O Futuro da publicidade

Por Arquivo

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Tenho visto grandes discussões a respeito do futuro do jornalismo. Como a mídia tradicional está se adaptando aos novos tempos e à Internet, além de como será o perfil do jornalista do futuro. É interessante perceber o nível das discussões sobre esse assunto, além da qualidade surpreendente dos comentários em cada post sobre o assunto.

Isso tudo é muito interessante para quem estuda comunicação e jornalismo em si. Principalmente a turma que será esse jornalista do futuro. Mas o que eu não vejo, infelizmente, são discussões como essas sobre o futuro da publicidade e o publicitário do futuro.

Atualmente tenho visto a ascensão das “mídias sociais”, proporcionada pela interatividade da Internet e o engajamento dos usuários. Porém, acredito que se deve discutir mais a fundo a publicidade.

Em primeiro lugar, a Internet ainda não é o meio que mais recebe investimento dos anunciantes. Em segundo lugar, as discussões sobre mídias sociais acabam convergindo para o mesmo assunto: poder dos blogs, twitter e redes sociais, e como fazer isso chegar ao maior número de pessoas.

Vejo que, por exemplo, no caso dos blogs, por mais que seja uma mídia social que possibilita a interação entre os usuários e o blogueiro, ainda não há um modelo de publicidade que proporcione a interatividade na sua forma mais pura. Salvo algumas campanhas.

A maioria dos publieditoriais envolve a divulgação de um link para um site de campanha ou produto e pronto. São poucas as campanhas que convidam os leitores a participar de alguma maneira. E quando essas campanhas aparecem, são a mesma coisa de sempre: mandar uma foto ou um vídeo mostrando por que você ama tal marca.
Mas eu não quero me aprofundar em um assunto tão gasto quanto à publicidade em blogs, publieditoriais e etc. Gostaria de aprofundar a discussão em um nível mais, digamos assim, romântico da publicidade.

Por mais que as novas mídias proporcionem novas formas de interação entre o receptor e o anúncio, a boa, velha e tradicional publicidade tem lugar garantido em todo planejamento. Ainda que a audiência esteja cada vez mais segmentada, temos veículos que garantem o sucesso e a repercussão de alguns anúncios.

Um exemplo recente que posso citar é a nova campanha das Havaianas. Aquela com o Murilo Rosa e a mulher que eu esqueci o nome. As sacadas do texto são geniais e em todo lugar que você puxe como assunto as propagandas, todo mundo já viu e achou engraçado.

Isso é publicidade tradicional. É a publicidade que me fez querer cursar Publicidade e Propaganda. Não é o tipo de anúncio que vai aumentar as vendas em X% no período de veiculação, mas é o anúncio que está agregando valor à marca em cada comentário que uma pessoa faz sobre o vídeo. O reconhecimento das Havaianas como o chinelo da “formosura na minha humilde residência”.

Mesmo que as mídias sociais sejam a nova coqueluche do mundinho publicitário moderno, basta 10 minutos no arquivo do CCSP (Clube de Criação de São Paulo) para abrir a boca, soltar um sorrisinho e dizer “Putz, que sacada!”.
Acredito que a publicidade tende a evoluir, com certeza, para o meio digital. À medida que mais pessoas forem incluídas no meio digital, além da evolução de como a Internet é utilizada, o aumento do investimento para esse meio será gradual.

A televisão ainda é a maior mídia de massa no Brasil e no mundo. Não é segmentada, claro, mas no que se propõe a fazer – comunicar -, ainda é eficiente. E é isso que o anunciante deseja. Uma comunicação eficiente e que agregue valor à marca e também às vendas.

Acredito que (muito) dificilmente matérias como redação publicitária ou direção de arte darão lugar a matérias como “criação de publieditoriais I” ou “Planejamento em Twitter II”. Algumas matérias são essenciais na publicidade. Interatividade dificilmente rende alguma coisa se não for aliada à criatividade.

Uma campanha não se sustenta na Internet. A nova campanha da Skol, por exemplo, se fosse anunciada somente em blogs, sem a ajuda dos já consagrados VT’s para televisão não teria o mesmo retorno. Na Internet captamos a audiência que não fica presa à televisão. Captamos uma audiência um pouco mais qualificada e disposta a não ser inundada por qualquer tipo de anúncio. Porém, a grande massa consumidora ainda está em casa, sentada no sofá assistindo ao Jornal Nacional e dando boa noite ao William Bonner.

Como preparar o publicitário que está se formando agora? Ele deve ter conhecimento em diferentes áreas da publicidade. Saber como comunicar em cada ambiente, seja ele on-line ou off-line. A publicidade (acredito eu), é tão essencial quanto a imprensa. Se até mesmo jornais precisam da venda de seus espaços publicitários para arrecadar e, ainda por cima, precisam anunciar para atrair novos assinantes, como a tão famigerada publicidade pode ter fim?

O publicitário do futuro não será o cara que hoje tem um blog e faz publieditoriais. Ele não será um “analista de mídias sociais” sem o devido conhecimento de como a coisa funciona. Ele deve ser completo. Deve saber como o Atendimento funciona, deve ser um “analista de mídia” em geral e utilizar os canais corretos para divulgar o cliente e, acima de tudo, se for um criativo, deve conhecer e ser íntimo dos meios de comunicação em geral. Seja televisão, jornal, revista ou Internet, para então ser capaz de produzir para cada um deles.

Penso que o publicitário do futuro deve ser completo. Com conhecimentos nos dois ambientes: on-line e off-line. Deve conhecer e compreender a fundo cada meio de comunicação. Principalmente aquele que vai trabalhar com planejamento e estratégias. A Publicidade se adapta facilmente a qualquer novo meio que surge graças ao viés criativo que é característico da profissão. Não existe nada tão experimental quanto à publicidade. Quem dominar melhor as ferramentas à disposição, com certeza será o modelo de publicitário do futuro e o que fará a comunicação mais efetiva para o cliente.

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3 Responses to " O Futuro da publicidade "

  1. Kazuya-kun disse:

    Ainda não descobri porque minha vó dá boa noite ao william bonner.

  2. Evandro F. disse:

    “criação de publieditoriais I” rsrs garanto que teria muito blogueiro por aí deixando o CV em muitas faculdades hauhauahau

  3. Pedro Américo disse:

    Perfeito.

    nada que eu disser aqui pode acrescentar nada. você, mais uma vez, disse tudo q eu penso rafa.

    o

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