O desafio e o pesadelo universitário

Por Arquivo

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Não posso chamar a minha vida acadêmica de um “sucesso”. Bom, me formei e trabalhei na área e tudo o mais, mas de acordo com a tradição imposta por Hollywood, a faculdade consiste em, basicamente, festejar, se emebebedar e transar com o maior número possível de garotas.

Eu não festejei, não fiquei bêbado e não transei com nenhuma garota da minha sala, do meu curso e de nenhum outro campus da faculdade – pra resumir um pouco a história da minha vida entre 2005 e 2008.

Pode me chamar de perdedor, eu não ligo. Na época eu era feio (ainda ostentava um bocado das espinhas remanescentes do período conhecido como adolescência), falido (não trabalhava e não era “bem de vida” como a maioria da galere da sala), andava a pé (os únicos momentos motorizados da minha vida acadêmica se resumem às viagens de ida e volta em pé e ocasionalmente sentado no suplementar S70 ) e não era tão descontraído e interessante quanto hoje.

Ryan Reynolds Barbosa

Eu era assim na faculdade. Serião.

Por sorte não sofri nenhum tipo de bullying, já que modéstia a parte, eu não era tão bobo quanto a maioria dos nerds de hoje em dia.

Pois bem, não foram anos tão difíceis porque a faculdade de publicidade é até moleza, e no meio do caminho eu comecei a namorar e desenvolvi uma vida sexual ativa (fora da faculdade).

Eis que três anos depois de formado, a turma resolve se reunir para uma festa agora em fevereiro.

Já há algum tempo eu ficava imaginando como seria esse reencontro, mas eu via mais longe, por exemplo, daqui uns dez anos. Mas, já que anteciparam o momento, só me resta participar dessa animada confraternização.

O problema é que eu sempre planejei um retorno triunfal. Atualmente estou em uma condição bem superior a da época da faculdade. Estou bem sucedido financeiramente, sem espinhas (uma ou outra ocasionalmente), tenho um carro próprio, sou de uma sagacidade sem igual e um humor ímpar. Ou seja, o oposto daquele jovem calouro de 2005. Porém, Houston, we have a problem!

EU ESTOU GORDO!

 

Ryan Reynolds Guedes

Agora eu to tipo… isso.

 

Convenhamos, não adianta estar rico, motorizado e sexualmente ativo quando se está gordo. As gatinhas da faculdade não curtiam, e provavelmente não curtem caras acima do peso. Isso tira toda a emoção do meu “ressurgimento” em meio aos colegas de classe.

É como anunciar o retorno do Ronaldo Fenômeno aos gramados brasileiros. É lindo, três vezes melhor do mundo e tal, mas o cara está enorme de gordo. Naturalmente, as pessoas olham com desconfiança para gordinhos.

Não que eu esteja triste com isso. To aí na luta pra perder uns quilos e voltar a ser um pacote completo de perfeição humana, mas enquanto isso, eu ainda estou acima do peso.

O elemento surpresa na hora de encantar as gatinhas perde todo o efeito. A possibilidade de um coito nessa festa se anula conforme o ponteiro da balança roda quando subo em cima. Triste, porém, real.

Felizmente, sempre mantive a minha dignidade em primeiro lugar e vou encarar esse desafio com a cabeça erguida (e a barriga encolhida). Dependendo dos acontecimentos, voltarei para contar o meu sucesso nesse retorno ao certame chamado “vida acadêmica”.

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1 Responses to " O desafio e o pesadelo universitário "

  1. Daniel Reblin disse:

    LOL. Fazia tempo que eu não dava tanta risada com um post seu (ou melhor, faz tempo que não comento aqui, leio o Sem Título Ainda acho que desde de 2007, na época que era ‘ponto’ brogui (ou algo parecido). Comentei apenas uma vez, acho.)

    Se você realmente é bem sucedido financeiramente, sem espinhas, tem um carro próprio, é de uma sagacidade sem igual e um humor ímpar, as garotas nem vão reparar no seu peso.

    PS: o novo tema ficou foda. =D

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