Balançadinha

Escrito por Arquivo

Às vezes ser homem é uma droga. Temos dispositivos em nosso corpo que foram feitos única e exclusivamente com a função de nos entregar em determinadas situações. Tem necessidade de o pênis ficar ereto? Se é em uma situação que exige discrição, estamos fodidos. Mas não é sobre ereção que eu quero falar. É sobre a fatídica balançadinha que somos obrigados a dar logo após urinarmos.

Veja bem, somos programados para “mijar” em pé. Homem que mija sentado não é homem de verdade. Logo, após fazer o que temos de fazer em pé, a balançadinha vem em seguida com a função de enxugar as gotas restantes. É como um ritual de limpeza, digamos assim.

Semana passada eu estava prestes a sair para o almoço e resolvi dar uma aliviada. Concluído o ato urinário, dei a balançadinha, conferi se estava tudo certinho e guardei a ferramenta. Mas não sei por que diabos depois de guardado, o “Rafão” resolveu escorrer uma última lágrima. Mas foi uma lágrima caprichada. Tão caprichada que ultrapassou a tênue linha que separa a minha cueca da minha bermuda.

O que começou como uma pequena mancha azul mais escura que a cor da minha bermuda, se tornou uma mancha enorme. Não seria problema nenhum se não fosse o fato de eu ter que andar no centro da cidade. Estava bem chamativo e não tinha como esconder.

Eu levantava a bermuda e ela caía. Eu abaixava a blusa e ela subia. Passava a mão pra tentar secar e a mancha aumentava mais 2 centímetros. Não havia um secador por perto e o meu horário de almoço estava correndo. Tive que engolir o orgulho e caminhar em plena Afonso Pena com a bermuda molhada e sempre mantendo a pose.

A sorte foi que o sol estava de frente pra mim e acabou funcionando como um secador natural. Ainda bem.

Pênis. Ruim com ele, pior sem ele.