Na última quarta-feira, dia primeiro de abril, ocorreu no Centro Universitário Newton Paiva uma palestra sobre Comunicação e Novas Mídias na MTV Minas ministrada por Rodrigo Carneiro.
Basicamente ele apresentou um pouco dessas novas mídias e mostrou um pouco como é o processo e utilização das ferramentas da web 2.0 no chamado Jornalismo Jovem da MTV.
Segundo Rodrigo, “o jornalismo jovem é o jornalismo dinâmico, extremamente atual, objetivo, verdadeiro – tudo isso embalado com muita personalidade e atitude. O conteúdo é mais perecível que peixe de feira. Se demorar a soltar uma matéria ela caduca em poucas horas. Ele é direto e sem frescuras, sempre pontuando o que realmente interessa, sem ser sensacionalista“.
Essa é a realidade que vemos atualmente nos blogs e Twitter, que Rodrigo abordou mais adiante. Mas hoje em dia é perceptível a necessidade de se lançar uma matéria o quanto antes. Mesmo em blogs sem qualquer vínculo com veículos jornalísticos, percebe-se essa preocupação em ser o primeiro a veicular a matéria. No Twitter temos essa agilidade em maior grau. Muitas vezes só uma mensagem avisando do acontecido, e ao longo do dia temos o follow up do acontecido.
Ainda de acordo com Rodrigo, “o excesso de informação na cabeça do jovem hoje é bem maior do que antigamente. A tendência é aumentar. Segundo a apresentação, daqui a alguns anos, as matérias serão só títulos. O usuário vai buscar sobre o assunto isso na internet sem passar pela matéria“.
Não tenho uma opinião formada a respeito dessa teoria de que em alguns anos o usuário irá buscar o conteúdo de um título da matéria na Internet. Acredito que a tendência é a notícia se tornar dinâmica. Menos texto e mais links que prossigam com o assunto. Mas deixar tudo por conta do Internauta pode ser arriscado, uma vez que se o assunto não lhe interessa, ele não permanece na página.
“Deixar que o usuário busque o conteúdo livremente incomoda o jornalista”.
Acho que deve incomodar mesmo, afinal a função do jornalista é informar. Se essa função se perde, perde-se também o propósito da profissão. Tá, viajei. Ou não. Mas a verdade é que de fato hoje o usuário busca o conteúdo livremente, mesmo antes de ver uma matéria veiculada em jornais, revistas ou qualquer outro meio. Muitas vezes o boca a boca, agora potencializado com ferramentas como o Twitter incentiva o usuário a buscar mais sobre determinado assunto.
A internet tem métricas que facilitam verificar o que há de certo e errado no jornalismo.
Acredito que as métricas existentes na Internet facilitam verificar o que há de certo e errado em qualquer área da comunicação. Podemos ver com eficiência a repercussão de uma campanha pra uma marca no Google, em blogs, no Twitter e em redes sociais como o Orkut. Essa métrica é possível graças a proximidade com o consumidor e a facilidade de monitorar o que se é falado nesse meio.
O jornalista se atualiza freneticamente, tanto com relação ao conteúdo quanto com relação às novas ferramentas da Web. Tem a cabeça aberta sem preconceito. Se interessa pelos mais diversos assuntos e, ao mesmo tempo, se dedica a fundo ao que mais gosta, buscando lançar tendências e apresentar novidades.
Acredito que essa descrição se encaixe perfeitamente para qualquer profissional no século XXI. Informação é imprescindível para o repertório de qualquer pessoa. Quanto mais completo o profissional, maior o seu diferencial no mercado.
Para Rodrigo, “o jornalismo jovem deve possuir uma linguagem objetiva, direta e sem frescuras, cada vez mais próxima da linguagem da internet e até do SMS”.
Acredito que essa linguagem esteja relacionada aos meios tradicionais como TV, rádio, jornais e revistas, uma vez que observado pelo mesmo, na Internet a linguagem adotada é bem diferente da tradicional, sendo marcada pela sua dinâmica.
Algumas observações acerca do perfil do jornalista jovem:
Não é o dono da verdade e aceita receber críticas tranquilamente.
Não impõe seu ponto de vista e sim abre espaço para uma discussão.
É curioso e sempre atento a novidades.
Tem personalidade própria e muita atitude.
Falar mais de uma língua.
Saber utilizar mais de uma plataforma (Mac, PC).
Ler muito sobre os mais variados temas, dos assuntos mais complexos aos mais simples.
Viajar o máximo possível convivendo com as mais diversas culturas.
Abrir a cabeça e se despir ao máximo de preconceitos.
Como já disse anteriormente, esse perfil deve ser incorporado em qualquer área profissional. É a evolução natural das coisas.
Já quase no final da palestra, Rodrigo mostrou aos alunos as plataformas em que a MTV Minas atua:
Canais offline: TV, rádio, jornais, revistas, etc.
Canais on-line: portais, blogs, redes sociais, etc.
Dentro desses meios, a proposta da MTV Minas é integrar o On-Line e o Off-Line, de forma a agregar informações e realizar programas multi-plataformas.
Rodrigo ainda tocou em um ponto interessante: Convergência de Mídias.
Como exemplo ele citou o caso de celebridades da televisão que migram para os blogs e redes sociais e o caso inverso, quando blogueiros vão para a televisão. Um dos exemplos citados foi o blogueiro Didi, do blog Te Dou um Dado?, que apresenta o programa Gay Show.
O caso mais famoso de celebridade que se tornou blogueiro está dentro da própria MTV: Marcos Mion. O apresentador tem um dos blogs mais visitados e comentados da blogosfera brasileira.
Concluindo
“O jornalismo atual tem relação direta com este fenômeno em rede das novas mídias”.
“Se voltarmos alguns anos, temos milhões de pessoas assistindo a um mesmo jornal, pór exemplo. Hoje, cada uma destas pessoas tem acesso a uma infinidade de conteúdo para escolher o que quiser, e tem ainda participação ativa na programação e transformação da informação (para o bem ou para o mal – desconfie da fonte)”.
“Por isso, “objetividade” e “interatividade” são as palavras da vez. E como as ferramentas e plataformas para comunicar com o mundo são aprimoradas a cada dia – e estão nas mãos de qualquer pessoa – cabe a nós explorá-las ao máximo com criatividade e consciência“.
Não só o jornalismo como também a publicidade e demais áreas ligadas à comunicação tem uma relação direta com as novas mídias. Os meios se complementam e evoluem com grande velocidade. Integrar e utilizar da melhor forma são o caminho certo para quem quer trabalhar com comunicação, principalmente para o público jovem.
Fiz uma cobertura ao vivo no Twitter. Para ver como foi, clique aqui.
Oi Rafa, não tenho nada acrescentar. Só vim dizer, Oi. (p1)(asa2)
Rafael sempre com o mesmo boné. A palestra parece ter sido maneira, e como não entendo muito sobre o assunto, só poderei acrescentar isso: interessante.