Desaplaudido

Por Arquivo

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1 – O Homem Invisível

Estou sem prestígio na minha família. Desaplaudido. A estrela que brilhou por anos na residência Barbosa-Augustinho, ao que tudo indica, está se apagando.

Tudo começou quando resolvi deixar a barba crescer. De agosto até o último sábado, ostentei uma bela e volumosa barba. Um sonho antigo, diga-se de passagem, já que eu demorei a ter os famosos pelos faciais.

Nos últimos meses, quando adquiri um aspecto mais rústico devido à barba, minha namorada e meus pais começaram a dar as famosas indiretas.

“Tá parecendo um terrorista”.

“Olha o extremista radical ai”.

“Mozão, tira essa barba”.

A maioria acabou vencendo e tirei uma boa parte da barba. Achei que esse ato nobre me traria bons frutos perante a família e à namorada, mas eu não poderia estar mais enganado.

Nenhuma das pessoas citadas acima reparou no detalhe que estava faltando no meu rosto. As pessoas simplesmente ignoraram o meu sacrifício.

Minha namorada, quem mais reclamava do excesso de pelos, só foi reparar depois de algumas horas quando perguntei se não havia notado nada diferente no meu rosto.

Sobre os meus pais, até agora não notaram. Já tem quase uma semana.

Sou oficialmente o Homem Invisível da família.

2 – Um homem estranho e feio

Minha mãe está experimentando o maravilhoso mundo dos smartphones pela primeira vez. Para se acostumar, ela tem usado um Galaxy Duo antigo do meu pai.

Dia desses liguei para ela no número celular e ao atender me disse que era pra eu dar uma olhada no aparelho, pois quando chamou, exibiu a foto de um “homem feio e estranho e uma criança” na tela.

Falei que daria uma olhada quando chegasse em casa e assim o fiz.

Para a minha surpresa, ao ligar para o celular da minha mãe para ver o que estava acontecendo, me deparei com uma foto minha e da minha prima de uns 10 anos atrás.

Sim, amigos. Eu era o homem feio e estranho no celular da minha mãe. Foi um choque.

Essa experiência colocou em cheque todas as vezes em que ela disse que eu era lindo e qualquer outro elogio sobre a minha beleza.

Sem contar o fato de que a minha própria mãe não me reconheceu. Confesso que já tive fases melhores na vida, mas poxa. Ela me vê todos os dias desde que nasci. Não é possível que não me reconheceria em todos os meus melhores e piores momentos.

É isso, amigos. Recebi duros golpes no ego e na autoestima nos últimos dias.

Mas vida que segue.

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