Talvez eu não seja conhecido pela minha capacidade de fazer boas escolhas. Veja bem, o meu blog não tem título até hoje. Por ai você já pode começar a traçar um perfil da minha personalidade nesse aspecto. Mas em algumas situações eu me supero no quesito “péssimas escolhas”: nessa madrugada resolvi assistir Hereditário, último filme de “horror” que caiu na boca do povo nos últimos meses.
Não tenho nenhum problema com filmes desse gênero. Porém, eventualmente eu sou fisgado por alguns deles que sabem muito bem como me deixar tenso. E Hereditário fez isso muito bem.
Esse texto não é uma resenha. Eu não quero falar sobre a qualidade técnica, roteiro ou direção do filme. Quero focar no fator “eu estive a um espirro de perder o controle do meu ânus e eventualmente me borrar de medo“.
Sim. Hereditário acaba de entrar para o hall de filmes que quase fizeram o Rafael perder a dignidade e o controle do esfincter.
Eu vou deixar o trailer aqui pra vocês darem uma olhadinha e abaixo tentarei resumir de forma muito breve a história.
Sobre a história, tudo gira em torno da morte da “matriarca” da família e uma série de acontecimentos bizarros que vem em decorrência disso.
As informações sobre o passado dos personagens, principalmente dessa avó, são ditas aos poucos e vão construindo todo o cenário para compreender as situações estranhas que vão se desenrolando ao longo do filme.
Eu, particularmente, tenho um problema com “crianças estranhas de filmes”. E a “criança estranha” de Hereditário foi escolhida a dedo. Além disso, a personagem da Toni Collette faz maquetes hiper-realistas, dando a impressão de que tudo se passa dentro dessas miniaturas, já que o filme faz questão de reforçar uma certa claustrofobia em cenários fechados.
Não é um filme de “sustos”, apesar de ter alguns. Não espere nada na linha Invocação do Mal. É na sutileza que o filme trabalha o horror, principalmente o psicológico.
Eu fui derretendo à medida que a personagem da Toni Collette também se derretia. Nos últimos 30 ou 40 minutos eu estava a ponto de parar de assistir porque já estava sentindo dores no maxilar de tanta tensão.
O clímax do filme tem uma pequena parte que corta absolutamente todo clima que estava sendo construído até aquele momento, colocando um elemento que até então não tinha feito parte da construção daquele universo, mas retoma bem demais nos últimos 10 minutos.
No final das contas eu sobrevivi e a minha dignidade também. E recomendo bastante o filme se você estiver afim de assistir um desses filmes que trabalha o terror de forma mais psicológica do que gráfica.
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