Música We Are The World – Nova versão pelo Haiti

Escrito por Arquivo

O que eu to fazendo aqui?

A intenção pode ser a melhor possível, os artistas filantrópicos de primeira, mas a iniciativa, em minha opinião, não passa de uma mera desculpa para alavancar algumas carreiras e tentar embarcar no sucesso mórbido pós-morte de Michael Jackson.

É essa a minha visão a respeito da versão “25 anos pelo Haiti” da música We Are The World. Me chame de saudosista, ou velho, mas ninguém presente nessa versão tem o carisma ou o talento daquela turma que participou da canção original. Taí, original.

Originalidade é uma coisa que falta à música pop atual. Até no quesito ações sociais, a negada não tem a menor capacidade de criar algo novo e acaba re-aproveitando velhos sucessos colocando uma roupagem nova com produção do Timbaland. Isso é música pop de qualidade, amigo leitor.

É o mundo da música entrando de cabeça em uma prática bastante conhecida na internet: exploração de hypes. Nos anos 80 isso era legal porque era inédito. Mas agora não faz tanto sentido.

Fico assustado só de pensar que ao invés de Bruce Springsteen, Ray Charles, o próprio Michael Jackson e o saudoso Ray Charles, estamos prestes a escutar o famoso verso “We are the world” nas vozes de Justin Bieber, Usher, Will.I.Am e provavelmente alguma outra estrela pop da atualidade fã de Auto-tune e totalmente engajada em causas sociais como essa.

Enfim, como eu sei que a classe média adora esse tipo de atitude, provavelmente será um sucesso e a grana com as vendas do “single” será suficiente para reconstruir todo o Haiti, tornar o país o terceiro maior produtor de hip-hop do mundo e um dos países mais desenvolvidos da América Central. Sinto o gosto de vitória no ar. Vitória financeira e pessoal dos envolvidos.

Parabéns a todos eles.