Twitter + popularização = Novo Orkut? Isso é bom ou ruim?

Por Arquivo

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Uma das maiores virtudes que a idade te proporciona é a tolerância. Você passa a tolerar certas coisas que, quando mais novo, não suportava ou fazia uma idéia infantil e superficial do assunto. Posso aplicar isso a várias coisas relacionadas à internet como blogs, Orkut e mais recentemente o twitter.

Quando eu era mais novo, no alto dos meus 18 anos, criei uma conta em uma “rede social” que estava fazendo sucesso lá nos Estados Unidos. Como vocês devem estar pensando, essa rede é o Orkut. Criei a minha conta em Agosto de 2004 e na época a ferramenta ainda era em inglês, cheia de bugs e com um limite de convites. Sim, você só podia fazer parte se fosse convidado. Foi uma amiga minha que mora nos EUA que me convidou.

Na época, era legal porque pela primeira vez, em um único lugar, eu encontrava comunidades sobre temas que gostava e poderia discutir com outras pessoas que também gostavam. Isso sem ter que mudar de site, como eram os fóruns. No princípio não havia muitos amigos meus fazendo parte da rede, mas, com o tempo, foram aparecendo.

De uma hora pra outra essa ferramenta estourou de tal forma aqui no Brasil que todo mundo já possuía uma conta. Ela começou a ficar sem graça e isso é fato. Não porque todo mundo fazia parte, mas porque desvirtuaram grande parte das funcionalidades que fizeram do Orkut uma das ferramentas mais úteis e populares há alguns anos.

Eu achava isso ruim. Péssimo, pra dizer a verdade. Mas com o tempo e estudando e entendendo como funciona a dinâmica da Internet e a interação entre pessoas, avaliei que é algo extremamente positivo a inclusão de pessoas em redes como essa. Por mais que tenhamos semi-analfabetos ou pessoas com mínimo contato com informática fazendo parte da rede, do ponto de vista que eu estudo e trabalho, a publicidade, o Orkut é uma rede fantástica para se descobrir gostos e públicos-alvo específicos. Além de proporcionar a integração de pessoas em várias camadas, seja em comunidades ou em perfis.

Dito isso, gostaria de falar um pouco sobre essa febre do Twitter. De repente, todos começaram a falar sobre esse tal de micro-blogging. Jornais, sites especializados, blogs e por fim, revistas como a Época.

Sabe-se que atualmente várias famílias estão atingindo a “classe-média” e consumindo mais informações através de internet, jornais e revistas. Os que essas pessoas acompanham nesses meios, as deixam curiosas e com vontade de experimentar ou saber um pouco mais sobre o assunto. Essa é uma das causas da popularização de algumas ferramentas.

Dizem que tudo que sai na grande mídia, se torna obsoleto em pouco tempo. Engraçado ter esse pensamento mesquinho aqui no Brasil quando vemos análises em outros países mostrando os benefícios que se tem com o crescimento dessas redes.

O Twitter é uma ferramenta que para alguns não possui utilidade nenhuma. Eu mesmo pensava até a alguns meses que essa rede só servia para ler em 140 caracteres coisas inúteis como “comendo churros” ou “peidei”, já que a premissa básica é a pergunta “O que você está fazendo agora?”. Vi muito disso no começo, mas depois, quando você pega a dinâmica da coisa e passa a seguir pessoas com interesses em comum, a ferramenta passa a fazer mais sentido e até a auxiliar, sendo uma ferramenta de forte interação social e uma rede de contatos imensa.

A ferramenta não vai te oferecer opções como montar um álbum de fotografias ou participar de uma comunidade específica de algum assunto. Você também não terá widgets como Buddy Poke ou letras de música. O seu perfil será descrito em poucas palavras e o principal de tudo: o Twitter é basicamente uma ferramenta de textos. Textos curtos em até 140 caracteres. Suas ações na rede serão basicamente ler o que os outros tem a dizer e escrever o que você tem a dizer.

Outra questão que deve ser abordada é a reciprocidade dos contatos. Você vai seguir pessoas. Geralmente você segue quem aborda assuntos de seu interesse. Por mais que eu alguns momentos o Twitter seja repleto de egotrips, você tem a total liberdade de parar de seguir a pessoa. Mas, como eu disse, a reciprocidade não é fator primordial na rede. Ao contrário do Orkut em que você adiciona uma pessoa e ela automaticamente te aceita e você passa a fazer parte da rede de contatos dela, no Twitter, se você segue uma pessoa, ela não passa a te seguir automaticamente. Ela deve ir ao seu perfil e clicar em “Follow” para te seguir. Mas uma coisa deve ficar bem clara: geralmente as pessoas só vão te seguir se você acrescentar algo a elas. Exceto os amigos, claro.

Acredito que a popularização de uma ferramenta é algo que faz parte do seu ciclo natural. Ela nasce, formadores de opinião começam a utilizar, leitores desses formadores também utilizam e por fim a grande mídia divulga graças ao crescimento. Logo a grande massa também fará parte da rede.

Mas não veja isso como algo ruim. Veja como possibilidades. Possibilidades de conhecer pessoas com interesses em comum, assuntos em comum e que possa te acrescentar algo de alguma forma. Nem que seja apenas mais uma visita para o seu blog quando você twitta algum link.

Claro que teremos de alguma forma o lado ruim de tudo que se baseia em relações na internet: teremos vírus propagados através da compressão de links, teremos muito spam, teremos pessoas que te seguirão e não acrescentarão em nada em grande parte das ocasiões. Mas isso é natural de toda rede on-line.

Do lado publicitário (meu caso), é mais uma oportunidade de descobrir públicos-alvo específicos e monitorar como anda a imagem de marcas perante os consumidores, da mesma forma como acontece com os blogs e Orkut.

O que eu acho estranho nisso tudo é a galera que prega as mídias sociais como salvação da publicidade e do mundo, ver essa popularização do Twitter como uma coisa ruim. Acredito que “social” envolva todas as pessoas e não uma patotinha seleta de seres providos de uma capacidade um pouco mais desenvolvida.

Ninguém será obrigado a seguir alguém que não seja do seu interesse. A ferramenta funciona muito bem assim atualmente e vai funcionar com certeza se houver um boom de novos usuários.

É mais um caminho no desenvolvimento do país e da população que utiliza a Internet. Resta a quem utiliza da forma mais adequada, educar esses novos integrantes e explorar todo o potencial que ferramentas assim proporcionam.

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8 Responses to " Twitter + popularização = Novo Orkut? Isso é bom ou ruim? "

  1. carlos disse:

    Twitter é chato, sem graça. Ruim

  2. Leonardo disse:

    É isso aí! Concordo com tudo!

  3. Monthiel disse:

    O Booom é inevitável. Mas como você disse, ninguém é obrigado a seguir a quem não lhe adiciona nada. Portanto, não acho que o tal boom afete a funcionalidade da ferramenta. Como fez com o orkut.

    Abs,
    Monthiel

  4. Lestat disse:

    Boa!!! Desde quando começou o burburinho em torno do twitter fiquei sem entender e sem consegui ver o que de tão extraodinario havia por tras de tudo isso.Hoje entendo que ele (o twitter) esta ai e pelo jeito chegou pra ficar.E hoje tambem consegui entender minha duvida neste post; http://www.textaculos.com.br/?p=43

  5. Sarna disse:

    Muito bem colocado Rafa.

    Apesar desse Boom que está comentado, talvez seja interessante o twitter atingir um público maior. Talvez o fato de não ser tão exposto torne não tão depreciado quanto o orkut ficou em certos aspectos.

    Esperemos.

    Abraço.

  6. Assino em baixo

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