Já tentei ser jogador de futebol, físico nuclear, cientista da computação e famoso. Terminei formado em publicidade e escrevendo em um blog sobre a minha vida. Isso, meus amigos, é o que eu chamo de sucesso.

Guia prático de sobrevivência do estagiário

Visão romântica de um grupo de estagiários, incluindo o Zack Efron

Visão romântica de um grupo de estagiários

Sobreviver nas grandes metrópoles brasileiras com a “bolsa” de estagiário não é uma das tarefas mais fáceis. Digo isso por experiência própria: já fiz um estágio que me pagava inacreditáveis R$ 120 por mês, sem vale-transporte ou vale-alimentação.

Com uma grana dessas é preciso saber se virar para conseguir comer ou até mesmo se locomover pela cidade. Como vivi na pele essa fase negra da vida, resolvi elaborar um guia prático com os três pilares básicos de sobrevivência para estagiários que ganham pouco ou quase nada e desejam sobreviver em Belo Horizonte (válido para outras cidades também).

Preparados para um mundo novo repleto de possibilidades e a total perda da dignidade? Vem comigo, funcionário da Assprom!

1 – Transporte

Sem direito a vale transporte, a locomoção entre casa/trabalho ou casa/faculdade/trabalho fica totalmente a cargo do jovem estagiário repleto de sonhos e objetivos de vida. Em alguns casos, a empresa até vai te pagar uma parte do transporte, mas é sempre bom ter alternativas para economizar.

Durante a minha vida de estagiário, desenvolvi algumas técnicas que podem ser incrivelmente úteis, porém não muito éticas ou ortodoxas na hora de subir a Afonso Pena ou outra avenida.

A estratégia consiste basicamente em fazer a sua melhor cara de pessoa que veio do interior ou turista, entrar no ônibus sentido o caminho que você precisa e ficar na parte da frente, antes da roleta.

Ao se aproximar do local em que deseja descer, pergunte ao motorista ou ao trocador do ônibus se o ônibus está seguindo o sentido contrário ao qual você deseja chegar.

Por exemplo:

Pegar o 4108 (Pedro II/Mangabeiras) e ao chegar próximo da Praça do Papa ou o melhor ponto a sua escolha, diga o seguinte:

– Aqui tá indo para a Pedro II, né?
– Não. É sentido contrário, seu burro!
– Ai, motorista! Peguei errado. Posso descer aqui? 🙁

É quase certo que funcione, mas você vai precisar de todo o seu talento interpretativo para atingir o sucesso, ou então vai ter que desembolsar a passagem.

Esse motorista parece ser tão legal que eu não teria coragem de passar a perna nele

 

 

2 – Alimentação

Alimentar-se bem com o mínimo possível de dinheiro é uma arte que desenvolvi ao longo de vários anos. Até mesmo depois de abandonar a vida de estagiário. No começo da carreira vivemos em uma eterna época de vacas magras.

Nesse ítem da lista, vale ressaltar que você precisa abrir mão de toda e qualquer dignidade que exista em você. Afinal, grande parte dela já foi embora ao aceitar trabalhar de graça ou por uma quantia que não pague nem um pão com mortadela na padaria da esquina.

Vamos começar pela parte em que não exige chegar tão baixo assim: procure sempre supermercados na região do seu estágio/trabalho. Lá sempre terá uma ou outra promotora de vendas oferecendo degustação de produtos ou bebidas (sem álcool).

Não seja exigente. Você não vai fazer uma refeição completa, mas consegue descolar um biscoitinho, alguns salgadinhos, pequenos sanduíches ou em um dia de sorte, um novo sabor de chocolate.

Outra alternativa extremamente viável são as padarias gourmet em que os produtos podem ser degustados enquanto os clientes escolhem o que comprar. Nessa daqui o nível é um pouco maior e você pode até fingir que fez uma refeição completa.

Agora, vamos à parte em que você deixa a sua dignidade de lado em busca da sobrevivência nessa selva chamada estágio. Lembre-se que o objetivo é não morrer de inanição e para isso precisamos deixar as amarras sociais guardadas no fundo do armário.

Vá a algum shopping ou centro comercial que tenha praça de alimentação. De preferência com alta rotatividade. Ande como quem não quer nada e pegue uma bandeja dando sopa.

O passo seguinte é procurar um lugar próximo de alguém com cara de quem não irá comer todo o conteúdo do lanche. Você tem de estar disposto a encarar o que a vida te oferece e a qualidade do cardápio está diretamente relacionada à quantidade de restaurantes disponíveis no local que você escolheu.

Com sorte você pode descolar meio sanduíche, fritas, refrigerante e até mesmo metade de um prato executivo com arroz, feijão, salada e farofa.

Um dia de muita sorte

Um dia de muita sorte

Dica quente:

Shoppings próximos a colégios nos horários de saída significam maiores oportunidades de conseguir boa comida e em quantidade suficiente pra aguentar uma tarde de trabalho.

Adolescentes geralmente não se importam muito em consumir tudo o que colocam no prato. A refeição chega a ser completa em alguns casos.

Comida no estômago e dignidade na sola do pé, é hora de continuar o caminho em direção à firma, porque estagiário que chega atrasado não dura muito.

3 – Hidratação

Uma cidade como Belo Horizonte, construída nos moldes das mais divertidas montanhas russas do mundo certamente exige um pouco mais de esforço dos seus estagiários.

Andar pelas ladeiras da cidade é um divertido exercício para entender na prática como acontece o derretimento das calotas polares. Nesse caso, o seu corpo representa as calotas polares.

A hidratação de um estagiário sem dinheiro pode ser feita de duas maneiras. A primeira, que eu tenho um apreço especial, serve para manter o corpo na temperatura ideal durante dias muito quentes.

Consiste basicamente em fazer paradas estratégicas em agências bancárias com o único intuito de refrescar o corpo nesse ambiente gélido e repleto de aparelhos de ar-condicionado. Note que é o mais próximo que você vai chegar do dinheiro enquanto for um estagiário.

Não sei vocês, mas eu adoro a sensação de sair de um sol senegalês (como o de Belo Horizonte em algumas ocasiões) e entrar com tudo no mundo do ar-condicionado. Eu não ligo para o choque térmico. Meu corpo foi moldado ao longo dos anos de proletariado para sobreviver à essas doenças do século XXI.

A segunda forma é praticamente uma dica de sobrevivência válida para qualquer situação: aproveitar os chafarizes e fontes de praças. Melhor ainda se for aquelas que também possuem bebedouros.

Necessário dizer que você deve ser do tipo que não se importa em compartilhar da mesma água que mendigos, moradores de rua e hippies utilizam para sanar as necessidades físicas e biológicas.

QUEREMOS SALÁRIO!!!!!!!!!

QUEREMOS SALÁRIO!!!!!!!!!

 

Seguindo esses três princípios básicos de sobrevivência, você pode facilmente aguentar pelo menos três meses de estágio não remunerado. Acredito que esse é o tempo máximo que um ser humano comum consegue aceitar se submeter a esse tipo de situação em troca de “experiência, aprendizado e curriculo”.

Mas depois de comer sobras em shopping, você será praticamente o Buda dos estagiários, abrindo mão da dignidade e das riquezas materiais em busca somente da paz de espírito e dos centavos economizados ao longo do mês.

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Enem 2013 – Eu fui!

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ENEM 2013 – Eu fui

Resolvi tentar o Enem 2013 no ano passado, obviamente. Quase 10 anos depois, já que me formei no colégio em 2004 e também tentei o ENEM daquele ano. O que ajudou bastante, já que em 2005 iniciaram o ProUni.

O problema todo é que fazer uma prova de ensino médio 10 anos depois de tê-lo concluído, é um verdadeiro atestado de derrota. Se você já não era lá o melhor aluno da sala quando tudo aquilo estava fresco na sua memória, imagina quando você não tem mais tanto contato com 90% das matérias que caem nessas provas? Sim, foi humilhante.

Poderia ter sido pior, obviamente. Até que não me saí tão mal no ENEM 2013. Acho até que se eu já não tivesse me formado, poderia conseguir alguma vaga com o ProUni 2013. No começo do ano, resolvi me inscrever apenas por me inscrever no “vestibular do IBMEC” e sem ao menos precisar fazer uma prova, fui “aprovado” em Direito.

Pena que na época eu não estava muito animado pra fazer uma segunda faculdade. Ainda mais uma de 5 anos de duração. Mas acho que estou repensando essa decisão, já que a minha nota do ENEM 2013 não foi tão ruim assim.

Minha média global foi de 603 pontos. Obviamente, com essa média no Enem 2013 eu jamais entraria em uma faculdade federal através do Sisu 2013. Só se por uma incrível conspiração cósmica, qualquer curso oferecido chegasse a ter uma 39ª chamada. Ai sim, eu teria alguma chance.

A questão é que nos 10 anos entre omeu primeiro Enem e esse, a forma de aplicação da prova e o conteúdo em si mudaram completamente. Antes era pra avaliar o que você aprendeu durante o ensino médio em situações do dia a dia. Hoje é mais uma prova comum, com todas as áreas de conhecimento e com aplicações muito mais teóricas que práticas.

Como bom representante da área de humanas, o meu desempenho em “Matemática e suas tecnologias” e “Ciências da natureza e suas tecnologiasfoi um tanto quanto vergonhoso, mas nem tanto. Se não zerei, já tá ótimo.

Acho que se estivesse fazendo o vestibular hoje em dia, com toda essa disputa com pessoas do Brasil inteiro e com uma prova difícil dessas, provavelmente teria investido muito mais em uma carreira menos competitiva, como jogador de futebol ou, sei lá, competidor de League of Legends.

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Parem de transformar a coxinha em algo ruim!

Dentre as milhões de coisas que a internet brasileira tem destruído nos últimos anos, não posso deixar de citar o meu descontentamento com o que vocês estão fazendo com a coxinha.

Não é nenhum segredo o meu apreço por esse salgado. E, como um amante e apreciador dessa iguaria culinária, preciso dizer que estou chateadíssimo com essa onda de associá-la a algo ruim.

A qualquer hora do dia, acessando o Facebook ou Twitter, você irá encontrar centenas de pessoas utilizando a expressão “coxinha” para se referir a algum reacionário de direita que passa o dia falando merda na internet.

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Como algo tão lindo assim pode significar uma pessoa chata?

Isso é errado de tantas maneiras, que mesmo desenvolvendo um estudo compilado em uma coletânea de livros duas vezes maior que enciclopédia Britância, ainda faltaria espaço para citar cada uma delas.

Isso é errado no mesmo nível de colocar azeitona em empada, o que me leva a pensar que o termo mais correto para designar uma pessoa com as características acima seja exatamente esse: azeitona. Quer algo mais inconveniente que azeitona? Ou Felipe Neto, oxiúros e até mesmo Crepúsculo. Estes sim, adjetivos tão ruins quanto as pessoas que são chamadas de coxinha.

Fica até mais bonito esteticamente falando, veja só:

– Nossa, mas o Bolsa Família é o que estraga o Brasil, né?
– Nossa, cala a boca, cara. Deixa de ser azeitona.

ou então…

–  Você viu o Pedrinho? Tá chateadíssimo em saber que pessoas com estudo e conhecimento votam na Dilma.
–  Cara, mas esse Pedrinho é um felipenetando demais, hein?

Não importa o adjetivo que vocês queiram usar para zoar aquele seu amigo chato que fica compartilhando e discutindo opiniões, só parem de tentar transformar a coxinha em algo ruim. Ela não é.

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Daqui a pouco vocês vão usar a expressão esquerda paçoca, ou aquele “amigo coca-cola” e por aí vai, mantendo a tradição da internet brasileira em agir como um câncer, destruíndo tudo de bom que o mundo já nos deu e transformando em algo ruim apenas pela zoeira.

Está dado o recado e espero que vocês se conscientizem sobre a correta utilização da coxinha.

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Wanderlei Silva fugiu da luta contra Chael Sonnen

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Wanderlei Silva fugiu da luta contra o Chael Sonnen. Ou pelo menos é essa a notícia que está correndo pelos bastidores do mundo da luta desde que o UFC anunciou a saída de Wand do card do UFC 175 e a entrada do Vítor Belfort em seu lugar.

Segundo informações, durante uma visita surpresa de representantes da Comissão Atlética de Nevada, para a realização de exames anti-dopping, o nosso querido Cachorro-Louco literalmente correu dos caras, saindo pela porta dos fundos de sua academia, entrando no carro e pegando um avião para um local desconhecido.

Isso foi o bastante para que a Comissão já descartasse, de imediato, a autorização necessária para a realização da luta no dia 05 de julho em Las Vegas, Nevada.

Eu, como fã do esporte e do cara, fico bem chateado com essa notícia, já que Wanderlei Silva tem prometido uma surra daquelas em Chael Sonnen. Os dois, inclusive, protagonizaram um preview de como seria esse duelo durante as gravações da terceira edição do TUF Brazil.

httpv://www.youtube.com/watch?v=_haJNfOydp8

Isso, claro, deu ainda mais munição para o falastrão, que já havia conquistado a simpatia do público brasileiro.

Como tudo mundo ficou sem entender muito bem, o próprio Wanderlei Silva resolveu gravar um vídeo explicando – bem maios ou menos – o que aconteceu no dia do exame:

httpv://www.youtube.com/watch?v=vzl3uMaoEdY

Eu, particularmente, não acredito que o Wand tenha “fugido” dos exames. Ou não quero acreditar, já que ninguém promete uma surra com tanta convicção como nesse vídeo e depois foge assim, como um cachorro louco com medo da carrocinha.

Vamos esperar mais informações sobre essa história e torcer  por um combate sensacional entre Vítor Belfort e Chael Sonnen no UFC 175.

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30 tendências de moda e acessórios que todo garoto brasileiro usou no anos 90/2000

O Buzzfeed trouxe o retrato de toda uma geração de garotas que fizeram parte da minha adolescência com esse post 42 Tendências de moda e acessórios que vão fazer toda garota brasileira dos anos 90 morrer de saudades e penso que seria justo ter a versão masculina desse verdadeiro resgate ao que de pior e melhor pudemos viver nos anos 90.

Apesar de ter buscado nos cantos mais escondidos da minha memória, fiquei somente nesses ítens. Acredito que sempre foi mais fácil criar tendências para garotas que para garotos. Mas tentei reunir o que havia de melhor e pior na época. Espero ter conseguido.

Com vocês, “30 tendências de moda e acessórios que vão fazer todo garoto brasileiro dos anos 90 morrer de saudades (ou não)”:

 

1 – Boné do Charlotte Hornets

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Sempre quis ter um

 

2 – Boné da Von Dutch

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A moda trouxa, como diria aquela ~comu~ do Orkut

 

3 – Calça que vira bermuda

 

 

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4 – Calça caindo (ou cagada, na gíria das ruas)

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5 – Calça de Skatista

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6 – Camisa de hóquei dos Mighty Ducks

 

 

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Até hoje um sonho de consumo

 

 

7 – Camisa da FUBU

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8 – Camisa da Red Nose

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9 – Chapéu “skatista” do Chorão/Champingnon

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10 – Tênis de futsal da Topper

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11 – Relógio Flash G-Shock da Casio

 

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11 – Luzes no cabelo

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12 – a “tiara do Mau Mau de Malhação”

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13 – O colar de miçangas e bambu

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Mau Mau campeão do mau gosto.

 

 

 

14 – Meia na canela

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15 – Mochila da Company

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16 – Nike Shox (surgiu em 2003/2004 por aqui, que eu me lembre)

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17 – Munhequeira “hard-core”

 

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Que moleque hard-core!

 

 

18 – Óculos da HB

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19 – Pulseira hippe

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20 – Tênis “Rainha” de futsal

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21 – Kichute

 

kichute

 

 

 

 

22 – Relógio da Casio

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24 – Papete do Senninha

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25 – Mochila da Sansonite

samsonite

 

 

 

26 – Sandália “Zepellin” 

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27 – Tênis “de skatista” da SB Shoes

sb-shoes

 

 

 

28 – Shortinho da Adidas

short-adidas-anos90

 

 

 

 

29 – Topete

topete-anos-90

30 – Toca “de skatista”

touca-skate

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