Desculpe o transtorno, preciso falar da Carolina

Por Arquivo

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Conheci ela no Twitter. Essa frase pode parecer romântica se você imaginar os tweets antigos do Neymar chegando com o refri da rapaziada. Mas o Tweet em questão foi o de um amigo em comum dando RT nela.

Ela tinha bons tweets. Eu não tinha bons tweets, mas seguia as pessoas que tinham bons tweets. Ela estava lá. Twittando.

Nunca vou me esquecer: o primeiro tweet foi esse:

Quando alguém fazia uma piada, ela dava RT. Quando ela tuitava algo, eu favoritava. Quando ela mandava alguma indireta, eu fingia de bobo e de difícil, mas no fundo estava pulando de alegria.

O cabelo ruivo (apesar dela jurar que é loira de nascença e todo mundo saber que no fundo ela é morena), deixava claro que ela não fazia ideia do que estava fazendo. Foi paixão à primeira vista. Só pra mim, acho.

Passei algumas semanas enrolando para adicioná-la no Facebook. Até que um dia ela me adicionou. Passei mais algumas semanas para puxar assunto pela primeira vez. Até que puxei e acabei contando um spoiler de Game of Thrones.

De lá, migramos para o Whatsapp. Não sem antes eu enrolar mais algumas semanas para pedir o número dela.

Começamos a namorar quando ela tinha 19 e eu 26, mas parecia que a vida começava ali. Vimos todas as séries (Glee). Algumas várias vezes (Friends). Fizemos todas as receitas existentes de strogonoff (o dela). Queimamos algumas panelas de comida porque eu não sei cozinhar e ela provavelmente estava tentando harmonizar o feed do Instagram.

Escolhemos móveis sem pesquisar se eles passarão pela porta da nossa futura casa. Escrevemos juntos séries (temos uma piada interna em que nosso namoro é uma sitcom).

Fizemos uma dúzia de amigos novos e junto com eles o Clubão da Porra. Fizemos mais de 50 curtas só nós dois (todos no Snapchat).

Sofremos com o nosso único hater, rimos com os nossos shippers (meus seguimores do Twitter).

Viajamos o mundo dividindo o som do meu carro. Das dez músicas que eu mais gosto, nenhuma delas importa, já que a playlist que toca é sempre escolha dela.

Aprendi o que era feminismo e também o que era cisgênero, gas lighting, heteronormatividade, “omisplicando” e outras palavras que o Word tá sublinhando de vermelho porque o Word não teve a chance de namorar com ela.

Não terminamos. E espero não terminar nunca. Só de pensar que isso possa acontecer um dia eu já choro mais que no final de How I Met Your Mother. Mais que na cena final de Ghost.

Até hoje, não tem um lugar que eu vá sozinho em que alguém não diga, em algum momento: cadê ela? Dependendo do dia da semana e do horário ela está trabalhando ou está na aula. Mas em breve vou buscá-la.

Se ao menos a gente tivesse um filho… bom, essa frase eu não posso nem completar senão ela me mata.

Essa semana, pela primeira vez, ela me cobrou um texto publicamente. Não por acaso, baseado em um texto sobre uma história de amor. Achei que fosse me dar um branco. E o que me deu foi uma felicidade muito profunda por saber que tenho vivido com o grande amor da minha vida.

E  de ter esse amor documentado em várias fotos do Instagram e tweets antigos. Falta muita coisa ainda, mas espero poder dizer daqui a 50 anos que não falta mais nada.

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