Nessa bumba eu não ando mais!

Escrito por Arquivo

Sem dúvida alguma, uma das melhores invenções do mundo foi o celular com mp3 player. Nem todo mundo tem grana pra comprar um Ipod (eu, por exemplo) e a facilidade de utilizar um mesmo dispositivo para se comunicar e escutar música é algo realmente admirável.

Mais admirável ainda foram os anos e anos de estudo de algum inventor para construir um mecanismo fácil de adaptar às nossas orelhas de forma intra-auricular. Esse dispositivo é o que chamamos de “fone de ouvido”.

Assim como a toalha, não saia de casa sem ele.

Assim como a toalha, não saia de casa sem ele.

O fone de ouvido é uma coisa mágica. Depois que o colocamos, somos transportados para um mundo todo particular. Alguns entram no mundinho dos podcasts, outros no mundinho das rádios e os mais exigentes, no mundinho do último cd do Caetano Veloso.

Veja bem: seu próprio mundinho.

Mas os celulares também têm a possibilidade de tocar o mp3 sem o fone de ouvido. O que em alguns casos pode ser algo maneiro, como o toque ser, por exemplo, a nova música do seu artista preferido, em outros pode ser algo extremamente irritante e de um mau-gosto terrível.

Estou falando daquelas pessoas que esquecem que “transporte-coletivo” não tem esse nome a toa. Tem coisa mais chata do que aquele cara que faz do ônibus a sua rave particular? Eu odeio com todas as minhas forças essas pessoas que ligam os mp3’s de seus celulares e deixam a festa do Mallandro rolar. Não há nenhum pingo de desconfiômetro por parte desses vagabundos.

Waz da problem, nigga?

Waz da problem, nigga?

Ontem mesmo estava voltando pra casa de ônibus morrendo de dor de garganta, febre e uma tremenda dor de cabeça. Como é de praxe, eu sempre dou uma cochilada no balaio. Ou seja, eu durmo no ônibus. Mas ontem, excepcionalmente ontem, que eu estava na pior condição possível, um filho da puta resolveu brincar de DJ e inundou todo o ônibus com a sua coletânea “Glória a Deus em vários ritmos”.

Reunindo o melhor do Funk, Rap, Rock e Pagode Góspel, o aprendiz de beato ficou do ponto onde eu peguei o ônibus até o ponto onde eu desço (um “rápido” trajeto de 40 minutos) com o celular ligado no máximo, cantando e dançando como se estivesse no seu próprio quarto.

Claro que eu não consegui dormir e de vez em quando lançava olhares de ódio ao tal do homem lá. E não era só eu que estava incomodado.

Eu não sei de onde esse povo tirou que deixar o celular tocando música ruim no ônibus é legal. Isso não é legal e muito menos de bom gosto. Mas o que eu estou querendo, né? Bom gosto e ônibus coletivo são duas expressões que não combinam. Nunca.