Eu e a inesquecível chuva de calcinhas

Por Arquivo

Compartilhe com os migos!

Um homem pode viver 100 anos e não ter nenhuma história ou experiência incrível para contar aos seus filhos. Felizmente, eu não serei esse cara, já que presenciei um fenômeno único em uma era onde estamos repletos de El Niños, La Niñas, Katrinas e outras manifestações climáticas no planeta Terra.

O ano era 2011 e eu estava curtindo uma deliciosa fase de home-office. Como possuía dinheiro e tempo livre, resolvi fazer uma visita ao meu grande amigo Super Wallace. Era um empreendimento que já estava planejando há algum tempo. Afinal, conheço o cara desde 2007 e em uma oportunidade anterior passei algumas poucas horas na casa dele. Dessa vez era pra valer.

Vale deixar claro aqui que eu acho o Rio de Janeiro o lugar mais foda do mundo. Tive, com certeza, alguns dos melhores dias naquela cidade. Não me pergunte motivos. É apenas algo que sinto. Penso que um dia irei morar nessa cidade e espero que não demore.

Continuando a história.

Após conhecer os encantos do bairro Cavalcanti, o amigo Wallace falou que me levaria para conhecer uma balada na região. Era o tão falado Via Olimpo. Já havia escutado histórias sobre o local e na minha cabeça era uma espécie de templo da putaria. Um lugar onde um mineiro acanhado como eu seria apresentado ao verdadeiro Rio de Janeiro, a cidade proibida.

O que estava pra vir era muito, muito maior do que isso.

Era chegado o grande momento. Como um bom turista, fui guiado pelos amigos rumo ao Olimpo. Para quem não manja de mitologia grega, o Monte Olimpo é conhecido por ser a morada dos deuses, e naquele dia, amigos, os Deuses estavam com o cu pegando fogo. A atração do dia era Mr. Catra e participação de Gaiola das Popozudas. A festa não poderia ter um nome mais apropriado: Guerra dos Sexos.

Mr. Catra Zeus e Gaiola de Atenas Popozuda

A dinâmica da festa era bem interessante: das 22h às 00h, era permitida apenas a entrada de mulheres com vodka liberada e apresentação de go-go boys. Uma mistura explosiva de álcool, feromônios e um estilo de música bastante convidativo.

Estava me sentindo em casa.

Quando a nossa entrada (verdadeiros machos-alfa) foi liberada, um mundo novo e cheio de oportunidades se abriu a minha frente. A estrutura da casa não era muito diferente de outros lugares aqui em Belo Horizonte: palco, pista, camarote e bar. A diferença é que o Via Olimpo é absurdamente maior que as boates daqui (não que eu conheça muitas). A chance de sucesso estava acima dos 80%. Algo até então jamais imaginado por mim.

A primeira e melhor impressão que tive foi: mulheres estavam literalmente saltando nos nossos respectivos colos. Acredito que foi o local em que peguei garotas de forma mais fácil em todos os meus 25 anos de existência.

Por uma triste e infeliz jogada do destino, o Wallace acabou abandonando a festa mais cedo, impedindo-o de compartilhar um dos grandes momentos da minha vida.

O pancadão comia solto e posso dizer que estava vivendo o sonho. Eu, que não manjo nada de funk e tenho o molejo de um poste de energia elétrica estava cantando e curtindo como se tivesse passado a vida toda nos bailes funks da Rocinha. Se bobear já até puxava um X ou outro nas palavras terminadas com S.

Tudo estava caminhando perfeitamente bem quando em determinado momento da “balada”, o DJ da casa solta a frase que daria início a um dos momentos mais inesquecíveis de toda a minha vida.

Luzes piscando, funk rolando, gatas (e não gatas) rebolando freneticamente até o chão. De repente, silêncio. O DJ avisa com seu microfone e uma amistosa empolgação na voz:

“Aí pessoal, só um minuto. Só um minuto da atenção de todos vocês. Agora no Olimpo está proibido usar calcinha”.

Essas palavras ecoaram por alguns segundos na minha cabeça. Eu ainda não tinha ideia do que estava prestes a presenciar.

Com a sincronia de um grupo bem treinado de golfinhos do Sea World, praticamente todas as mulheres que estavam no camarote, a uns 2 ou 3 metros acima, removeram as suas calcinhas e com todo o carinho e dedicação jogaram na pista.

Por um breve momento, eu, Rafael Barbosa, presenciei um evento único. Um evento de causas naturais (levemente influenciado pelo álcool e música safada). Vislumbrei uma CHUVA DE CALCINHAS.

Amigos, sério. Não há palavras para descrever a sensação daquele instante. Imagine um jovem e magricelo garotinho do norte da África presenciando o cair das primeiras gotas de chuva no outono.  A alegria, a felicidade. Tudo. Era mais ou menos assim que eu estava:

Ah, a chuva!

Por alguns poucos segundos, eu tive o prazer de sentir o mesmo que o nosso eterno e saudoso Wando em todos os anos dedicados à essa indústria vital que é o entretenimento.

Muitas pessoas pensarão pelo lado anti-higiênico da coisa e eu quero avisar logo que não cheirei ou guardei nenhuma das calcinhas envolvidas nesse grande espetáculo. Não sou tão pervertido assim, né?

Mas, do fundo do meu coração, posso dizer que foi uma experiência transformadora no que diz respeito às boas coisas da vida. Até hoje não vi ou passei por nada parecido com isso. E acredito que não verei. Eventos assim acontecem apenas algumas vezes em cada 100 anos (ou todo final de semana no Olimpo, mas eu não moro no RJ ainda). Felizmente, tive o prazer de estar no lugar certo e na hora certa.

Desse dia em diante, posso dizer que surgiu um novo Rafael. Com um pouco mais de desenvoltura com as gatas e ainda mais incrível do que quando pisou no Rio de Janeiro naquele início de 2011.

Chuva de calcinha num show do Wando

Compartilhe com os migos!

8 Responses to " Eu e a inesquecível chuva de calcinhas "

  1. rafabarbosa disse:

    HAHAHAHAHAHAHAHAAH esse dia fo foda.

  2. Arthur Taborda disse:

    muito foda AEIHOIOHEIHOEHOIIHOEHIOE

    algum dia ainda visito o RJ.

  3. walquiria disse:

    Vish.
    (Só pra constar que li e ri)

  4. rafabarbosa disse:

    Conte com isso o mais breve possível, cara! Já está nos planos. ahhahahaha

  5. SHUAHSUAHSUAHSUAHSUH, excelente, cara. Infelizmente naquele dia me deu uma tonteira e acredite, até hoje quando eu lembro da situação me sinto mal por não ter partilhado dessa cena épica contigo. Entretanto, agora dá pra gente curtir uma parada MAIS LOCA ainda, só estou esperando você meter o pé aqui no RJ novamente pra gente dar uma zoada legal – agora eu garanto que não irei passar mal.

Conta ai pra mim o que você achou!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  1. […] ainda não é a chuva de calcinhas que tanto falo, mas, pra quem é, tá […]

  2. […] é o quanto a minha vida estagnou em determinados pontos. Não acontece mais nada de “incrível” pra contar aqui. Não presencio mais situações engraçadas. E o pior: não protagonizo […]

  3. Gordelinks da Semana #13 | Cintura Larga disse:

    […] Rafa Barbosa – Eu e a inesquecível chuva de calcinhas […]

× Fechar