Quando eu era mais novo adorava sair de casa cedinho com meu pai e me posicionar bem pertinho do asfalto da Avenida Afonso Pena para acompanhar todos os detalhes do desfile de 7 de Setembro.
Inclusive, no fatídico 7 de Setembro de 1996, eu marquei presença no meio da avenida desfilando pelo Colégio Tiradentes. Eu era um mini-patriota com todas as letras. Orgulho da nação.
A sensação após os desfiles era de “nossa, como eu quero ser do exército” ou “nossa, quando eu crescer vou ser policial”. E parecia que tudo daria certo, até completar os meus 15 anos mais ou menos.
A partir daí, malandro, eu não queria mais saber de dever cívico e o cacete. Queria computador, skate e mulheres. A real é que também descobri que esse pessoal aí da área militar nem ganha tão bem se comparado ao tanto que rala. Comecei a pensar melhor no meu futuro e, apesar de ser filho de militar, tenho orgulho de não ter seguido essa área.
Eu definitivamente não daria certo. Você com certeza iria rir da minha cara se eu te abordasse durante uma batida policial.
Eu fui militar. Desfilei sempre. Desisti.
Patriotismo? Num país onde a mulecada prefere brincar de traficante e imitar vagabundo é moda, o patriotismo é apenas uma grande piada.
Infelizmente.