “mestre Linguiça” não pensou duas vezes em aceitar uma xícara de chá na casa de Dona Florinda.

Se você notar bem, a xícara de chá é uma metáfora para o sexo. Geralmente ocorre quando Kiko não está em casa, o que possibilita a relação sexual entre sua mãe e o professor.

Não sou o melhor entendedor do assunto, mas acredito que um professor ter um relacionamento amoroso com a mãe de um aluno é algo no mínimo questionável e que deveria ser levado ao conhecimento da diretoria da escola.

Infelizmente, a série deixa claro que aquela escola é basicamente um lugar para as crianças passarem o tempo, já que o ensino é de qualidade duvidosa e não vemos nenhum tipo de disciplina.

Se existisse uma diretoria, deveriam ficar de olho. Se já dá em cima da mãe de um aluno, quem dirá daquelas garotinhas que usam vestidos tão curtos que a calcinha fica a mostra? Temos um predador sexual em potencial. Avisem as autoridades mexicanas.

 

5 – Dona Clotilde

Brujeria

Brujeria

A “famosa” Bruxa do 71 não tem essa alcunha a toa. Uma conhecida praticante das artes ocultas, Clotilde é uma satanista de mão cheia e que não faz questão de esconder isso, pois o nome do seu gato e eventualmente cachorro é uma clara homenagem à única divindade a qual ela serve: Satanás.

Clotilde, apesar de praticante desse tipo de magia, é uma mulher comum como qualquer outra. Uma solteirona convicta, mas que tem um desejo latente pelo seu vizinho de porta, o Seu Madruga. Espera que um dia possa ter a oportunidade de casar com ele e trazer ao mundo o herdeiro de Lúcifer, nem que para isso seja necessário a criação de poções e feitiços de amor.

 

6 – Senhor Barriga e Nhonho

O topo da pirâmide capitalista

O topo da pirâmide capitalista

Os dois representam os ideais e os interesses das classes dominantes da sociedade mexicana. O pai, um bem sucedido empreiteiro, tem como fonte de renda o aluguel das casas de sua vila. Rendimento o qual não deixa de buscar religiosamente todos os meses.

Um empresário implacável, que vai a caça dos seus devedores como Seu Madruga, mas que vez ou outra demonstra um pouco de humanidade e perdoa dívidas que poderiam estar na casa dos milhares.

Apesar de um predador comercial, é um ser humano bondoso, já que não se vinga das pancadas que recebe diariamente ao chegar ao seu empreendimento.

Já Nhonho, seu filho e herdeiro do império, é um retrato fiel do jovem abastado financeiramente. Veste as melhores roupas, tem os melhores brinquedos, conta vantagem sobre os coleguinhas e apresenta o físico típico de uma pessoa que come apenas do bom e do melhor: é gordo.

Apesar de todos os benefícios que possui por ser branco e de classe alta, o jovem estuda na mesma escolinha que os seus amigos, provavelmente no subúrbio onde se encontra a vila.

Um contraste interessante para reforçar a desigual luta de classes no seriado.

Poderíamos citar ainda outros personagens, como Jaiminho, o carteiro e funcionário público que não pensa duas vezes antes de enrolar e deixar o trabalho para depois. Em suas palavras, prefere evitar a fadiga.

Temos também a avó de Chiquinha, Dona Neves, que aparentemente não se importa com o fato da neta morar com um pai desemprego e à mercê das “situações” que uma criança nessa situação de risco está exposta.

Poderia analisar também os vários personagens secundários da história, mas fiquei com bastante preguiça de rever alguns episódios. Afinal, são muitos anos em exibição e esse estudo não poderia demorar tanto a sair.

Conforme expus nos parágrafos acima, o seriado Chaves é uma verdadeira ode aos piores estereótipos sociais e pode ser visto tanto como uma crítica social genial de Roberto Gomes Bolaños ou então uma simples coleção de personagens politicamente incorretos e que praticam as piores atrocidades em seu pequeno círculo social.

O espaço de comentários é aberto para que vocês possam discutir, comentar, me xingar ou concordar com esse breve estudo social.

Espero que tenham gostado desse Dossiê Rafa Barbosa mais que especial.

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Meu problema com azeitonas

Odeio azeitonas! Eu sou um cara que gosta de comer bem. E posso dizer que como a maioria das comidas existentes no mundo (exceto aquelas que são servidas cruas – carnes principalmente – ou ortodoxamente incoerentes com o padrão de vida ocidental). Mas se você quer acabar com a minha alegria de comer, é só colocar azeitonas no meio da comida.

Não existe no mundo culinário algo tão sem vergonha quanto as azeitonas. Ela deveria ter se mantido na função pela qual sempre foi pensada para exercer: servir de base para o azeite de oliva.  Nada mais e nada menos que isso. Deus só deu uma única função para essa maldita e mesmo assim ela não conseguiu cumprir o seu propósito na Terra.

Na verdade, acho que a culpa não é nem das azeitonas em si. Não imagino que um belo dia ela se cansou de ser colhida na oliveira e esmagada para gerar o azeite e disse “e se as pessoas me comessem inteira”? Isso é coisa de algum chef metido a besta que decidiu que aquela fruta cairia bem se comida diretamente. E aí começou a enfiar azeitonas em tudo quanto é prato que simplesmente não precisa de azeitonas.

azeitonas

Essa imagem embrulha meu estômago

Esteticamente, a azeitona nem deveria fazer parte de pratos de comida. Para começar, ela tem a forma oval, ou seja, você corre o risco de “catapultar” a azeitona ao tentar cortá-la ou na hora de fincar o garfo. Em segundo lugar, não tem nada mais desagradável que ver alguém chupando uma azeitona e depois cuspindo aquele caroço feio no cantinho do prato. Tá certo que em alguns casos as azeitonas já vem sem caroço, e parabéns por quem tem esse mínimo de respeito.

E olha que eu me amarro em melancia e abacate.

Azeitonas Intrusas

Pra piorar a situação, em alguns casos a azeitona gosta de brincar de Kinder Ovo com surpresa. Quando você pede uma empada ou uma coxinha, morrendo de fome e contando os segundos para degustar cada pedacinho dessas duas excelentes iguarias, e na primeira mordida é “premiado” com um pedaço dessa fruta maldita. Em alguns casos, não é simplesmente um pedaço, mas azeitonas inteiras. Com caroço e tudo o mais.

É uma sensação de traição sem igual.

Desserviço aos anos de desenvolvimento da culinária

Desserviço aos anos de desenvolvimento da culinária

A minha aversão à azeitona é tão grande que normalmente me dou ao trabalho de primeiro remover a tampa da empada e procurar por cada pedacinho em meio ao recheio. Geralmente isso acontece apenas com a empada tradicional de frango, o que já é uma vitória. Se algum dia eu encontrar azeitona em uma empada de carne seca com catupiry, pode ter certeza que acionarei o Procon e a Anvisa. Não deixarei barato tal subversão gastronômica.

Deveria ser decretada uma lei proibindo o uso indiscriminado e deliberado da azeitona em comidas em que o recheio tradicionalmente venha “escondido”. Não é legal esse tipo desagradável de surpresa.

Veja a pizza, por exemplo. Você já sabe que a azeitona está ali. Ela está se mostrando e dizendo claramente: estou aqui e você pode ou não gostar de mim e me comer. Não tem problema. A pizza é uma comida honesta consigo mesma e com seus apreciadores. Não esconde o que vem em sua composição.

Pizza com azeitona…

O mesmo pode ser dito para o strogonoff. Apesar de não combinar em nada com a azeitona, você tem facilidade em remover os pedaços se não estiver afim.

Mas com salgados e tortas, isso não é legal.

Fica aqui o meu apelo aos produtores de comida e legisladores brasileiros. Abram os olhos para essa palhaçada. A azeitona não pode ser utilizada dessa forma vil e cruel, como se fosse um pacote de chips com tazo surpresa. Quando eu compro uma empada e uma coxinha, eu espero encontrar apenas frango e eventuais pedacinhos de batata cozida. Até uma ou outra cebola a gente aceita. Mas azeitona, não.

Atenciosamente,

Rafael Barbosa.

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O dia em que fui capturado pela “Carrocinha”

carrocinha-desenho

 

Muito antes da invasão do Instituto Royal (episódio que ficou conhecido como “O Resgate dos Beagles”), eu – Rafael Barbosa – já era um aguerrido ativista dos direitos dos animais (ou quase isso).

Essa é a história sobre o dia em que a Carrocinha me capturou.

Não me lembro de quando exatamente isso aconteceu, mas eu devia estar com os meus 12 ou 13 anos, por aí. Era final dos anos 90 e nessa época eu ainda não havia sido escravizado pela internet. Ou seja, brincava como qualquer criança normal: na rua e não no universo de Minecraft.

Como eu morava em um condomínio de apartamentos, era proibido ter cachorros. Além de a minha mãe ter pavor desses inofensivos mamíferos, não podíamos criá-los em nossos lares. Dessa forma, adotávamos todo e qualquer cãozinho que aparecesse pelas ruas do bairro, criando um carinho enorme.

Foi assim com o “Tilzinho”.

Nota do editor: Todo e qualquer cachorro, quando desconhecido, é chamado por nós mineiros de “tilzinho”, com L mesmo. A pronúncia da palavra é “tiozinho”, mas não tem nada a ver com o irmão do seu pai/mãe ou aquele senhor mais velho a qual você não conhece.

Tilzinho era um vira-lata que circulava pelas ruas do bairro e sempre parava em nosso prédio. Acho que pelo fato de ninguém tentar espantá-lo e sempre ter alguém pra brincar, ele acabou criando um “ponto de apoio” por ali. E contrariando todas as recomendações dos adultos (nossos pais), sempre colocávamos comida e água pra ele.

Porém, ele continuava sendo um vira-lata, já que ninguém poderia adotá-lo de verdade enquanto morasse no prédio. Ou seja, não podíamos colocar coleira nele nem nos responsabilizarmos oficialmente.

Pensando nisso, algum filho da puta incomodado com a situação resolveu chamar a “Carrocinha”.

A Tal da carrocinha

A Tal da carrocinha

Até aquele dia, a “Carrocinha” era apenas uma entidade mística que vez ou outra circulava pelo bairro recolhendo os cachorros sem dono e levando-os para uma misteriosa fábrica de sabão. A maioria das crianças do prédio nunca havia visto uma e não estávamos preparados para aquela situação.

Uma espécie de caminhãozinho baú se aproximou do nosso prédio. Enquanto isso, Tilzinho estava deitado e completamente relaxado vendo a gente brincar de alguma coisa que não envolvia correr, senão ele estaria alucinado.

Notamos quando um homem saiu do recém-chegado caminhão com uma espécie de lança com um laço na ponta. Só percebemos qual era a intenção do maldito quando ele já estava próximo do Tilzinho e quase laçando o coitado pelo pescoço.

Naquela hora, iniciamos uma pequena rebelião infantil. Começamos a gritar e a correr, fazendo com o que nosso pequeno heroi canino também corresse. Para o desespero do funcionário da Carrocinha (eu não sabia e até hoje não sei o nome de quem trabalha com isso), aquele cachorro correu como nunca havia corrido.

Esse funcionário continuou atrás do Tilzinho enquanto a “Carrocinha” começou a circular a rua do condomínio. Inconformados com a situação, utilizamos a única arma que estava ao nosso alcance naquele momento: pedras.

Mas como éramos bundões demais pra estragar alguma coisa, eram pedras pequenas que só serviam para não deixar o carro ficar parado perto do prédio, mas foi em vão. A Carrocinha ficou parada e o motorista desceu para ajudar o outro funcionário na sua perseguição ao Tilzinho.

Corre Til!

Corre Til!

Nesse momento, o “revolucionário” dentro de mim surgiu de forma devastadora e teve a ideia genial de “resgatar” os cachorros que já estavam lá dentro.

Com o ímpeto que só um pré-adolescente que não manja nada do mundo poderia ter, subi na traseira da carrocinha e tentei abrir o local onde os outros cachorros estavam presos.

A traseira da Carrocinha era basicamente assim: uma espécie de “baú”, com um corredor no meio e em cada um dos lados, pequenas portinhas onde os cãezinhos ficavam. Obviamente que todas estavam trancadas com algum tipo de proteção que não poderia ser quebrada apenas com as mãos e força de vontade de uma criança.

Enquanto tentava inutilmente resgatar os cachorrinhos, não notei que o motorista da Carrocinha havia voltado. Só me dei conta disso quando ele arrancou o carro e começou a ir embora.

Pode até ser que ele não estivesse indo embora, mas o meu desespero foi tamanho que só conseguia pensar na dor que sentiria ao ser jogado na máquina que faz sabão.

Comecei a bater desesperadamente na divisória entre a carroceria e a parte onde ficava o motorista, gritando todos os palavrões possíveis que a mente de uma criança poderia ter assimilado até aquele momento de sua vida. Acredite: foram muitos.

Não sei se foi por conta do meu desespero ou se o motorista só queria me dar um susto, mas ele andou um bocado e me deixou um tanto quanto longe de casa. Não muito, mas o suficiente para me fazer voltar andando e perceber que com 12 anos é difícil salvar um cachorro, imagine mudar o mundo.

Depois daquele dia, nunca mais vimos o Tilzinho e não sei dizer se ele foi capturado por essa Carrocinha ou se simplesmente resolveu que ali já não era mais um lugar seguro.

Tilzinho sempre foi um cachorro do mundo. Uma matilha de um cão só. Acredito que ele não tenha virado sabão. Não era o destino do Tilzinho. Se todos os cães merecem o céu, Tilzinho com certeza foi arrebatado em carne e osso.

E eu nunca mais tentei salvar nenhum cachorro.

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